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Yoga para a Menopausa

Atualizado dia 16/05/2007 17:20:33 em Autoconhecimento
por Mercedes Requena


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Falar sobre menopausa e climatério significa falarmos sobre o feminino e a nossa relação com este lado em nós. Significa também olhar para a maneira como encaramos a mudanças em nosso corpo e em nossas vidas.

Reconhecermos que a vida é cíclica e estes ciclos estão dentro de nós, distintamente de mulher para mulher, de ser humano para ser humano. Observarmos e respeitarmos cada um são fundamentais para atravessarmos as fases mais desafiadoras com serenidade e bem-estar.

A nossa sociedade utiliza crenças assustadoras que envolvem principalmente a mulher. Herdamos isto desde a Idade Média, época em que o poder feminino e a sua força não existia, era sufocada ao máximo culminando com a perseguição e a morte de muitas mulheres, consideradas demoníacas por expressarem a sua natureza feminina. A força destas mulheres, a sua Deusa precisava ser abolida.

Até bem pouco tempo atrás, na geração de nossas avós, crenças limitadoras e castradoras fizeram com que a mulher acreditasse que ela era jovem enquanto pudesse procriar. O final da menstruação indicava o final de sua vida ativa e aos poucos ela ia se recolhendo para viver a sua velhice.

A cultura ocidental quer negar ao máximo a maturidade, como sendo um sinal de incapacidade. Nós absorvemos esta cultura, reforçando crenças que trazem sofrimento, depressões e doenças físicas.

Apesar das grandes mudanças que ocorreram desde aquela época com a emancipação da mulher e a busca por espaços até antes nunca conquistados, ainda carrega-se em nossa mente subconsciente muitas destas crenças castradoras. Mesmo a mulher mais emancipada, quando entra neste ciclo vem à tona o medo da vida depois dos 40.

Questões como:
Será que o meu companheiro vai me desejar como antes?
Ocorrerão mudanças em minha sexualidade?
Será que o meu trabalho será aceito quando envelhecer? E se colocarem alguém mais jovem no meu lugar?

Estas questões e muitas outras trazem ansiedade, distúrbios nervosos, doenças psicossomáticas e uma vida infeliz.

Assim como passamos da infância para a adolescência, desta para a idade adulta com todas as dúvidas do caminho a seguir, também a entrada na menopausa que começa em média por volta dos 45 anos (às vezes até antes), nos prepara para uma fase que deve ser celebrada com alegria.

É um momento que vem com a bagagem da experiência dos anos vividos, tenham sido bons ou não, mas foram momentos que nos trouxeram experiências para o nosso crescimento pessoal.

É uma fase que vem também com uma sensação de liberdade, pois os filhos já não precisam mais da mãe, somente da amiga. O trabalho profissional pode ser aprimorado e aprofundado, colocando agora a força criadora na realização profissional. Se a mulher apenas se dedicou à família ela pode agora dar um salto e aprender outras coisas fazendo cursos que a satisfaçam.

Por isso, é um momento muito especial. É o despertar de uma força e sabedoria maravilhosa que traz a beleza, a sensualidade, a inteligência e a intuição para ser oferecida como dádiva para a humanidade.

Não teriam sido estes alguns dos motivos que fizeram com que a mulher fosse tão perseguida em épocas remotas? Bem, cabe a nós mudarmos as crenças que ainda se manifestam no corpo através de dores e sofrimentos.

Vamos, então, salientar algumas coisas importantes:

a) Mudanças – Como as encaramos
b) Projetos de vida – Quais são?
c) Crenças – O que sei sobre a menopausa e o que ocorre nesta fase?
d) Apego – O que preciso soltar agora? O que já cumpriu a sua função?

Devemos salientar também que as atuais condições de vida reprimem o feminino na medida em que o padrão de beleza deve ser aquele determinado pela mídia: magra e sem sinais de envelhecimento algum.

“O feminino e a sua força criativa é representada pelo ventre, como o caldeirão do alquimista, onde se misturavam e condensavam os elementos, gestando novas formas. O ventre tem se mantido oculto, reprimido, latente, embora não menos poderoso do que já parece ter sido há seis ou sete milênios....”

“.....não é possível dominar o que não se conhece e o ventre tem perdido a sua energia com medos, violências e banalizações da sexualidade.” (Dance e recrie o mundo – Penna, Lucy. Summus editorial)


No ciclo do climatério é quando a mulher volta para o seu ventre, é “obrigada” a se sentir, a sentir a sua força, o seu poder criador, muitas vezes se manifestando por súbitas rajadas de calor.

Quando a mulher aprende a ser ela mesma, aceitando o seu temperamento, a natureza não se rebela.

Como um vulcão adormecido por anos, porém não extinto, nesta fase se desperta para si mesma e a natureza feminina mostra nitidamente isto. De forma violenta demais, muitas vezes, para depois entrar no seu equilíbrio.

“Em épocas remotas vivia-se numa relação mais harmoniosa com a natureza. A mulher e a natureza estão interligadas, portanto, ao destruirmos a natureza destrói-se também o poder da Deusa. Resgatá-la é recuperar a própria natureza”. (Dance e Recrie o mundo – Penna, Lucy).

Como o próprio F. Capra cita em “O Ponto em Mutação” “... reavaliar os aspectos femininos da sociedade moderna corre paralelo com a manifestação ampla em favor da preservação ecológica. A incompreensão e a violência com o próprio corpo acompanham a mesma incompreensão e violência com o planeta”.

Mercedes Araez Requena

Texto revisado por: Cris

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