Viajando na Memória
Autor Maria Cristina Tanajura
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 29/05/2008 12:51:41
Pensando sobre o privilégio de ter olhos que podem ver tão lindas paisagens, flores belíssimas, o rosto das pessoas que amamos, o semblante puro e claro das crianças, fiquei triste ao lembrar-me de todos aqueles que nasceram cegos e minha pergunta é - qual será a imagem que fazem da vida em torno deles? O que será que vêem aqueles que não possuem o dom da visão, quando ouvem música, quando ouvem a voz de pessoas que não sabem como se apresentam? Enfim, me sinto afortunada por poder enxergar. Um nascer do sol, a lua prateando o mar, as copas altas e variadas das árvores numa mata, uma queda d’água com sua força e potente energia, o mar revolto num dia de tempestade, um espelho d’água de um lago rodeado de montanhas verdes e floridas, tanta beleza...
Será que nos preocupamos em realmente reter essas imagens maravilhosas em nossa alma? Será que todos que podem ver, enxergam o que estão vendo?
No outro dia, tendo amanhecido triste, resolvi fechar os meus olhos e me transportar para locais bonitos que tive a felicidade de conhecer na minha vida. Que experiência reconfortante e transformadora! Digo a vocês que realmente consegui sentir o que rememorava e a alegria me preencheu, transformando o meu humor e me restaurando a paz. Por isso resolvi lhes escrever, para contar esta descoberta - a gente vai, literalmente, quando quer, para locais que já visitamos um dia e que podem estar inacessíveis naquele momento. Na quietude de nossa alma eles ganham forma e se estivermos abertos, sentiremos as vibrações felizes que eles nos trazem. Uma música já dizia: “Recordar é viver” - mas agora eu atesto que isto é possível como instrumento de cura.
Vamos guardar na alma os bons momentos com muito carinho e com todos os seus detalhes, pois eles são acervo nosso que pode ser trazido à vida quando quisermos. Tentem.
Depois desta minha experiência luminosa, tenho feito isto várias vezes e me pego sorrindo de olhos fechados... Como é bom!
Assim, vou procurar colecionar, com cuidado, o maior número possível de belas paisagens, de belos momentos. Vou mantê-los em mim, sabendo que são bálsamos poderosos que podem pensar e curar as feridas da minha alma, minorar meus instantes tristes, me dar ânimo e esperança para seguir adiante, com a certeza de que a Natureza e o Amor - expresso pelas pessoas - sempre estarão presentes em minha vida, creditando felicidade ao meu acervo espiritual.
Sei que estou lhes falando de uma viagem fantástica! Mas ela é verdadeira, não custa dinheiro algum e só nos pede um pouco de relaxamento e atenção ao vivermos os instantes presentes de nossas vidas. Isto possibilita a gravação das imagens.
Quanto aos momentos tristes, também podem nos intoxicar da energia que os impregna e não queremos contato algum com eles. Já se passaram... Vamos deixá-los ir! Porque se os conservarmos em nós, reviveremos as emoções tristes de ontem. Para que?
Boa viagem pra vocês! Sem passaportes, vistos, dólares, nada.
Avaliação: 5 | Votos: 74
Socióloga, terapeuta transpessoal. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
