A Quietude da Mente – Práticas Renovadoras
Atualizado dia 7/1/2012 11:15:22 AM em Corpo e Mentepor Marcelo Hindi
Um modo simples e totalmente praticável para silenciar a mente é aderir ao fazer nada, ou seja, entregar-se sem nenhum tipo de resistência ao fluxo. Considere que segura uma grande bacia com água: é preciso malabarismos para manter a superfície da água serena e sem perturbações. Uma superfície quieta, pacificada, não resulta da tentativa de equilibrar a bacia e controlar os movimentos da água dentro dela. É preciso permitir que a água repouse na bacia e que a própria bacia repouse, sem qualquer tentativa de controle. Entenda a água como os pensamentos e a bacia como a mente, e aceite o repouso, sem tentar resistir ao movimento da água ou mesmo tentar controlá-lo. Ficar quieto, entregue, permite que a água siga a tendência do repouso na bacia, ou, se considerar o fluxo do rio, que as águas sigam harmoniosas, em seu curso.
A pacificação convida à entrega e à não resistência. Que tal praticarmos? Escolha um local quieto e que lhe seja agradável, em meio à natureza, à cidade, ou na sua casa, e sente-se confortavelmente, relaxando o corpo e permitindo que a mente se aquiete. Respire profundamente como que se na inspiração o ar trouxesse as luzes mais belas do Universo para seu sistema, e na expiração você liberasse aquilo que não precisa mais e que vai para reciclagem. Deixe-se aquietar, faça nada, espere nada, deseje nada, apenas se entregue ao momento e sinta-se acolhido pelo Todo que te envolve. Sua mente vai se aquietando e os pensamentos vão ficando desacelerados.
Se você quiser dar alguns passos além em seu exercício de pacificação e interiorização, pode acrescentar o exercício de concentração na sequência da prática anterior: uma vez que a mente está pacificada, estabeleça o foco na profundidade do seu próprio ser e se concentre em uma referência agradável, como a chama de uma vela, uma bela flor, o brilho das estrelas, ou concentre-se na sua própria presença como algo profundo, interno e deliciosamente existente. Nessa prática de concentração há uma espécie de movimento voluntário: quando a mente divagar, traga-a gentil e carinhosamente ao foco e permaneça assim, concentrado por algum tempo.
Para ir além da concentração, caso você queira perceber ainda mais profundamente sua existência, exercite na sequência a concentração no vazio. Funciona do seguinte modo: perceba-se integrado a um todo sem limites, como se estivesse a céu aberto, com nuvens se movendo gentilmente: você percebe o céu sem limites sempre presente, e eventualmente uma suave e gentil nuvem, que é o pensamento se expressando. Você não precisa saber a forma da nuvem ou de que natureza é, o que importa é somente o suave e livre movimento de eventuais nuvens, pois o que se revela presente e atrativo é a integração com o céu sem limites, em serena união com a quietude e a harmonia.
Permaneça com a prática pelo tempo que lhe for possível, e utilize essa estratégia diariamente, para que a tranquilidade e a quietude se tornem familiares a você, e, desse modo, sua máquina corpo-mente possa ter uma expressiva renovação, ficando totalmente perceptível que sua vontade não pode ser comprometida por nada, afinal, expressa-se além da própria mente e corpo. Sendo assim, valha-se de sua vontade e poder de escolha, e assimile a vida ilimitada em cada inspiração. Os benefícios desses exercícios são imediatos e também duradouros. Ótima meditação.
Um afetuoso abraço,
Marcelo Hindi - Psicoterapeuta Holístico
Texto revisado
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