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Umbanda, uma cultura

Atualizado dia 10/9/2007 7:29:40 AM em Autoconhecimento
por Bernardino Nilton Nascimento


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Passei uns dias frequentando algumas religiões. Não estou aqui para julgar nenhuma e já que não tenho religião, mas sou religioso, acredito que isso me dá o direito de ir a qualquer uma, sem constrangimento.

No passado frequentei algumas, até com muita dedicação. Estudei bastante, li muito e sou a favor das palavras do Dalai-Lama quando diz que religião boa é aquela que modifica o interior das pessoas. E eu completo: para melhor, com liberdade.

Mas não podemos confundir religião com cultura. Todos sabem quem são os fundadores de suas religiões, porém, não sabem quem fundou determinada cultura. Acreditamos na sua origem, mas não conhecemos os seus criadores.

O que estão fazendo com a Umbanda é mexer na sua cultura, difamando-a e usando, dentro da religião, palavras como descarrego, expulsar o mal, lavagem espiritual e outras mais que são usadas há centenas, ou quem sabe, milhares de anos. A umbanda é de origem africana e chegou ao Brasil com os escravos. Mas não sabemos o seu fundador por que a Umbanda, a Quiromancia, o Candomblé, o canto aos antepassados, as orações, o espiritualismo dos índios, os Celtas, os Hindus, os Ciganos, os Incas e outras mais, que com seus contos e cantos se espalharam pelo mundo, não tiveram fundadores. A cultura em geral tem origem, tem nação, tem região, mas não tem dono. Teve seu nascimento sem pai, e a mãe é a nação, sua origem, sua região, seu povo, sua vida. Isso é cultura. No Brasil temos várias culturas, assim como em outros países. Eles também possuem as suas, que foram passando de região para região, não pela vontade de fazê-las crescer, mas pela satisfação de praticá-las.

Só que a cultura viaja pela admiração. A religião viaja para se expandir na disputa de espaço, na conquista por pessoas cada vez mais carentes de alguma coisa. Não há muito que estudar e a maioria se baseia em um livro principal onde estão descritas as sua história e as suas regras. A cultura tem que ser estudada e praticada para ser bem entendida.

A cultura da Umbanda, como todas as culturas, tem que ser respeitada pela sua origem popular. Há, no Brasil, a cultura de um santo, que não é santo pela religião católica, mas virou pela cultura popular. A devoção ao Padre Cícero, que criou tantas lendas, um história que virou cultura e não tem dono. Não sabemos o nome do primeiro admirador do padre santo.

Há algumas religiões que estão trazendo para dentro da igreja as culturas do Candomblé e da Umbanda. É uma pena que depois de condenarem tanto, hoje praticam as mesmas coisas que há pouco tempo criticavam. Hoje divulgam o mal, mas depois usam os meios dessas culturas para expulsarem o mal. Não dá muito para entender onde eles querem chegar, porém, é triste ver uma cultura fora do seu tabuleiro. É como jogar dama com as pedras do xadrez. Não dá para praticá-la na sua origem, fora do seu terreiro.

Nas minhas andanças e estudos presenciei um pastor dentro de um centro Umbandista pedindo para aumentar a frequência da sua igreja, e se sujeitando a fazer até trabalhos para sua vontade acontecer. Agora vejo os pastores falando em descarrego.

Estão brincando com as culturas. Assim como as indústrias poluem o ar que faz mal à matéria, essas brincadeiras com as culturas poluem o ar que faz mal à alma. Quem devemos cuidar primeiro? Não há nenhum congresso para salvar as culturas. Mas elas se espalharam e sobrevivem. Devemos cuidar, mesmo não fazendo parte desta ou daquela cultura. Faz parte de umas das nossas missões salvá-las, porque salvando as culturas estamos salvando nossos antepassados.

Deixem as culturas em paz, participe. Cante, dance com elas, mas não as maltrate. Elas não trazem a guerra que as religiões provocam entre os povos.


BNN

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"Não seja um investigador de defeitos, seja um descobridor de virtudes"./ "Quando a ansiedade assume a frente, as soluções vão para o final da fila"./ "Quando os ventos do Universo resolve soprar a favor, até os erros dão certo". BNN
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