Minha homenagem ao meu pai LINO HAMMES (In Memoriam)
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Autor Irlei Wiesel
Assunto Corpo e MenteAtualizado em 3/10/2014 3:23:22 PM
Ouço vozes que dão vida ao lugar que agora está silencioso.
Neste momento estou sentada sob a minha infância. Encontro-me recostada em uma espreguiçadeira tendo como companhia uma frondosa árvore que avança sua sombra em uma extensão inacreditável.
Eu, o vento, a sombra e minhas lembranças. Lembro de tudo e já não tenho mais nada a não ser, minhas memórias.
Meus pais moravam sozinhos em um sítio e lá se ocupavam dos afazeres diários. Nós, filhos, os visitávamos freqüentemente. Eles mantinham a nossa infância viva, pois sempre nos recebiam com amor. Bastava sairmos do carro que eles, já não tão jovens, abriam os braços para embalar filhos, netos e genros num longo e afetuoso abraço. O amor se expandia e ali uma família construía sua história. A natureza era a companhia preferida deles. Passarinhos, corujas, sapos, árvores balançando folhas prá lá e prá cá, flores, grama verdinha, nascer e por do sol, lua e estrelas e, de vez em quando, a visita dos filhos. Nós, os quatro filhos, sempre amamos, respeitamos e admiramos o que vinha deles.
Bem, como sabemos nada é para sempre. Os encontros que aqui, neste sítio, realizávamos, não mais serão os mesmos. Ontem aqui voltei e não vi os braços do meu pai abrindo-se para mim. O abraço acolhedor e necessário para ambos, não aconteceu. Meu pai foi embora para o plano espiritual há exatos quatro meses. Mantemos a casa, mas não contamos mais com a presença física, do esteio e do alicerce dele.
A mãe está conosco. Sua história de amor foi interrompida abruptamente com uma frase, dita pelo pai, que jamais será esquecida:
- Mãe, (assim que ele chamava a esposa) eu acho que eu preciso morrer!
A mãe gritou, mas o pai não ouviu mais.
Ela presenciou a finitude do amor em corpos físicos. A vida separou um amor de mais de cinqüenta anos de convivência harmônica. Bastou um suspiro e o pai, sogro, esposo, avô foi embora. O que a fortalece a mãe nestes dias de luto é a certeza que o amor imenso que nutriam um pelo outro, os unirá cedo a ou tarde. Afinal, 55 anos de casado, não se desfaz assim.
Um amor não acaba só por que o casal perde o companheiro para a morte física. A necessidade de que um dia partiremos é a única certeza que temos, não é mesmo?
Ele foi e nós ficamos. A casa é o lugar onde podemos amenizar a saudade e agradável mente nos sentimos perto dele. Enquanto escrevo este artigo, estou sentada sobre o local da recepção e do abraço.
Minha irmã e eu saímos de casa cedo, pois queríamos mais do que uma sombra acolhedora, e toda vez que sentíamos saudades de casa, imitávamos a fala de Scarlett O´Hara no filme E o Vento Levou.
O filme narra à trajetória dela. Revela uma mulher rebelde e decidida que sobrevive à Guerra Civil americana e luta para defender sua terra (Tara). Quando fragilizada pela dor da guerra ela dizia:
- Preciso voltar para TARA!
Ultimamente, toda nossa família sente uma necessidade pulsante de voltar a nossa TARA. Só que ao fazermos a viagem até aqui não encontramos mais o nosso eterno PAI. Porém encontramos setenta e oito roseiras, plantados por ele, um mês antes do seu falecimento. Sua marca ficou registrada em rosas. Inconscientemente ele plantou a quantidade relativa à sua idade. Penso que ele desejava deixar a nossa TARA mais colorida e cheirosa
Aqui também encontramos o que ele amava tanto: o sossego. Horas de silêncio e contemplação misturadas a uma agitada rotina de afazeres. Sentia-se vivo no lugar que chamava de seu.
Sentada sobre a minha infância ouço a voz alegre do meu pai. A força do olhar da minha mãe. Sinto a felicidade dos meus irmãos preparando tudo para a chegada da noite. A família toda se sentava ao redor do fogo e lá formávamos uma fortaleza inabalável. Meus pais acolhiam as dificuldades do dia e ofereciam preciosos conselhos. Nós crianças, pulávamos no colo deles para receber o que de mais intenso eles podiam oferecer, o calor do amor.
Éramos seis, hoje somos cinco. Em algum lugar lá no céu consta o registro referente à maneira como o pai de família Lino Hammes pautou sua vida terrena. Quem quiser pesquisar encontrará subsídios importantes sobre o que é viver com caráter, honestidade, paciência, amorosidade, força no trabalho, perseverança, coragem e muito mais.
Pai, sua passagem pela terra foi como uma brisa suave que amansou corações e serviu de exemplo para quem precisasse. Uma pessoa que ensinou usando como base o amor, agora tem o direito de descansar em paz.
Nós devemos continuar conquistando o mundo e quando necessitarmos convidamos a mãe Romana Verônica Hammes para passarmos alguns dias em Tara. O luxo de um hotel ou as paisagens imponentes ao redor do mundo, não se assemelha ao frescor, sabor, quietude e aconchego que encontramos no sítio que meus pais escolheram para escrever sua história. O luxo, neste caso, está no AMOR!
PAI descanse em PAZ que seguiremos em PAZ também!
... Ouço vozes que dão vida ao lugar que agora está silencioso...
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