Viciados na Internet.
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 22/10/2012 12:29:15
Viciados na Internet.
O vicio da Internet já tem nome de patologia desde 1995, aproximadamente. Conhecido como TDI - Transtorno da Dependência a Internet, surge quando as pessoas passam a fazer um uso compulsivo da internet, substituindo outros prazeres e atividades pelo "navegar".Muitos relacionamentos já se desfizeram, muitos empregos já foram perdidos. Muitos já tiveram problemas de saúde por não se alimentarem ou dormirem, dedicando-se apenas à tela e ao teclado, equipamentos que "conectam" o usuário às suas necessidades interiores, não percebidas adequadamente e, portanto, não atendidas de forma saudável. Acrescenta-se o perigo de ficarem expostos a terceiros, seres desconhecidos em suas integridades e seriedade.
Do famoso "teclar" com alguém, ou seja, bater papos via digitação, até a vazão aos desejos mais criticados, como sexo, nudez e jogos, interações virtuais cada vez mais sofisticadas, todos os "viciados" dedicam um tempo abusivo à Internet, tornando-se perniciosas e patológicas. O "enfermo" tem o mesmo discurso de outras patologias. "Faço apenas porque gosto, paro a hora que quiser". Prova da dificuldade de admitir que o "nunca quero" não é fruto de sua vontade, mas da dependência que precisa ser "alimentada".
O que mais chama a atenção é que este vício traz também em seu contexto o afastamento da família e do convívio social, uma dependência mórbida atendida apenas quando se senta na frente do equipamento. Mas triste mesmo é a busca por uma interação que deveria existir entre as pessoas presentes, reais, e que acabam sendo procuradas no virtual. É como ter o ente amado do lado, mas beijar a foto dele.
Quando por qualquer motivo a pessoa busca o isolamento e o atendimento de suas vontades, desejos e necessidades, sem que seus próximos estejam envolvidos, é o momento de parar e analisar o que está acontecendo. Como se costuma dizer: "É hora de rever nossa relação". Parece que a cada dia que passa, as pessoas perdem a coragem de enfrentar suas dificuldades de relacionamento, buscando então o caminho "mais fácil", aquele que leva ao afastamento, rompimento e descompromisso.
A dificuldade de resolver tais problemas encontra alento na Internet, onde tudo que é dito está ao alcance dos olhos e do teclado e o botão "on-off" está sempre disponível para se interromper o contato. O mesmo não acontece em uma conversa a dois, de corpo presente.
A Internet é um dos principais instrumentos da globalização. Países em posições geográficas extremas estão próximos e interagindo como antes nunca foi possível. E vejam o paradoxo: pessoas lançando-se na Internet para não ter que interagirem entre si.
O egocentrismo tem sido o "comportamento da vez", mas o Ser Humano tem dentro de si algo do qual nunca conseguirá se livrar: o estado de paz interior, estado alcançado apenas quando encontra o equilíbrio consigo mesmo e com o mundo em que vive. Caso contrário, fica aquela sensação de vazio e insatisfação, que nos levam a buscar o que é, mais cedo ou mais tarde, a retomada dos valores humanos em sua essência.
Quando não for necessário empregar vícios para se atender a vazios interiores, teremos o retorno dos tão agradáveis bate-papos. Certamente, isto já acontece em muitos meios, com muitas pessoas. É preciso apenas que se expanda. Dias atrás, fui convidado a assistir e debater o documentário O Segredo. Mesmo com toda a divulgação, poucas pessoas compareceram. Ao final da exibição, aqueles que não compareceram afirmaram que teriam ido, se soubessem que o evento seria tão bom como aqueles que foram, comentaram. Eis a prova de que aproveitar e criar oportunidades e promover uma integração que nos preencha e realize são o primeiro passo para a criação de bons hábitos e a eliminação dos péssimos vícios.
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