A incerteza quântica
Atualizado dia 6/19/2011 9:29:59 PM em Corpo e Mentepor Gesiel Albuquerque
Contudo, os estudos sobre a mecanicidade da existência, nas suas diversas formas de manifestação, ainda não possibilitaram ao homem chegar a um denominador comum, e exclusivo, para determinar o resultado dessas divisões matemáticas, largamente equacionadas em milhares de operações físico-químicas e biológicas, que possa dar alguma plausibilidade às justificativas tradicionais.
Talvez, o grande mote da razão científica, pautada na busca pelas certezas dos parâmetros, seja identificar as incertezas que regem as leis quânticas da criação. Significa permitir-se aceitar quando alguma coisa que parecia ser, não é; e outra que não parecia ser, é.
O princípio da incerteza é uma constatação da física quântica, através das pesquisas do físico alemão Werner Heisenberg (1901-1976). Segundo ele, para prever a posição e velocidade futuras de uma partícula é necessário medir a sua posição e velocidade atuais. Para alguém observá-la, é preciso incidir sobre ela um raio de luz. Se o comprimento de onda do raio incidido for longo (menos intenso), influenciará menos o movimento dessa partícula, possibilitando observar, por exemplo, a sua provável velocidade. Proporcionalmente, quanto mais longo for o comprimento do raio de onda, maior será a distância e, também, a incerteza sobre a posição da partícula. Ocorrerá o oposto se o comprimento dessa onda for mais curto.
De forma aparentemente paradoxal, o princípio da incerteza traz modificações significativas na maneira como os fenômenos existenciais são analisados na sua previsibilidade. De acordo com os parâmetros tradicionais da física, é impossível prever acontecimentos com precisão, por não ser possível mensurar, com exatidão, o estado do universo.
Com o advento da mecânica quântica, no entanto, tem sido possível prever vários resultados de uma observação e sua respectiva probabilidade, tomando conhecimento das suas ocorrências em cada um dos futuros estados possíveis do universo. Tal verificação se concretiza através da aplicação da equação do fóton (E=h.v), da qual a constante de Planck (h = 6, 63×10-34J.s.) é parte fundamental.
O conceito da incerteza quântica estremece as bases da ciência cartesiana, pois os seus postulados se mostram compulsoriamente avançados em relação a alguns entendimentos sobre o comportamento dinâmico dos corpos em toda a criação. Em sendo assim, podemos estar inseridos neste contexto porque fazemos parte desse todo energético, tanto do ponto de vista físico (denso), quanto da constituição atômica da matéria (energia) e seus estados: sólido, líquido, gasoso e plasma.
Somos energia. Isso é uma constatação redundante, porém necessária de ser lembrada. Afirmo isso porque quando se pensa em corpos do universo, é comum imaginá-los fisicamente; porém, não se deve esquecer que a matéria física (como a vemos) é simplesmente energia condensada, e que a densidade é apenas um das características da matéria.
A natureza da criação é por si incerta. Nada está no lugar como parece, embora tudo esteja cumprindo a sua função regularmente, atendendo a uma programação maior a qual muitos chamam de deus; outros, mente cósmica ou mente infinita.
Não interessa a nomenclatura dada a esta força desconhecida, pois o mais importante é ter a noção do imenso poder de transformação propagado por esta mente criadora em cada canto do mundo. Seja no plâncton ou no éter cósmico, tudo está gravado e programado para funcionar mudando sempre. Tentar compreender esta maneira de agir do poder criacional é realmente a questão mais complexa e, talvez, impossível de ocorrer devido à incipiência dos nossos modelos quânticos de manifestação.
Se o universo e suas leis se comportam assim, os indivíduos, especificamente os humanos, não agiriam diferentemente. Na existência, tudo é provável, já que somos, também, compostos de matéria (partículas) cujo comportamento é amplamente incerto em todas as modificações e em qualquer estado. Entretanto, é possível intuir determinadas ocorrências a partir da catalização de outros comportamentos dentro do sistema pelo espectro luminoso, admoestado de maneira incerta. Isso vai de encontro, por exemplo, ao conceito cartesiano de carma.
O princípio esotérico do carma, aliás, se baseia na teoria newtoniana da ação e reação, fortalecida pelo heliocentrismo de Nicolau Copérnico (1473-1543). Segundo os estudiosos das "leis espirituais do sofrimento", para toda ação há uma reação proporcional. Isso é Ipsis literis o que decreta a terceira lei de Isaac Newton (1643-1727) que diz: "para toda força aplicada, existe outra de mesmo módulo, mesma direção e sentido oposto". No entanto, qualquer físico em início de carreira pode detectar o quão enraizada esta lei está na certeza da dinâmica dos corpos e na forças aplicadas sobre eles. Também, qualquer esotérico mais estudioso perceberá a fragilidade da teoria cármica.
É na incerteza da natureza das coisas, entretanto, que se pode analisar o comportamento dos corpos dentro de sistemas herméticos considerados caóticos. Desse pressuposto, pode-se depreender que (sem querer confundir) a razão da lógica seja, provavelmente, a não-lógica de tudo, ou a impermanencia do todo. Dessa forma, tudo o que se tentar explicar pela exatidão poderá estar, ainda, impreciso, porque o comportamento das partículas quânticas é misterioso. Talvez seja isso: tudo dependerá do que incidir sobre as micro e macro partículas da criação (animais, consciências, corpos celestes, humanos, seres microscópicos, moléculas, vegetais, etc.).
Somos consciências quânticas habitando receptáculos de matéria condensada. Se não fosse dessa forma, não poderíamos expressar a nossa presença nesta dimensão densificada. Entretanto, nosso potencial não está na densidade, mas sim, na sutileza da composição química, fisica e biológica dos nossos centros de força, os quais estão conectados a toda energia universal. Assim, devemos nos perceber como seres sutis, pois a nossa permanência na criação se dá por infinitos feixes de quanta gravados nas dimensões e infradimensões eternas.
Portanto, a incerteza da natureza quântico-existencial nos permite perceber o quão interconectados estamos um ao outro e que não fazemos parte de um mundo apenas, mas estamos presentes em toda obra do criador. Isto é, temos porções de energia em vários universos (físicos ou não), as quais possuem velocidade e posições próprias no eterno agora, intrinsecamente dependentes das forças exercidas sobre a sua trajetória.
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