Autoaceitação
Autor Willes S. Geaquinto
Assunto Corpo e MenteAtualizado em 05/09/2010 12:05:50
I
Certas palavras, por serem bastante usadas acabam sendo vulgarizadas, perdendo o seu real significado ou, até mesmo, servindo de instrumento de manipulação; transmitindo idéias falsas daquilo que realmente é. Com a palavra autoaceitação, um termo ao qual usualmente recorro ao falar de autoestima, isso repetidamente acontece. Num curso sobre autoestima, por exemplo, uma participante me disse: “... mas, eu não consigo me aceitar assim como sou, eu quero mudar...”. Eu lhe respondi: “mas quem disse que se aceitando você não pode mudar?”. Ela então respondeu: “já me disseram que eu devo conformar-me com a minha vida, aceitá-la assim como ela é...”.
Observem que houve equívoco em entender que autoaceitação era o mesmo que conformar-se. E o pior é que isso tem sido muito comum na vida das pessoas, pois, de diversas maneiras pais, professores e religiões, ao tratarem da autoaceitação, ou da aceitação propriamente dita, o fazem traduzindo essa atitude sob o viés do conformismo e do acomodamento. Quando sob o ponto de vista da reestruturação da autoestima ou da busca de um modelo de um viver mais equilibrado, que é o meu enfoque, a autoaceitação é na verdade o ato consciente da pessoa enfocar positivamente suas qualidades e limites visando evoluir a partir desta constatação íntima. Trata-se, também, da pessoa entender que, embora ela possua alguma limitação ou dificuldade é possível desenvolver a capacidade de vencer, bastando para isso ativar a vontade objetiva de realizar mudanças em suas posturas.
Nathaniel Branden, referência já citada anteriormente, diz o seguinte sobre o assunto: “a autoaceitação não implica numa ausência de vontade de mudar, melhorar ou evoluir. A verdade é que ela é uma pré condição de mudança. Se aceitamos de fato o que sentimos e o que somos, a qualquer momento de nossa existência nós podemos nos permitir ser plenamente conscientes da natureza de nossas escolhas e atos, e nosso desenvolvimento não será bloqueado”. Em síntese, então, podemos admitir que toda pessoa que promova sua autoaceitação, sem máscaras ou disfarces, tende a aumentar sua autoestima tomando para si a responsabilidade de tornar sua vida muito mais edificante e prazerosa.
Boa Reflexão e viva consciente.
II
Para tornar ainda mais claro o conceito emitido no texto anterior, podemos também afirmar que a atitude da autoaceitação ampara-se na consciência plena de quem você é, sem passar pelo crivo do que os outros acham ou pensam. Sendo assim, a autoaceitação é uma atitude íntima, somente da pessoa que, ao ter plena clareza de suas qualidades, compreende suas dificuldades ou deficiências não como algo insuperável, mas, como desafios a serem vencidos.
Muitos indivíduos são infelizes por viverem o tempo todo desejando ser aceitos pelos outros, por tornarem-se dependentes dos conceitos ou pré-conceitos alheios. Fazem isso de modo contumaz, mormente abdicam de suas qualidades, desejos e sonhos, para moldarem-se àquilo que acham que vai agradar aos outros. Portanto, essa postura, baseada na falta de autoaceitação, além de ser uma declaração de baixa autoestima é o reconhecimento da falta de competência pessoal para poderem ser e viver de acordo com seus próprios princípios ou valores.
Pensando bem, é desafiador ser autêntico vivendo num mundo onde a tônica é agradar a todo mundo. Porém, é mais compensador do que ser submisso, do que aderir à prática constante de viver cumprindo expectativas alheias alimentando rotineiramente suas frustrações. Um exemplo drástico desse modelo são aqueles filhos que vivem apenas para cumprir as expectativas dos seus pais ou familiares. Porquanto, seja no campo profissional ou nas relações interpessoais, num dado momento, com certeza, arcarão com as conseqüências por não terem escolhido o caminho que mais desejavam trilhar ou por não terem realizado aquilo que mais lhes traria satisfação na vida.
Enfim, a autoaceitação consciente promove na pessoa o re-conhecimento da sua totalidade, e isso com certeza a motivará a fazer as transformações existenciais que aspira. Quem conhece bem a si próprio e aquilo que é melhor para si, estabelece conscientemente propósitos e metas para sua vida. E por alimentar seu autorespeito e sua autoconfiança, passa a viver também num estado de harmonia consigo mesmo e usufruir melhor das oportunidades que lhes são oferecidas; usa também com maior eficiência sua criatividade. Além do que, seus relacionamentos, de modo geral, ganham em qualidade e prazer ao vivenciá-los autenticamente.
Autoaceitar-se, então, é como você olhar no espelho e dizer para si mesmo: “Esta pessoa sou eu, com qualidades e dificuldades eu me aceito plenamente, e comprometo-me a realizar muito mais e melhor por mim”. Lembre-se: este é o momento de um encontro maravilhoso em sua vida. Deixe que a emoção brote como se fosse água límpida de sua fonte interna, e que purifique seus pensamentos e atitudes. Aceite lapidar o cristal maravilhoso que com certeza existe dentro de você, não perca esta oportunidade, só por hoje!
Boa Reflexão e viva consciente.
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Willes S. Geaquinto - Psicanalista,Psicoterapeuta, Consultor Motivacional. Trabalha com a Terapia do Renascimento promovendo o resgate da autoestima, o equilíbrio emocional e solução de transtornos, fobias,etc... Palestras e Cursos Motivacionais(relação de palestras no site). Contato: (35) 99917-6943 site: www.viverconsciente.com.b E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Corpo e Mente clicando aqui. |
