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VIAGEM DE CARNAVAL...

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Autor Christina Nunes

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 3/3/2014 4:22:12 PM


Cada um tem o seu estilo.

Estou sentada diante do laptop, e, na rua arborizada e deliciosamente silenciosa onde moro, nem parece Rio de Janeiro! Ouvi, há pouco, um passarinho cantando entre as ramagens frondosas da árvore com folhas em forma de coração, que tenho bem em frente à janela do meu quarto, e da qual até hoje não consegui descobrir a espécie. Não importa! Nem com este pormenor me vejo motivada a gastar meus neurônios excessivamente exauridos pelo barulho, pela agitação atordoadores do dia a dia: correria, insegurança nas ruas, horários a cumprir, tumulto no Centro do Rio de Janeiro, tensão, condução, apitos, gritaria, enfim, o protótipo do caos em que nos vemos tão completamente mergulhados que, com o passar dos anos, das décadas, terminamos por incorporá-lo por simbiose aos contextos de nossas vidas, como se toda esta neurastenia fosse fator comum, normal, positivo, passável!

Todavia, não é! Ao menos, não para o meu temperamento e compreensão de vida! Anteontem, celebramos o aniversário de uma tia querida, em festinha familiar, almoço, fantasias, crianças e risadagens, cantoria e reencontros com algumas pessoas a quem não via há bastante tempo. Mas isso é diferente, mesmo para a minha reclusão carnavalesca habitual. As energias familiares afetuosas são massagem relaxante, ambiente acolhedor, com aqueles que compõe "a minha turma". Por mais animado seja um almoço de comemoração, as energias ambientes positivas nutrem a aridez do espírito calcinado pelo desassossego quase selvagem de um cotidiano no qual, talvez, mais de noventa por cento daqueles com quem cruzamos nas ruas e ambientes estranhos o fazem como zumbis, em situação de indiferença, de hostilidade, de distanciamento. Cada qual mergulhado nos próprios problemas e interesses, correndo, sempre correndo. E, no entanto, em curioso contraste, essa mesma massa agitada, que por vezes reclama de falta de paz e do desassossego dos nossos dias, é a mesma que, chegando o carnaval, crê poder relaxar os nervos indo de encontro a mais estresse e mais barulho!

Como num pesadelo demasiadamente turbulento, entre névoas, diariamente vemos rostos, diálogos, movimentos - mas quase nada é familiar, empático, ou dotado de muito sentido. E então, chega o carnaval. Feriado. Sinônimo de bem estar, de descanso, alegria, ou de festejos! Cada qual elege o que mais se sintoniza com o próprio modo de ser: a cerveja na esquina, a saída no bloco tumultuado da zona sul com os amigos, a ida ao clube, a beira da praia, a viagem, ou, simplesmente, o repouso refazedor, no ambiente aconchegante do próprio lar.

Quando não viajo para os cenários revigorantes da natureza, eis, aí, o meu estilo! Diante a tv, um bom filme - O Morro dos Ventos Uivantes, adaptação do clássico de Emily Bronte; uma breve saída ao shopping com os filhos para almoço; e, de volta, sentir o silêncio extasiante dos arredores; ouvir o canto dos pássaros no arvoredo pródigo diante das minhas janelas, sentir as presenças espirituais em torno!

Meu mentor do invisível, sinto-o quase materialmente nos arredores ,desde que o feriado se iniciou. Parecia ter estado, esses dias, à espera da tranquilidade exclusiva deste momento, para impulsionarmos o novo livro psicografado em andamento há alguns meses. Entrevejo-o. Sinto com clareza as energias que lhe são próprias - energias amorosas e joviais! Parece, por vezes, brincar com meu eventual estilo ansioso, quando reclamo mentalmente das oportunidades frequentemente escassas para obter as condições adequadas à sintonia ideal para o nosso trabalho de parceria. A espiritualidade que nos cerca, de modo de ser leve, terno, despreocupado, jamais age presa a estes parâmetros sufocantes do mundo material onde permanecemos temporariamente. Sempre insistem no lembrete útil de que temos toda a eternidade para as realizações benéficas desenvolvidas em favor da vida e de nós mesmos! E de que somos a gota d'água no oceano, sem a qual, todavia, este mesmo oceano seria menos rico e menor!

Assim, não há pressa! Tudo se harmoniza e acontece no tempo devido. Nossa gota d´água estará ali, de um ou outro modo, afim a outras, e movendo-se ao sabor das nuances do momento. Iohan, meu querido mentor desencarnado, músico inspirado e amável, brinca sem parar com a minha ansiedade e, quando vê que não obtem nada de útil diante da minha teimosia, coloca-me de castigo, dá um tempo! E depois - como acontece agora - volta! Na hora oportuna. E então, mais apaziguada pelo estacato no frenesi diário, salto vibratoriamente de nível dimensional, com maior facilidade. E cá estamos, dando fluxo fácil e leve ao nosso livro. Porém, distantes daquela outra esfera onde, de fato, acontecem as turbulências do carnaval.

Aqui, os episódios, celebrações e músicas são outros. E requerem não o barulho ensurdecedor das ruas entregues aos fogos fátuos das festas de Momo, onde o violento entrechoque vibratório acontece de maneira heterogênea entre foliões brincalhões e inofensivos, convivendo, em maior ou menor consciência, com o perigo da invigilância daqueles que confundem a festa da fantasia com a expressão desgovernada dos excessos!

Na dimensão onde me encontro hoje, aqui e agora, capto, em instantes abençoados, e em alta frequência, as emissões mais sutis da vida: músicas etéreas; o soprar do vento nas árvores, o canto dos pássaros; um sussurro, o resvalar leve de uma presença espiritual; entrevejo outros cenários, ensolarados, floridos, perfumados e frescos do orvalho da madrugada! Vultos risonhos, e cheios de um estado de paz perene, de serena felicidade originada em outro gênero de festejos - na celebração de quem ainda e sempre constata a eternidade de oportunidades felizes à espera de cada um de nós - sem as amarguras de um mundo sofredor com contrastes, competição mesquinha, misérias, ambição e enganos! E em dimensões onde o que prevalece é o consenso de que a felicidade real começa sempre em si - na simplicidade de um estado de paz de consciência, e do se tentar, ao menos, e a cada dia, fazer o melhor pela vida, por si, e por todos!

Aos poucos... Bastando, apenas, que ensaiemos afinidade com um estilo de vida mais leve, menos tumultuado, mais sereno...

Como para tudo, trata-se de escolha.

Cada um de nós faz a sua própria "viagem de carnaval". E essa opção, com todas as consequências, começa sempre, como não poderia deixar de ser, dentro de nós mesmos.

 


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Christina Nunes   
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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