A chave-mestra para a origem dos conflitos
Atualizado dia 11/28/2013 2:42:56 PM em Corpo e Mentepor Marco Moura
A situação que aflige é, sem as lentes mentais, um fato puro. Diante da conscientização do fato, a mente entra em cena para que você invista em seu processo criativo, que depende de verbas. O recurso que ela precisa é a sua atenção, se possível, mobilizando o máximo de energia emocional. A atenção ao pensamento abre passagem para a energia mental - é o elo necessário para capturá-la. O pensamento é usado como um chamariz, tipo “hey!”. O mecanismo automático é sermos educados e coniventes com os nossos pensamentos, dizendo: “Pois não? O que você quer me mostrar?” Pronto, já está pego! Agora a mente vai abrir diante dos seus olhos a sua tela de formas distorcidas, conceitos, julgamentos e toda a sorte de confusão. Essa tela vai sobrepor a percepção do momento, pois confiamos naquilo que está diante de nós. O incômodo que você sentia agora tem um nome, uma forma e várias ideias associadas. Ele também tem um culpado e a mente vai apontar para ele sem dó, oferecendo um arsenal de termos pejorativos e chulos para se referir a ele. Você se sente bem ao utilizá-los, pois dá a sensação de ser superior a ele. Como o incômodo está associado a várias ideias negativas que você acredita que tenha que combater, a mente é muito perspicaz em te oferecer suporte, seja te preparando para o combate ou te desviando do confronto, de acordo com o que ela achar que é mais viável e interessante.
Internamente, surge esse conflito, que se exterioriza no corpo. O conflito é todo esse drama criado em cima de uma sensação de incômodo que é retroalimentada. Lembre-se: há uma tela aberta na qual você está se baseando. É ela que dá essa aparência de conflito ao fato que pode ser qualquer evento cotidiano. Você só deixa de estar preso a essa tela quando tem atenção plena ao momento. Essa é a chave-mestra! É a brecha que você encontra para presenciar o momento sem uma tela na sua frente.
Sé é tão simples, por que continuamos dando ouvido à mente? Porque é uma crença concretizada. Todos os sentidos, pensamentos e emoções confirmam essa crença. Torna-se um fato maior do que qualquer coisa. Nessa situação, estamos encarcerados por Maya, a mestra das ilusões, obedecendo às suas ordens. Ela jogou a isca artificial e você a mordeu. O que acontece se desobedecer? Parece que não faz sentido desobedecer, Maya é muito convincente. Ela manipula as suas ideias para você crer nela. Ao nos afastarmos dessa realidade, estamos tão identificados que perdemos o controle. Porém, o controle foi aprendido dentro dessa ilusão, ele não existe fora dela. Para sair, é preciso saber abandonar, desapegar e aceitar o fato de que não há controle. Experimente não dar ouvidos. É certo que Maya vai chacoalhar dentro do corpo e da mente, criando um monte de sintomas ruins. Experimente deixar isso de lado também. Maya se utilizará de muitas artimanhas para te fazer se sentir um lixo e achar que vai morrer. Experimente ignorar. Morra um pouquinho, sem dó. Não julgue a morte - para viver verdadeiramente, é preciso deixar-se morrer conscientemente. Ah, no fim continuamos vivos! Agora, atenção plena ao momento.
Marco Moura
Marco Moura desenvolve no Centro Dao de Cultura Oriental (metrô Ana Rosa, Vila Mariana, São Paulo) atividades para o desenvolvimento integral de corpo e mente através da meditação budista, artes marciais e terapias orientais. Fisioterapeuta, faz atendimentos de Acupuntura; ministra aulas de Meditação, Chi Kung, Tai Chi Chuan e Kung Fu. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Corpo e Mente clicando aqui. |