O outro , espelho de meus desafios, medos, beleza e vitórias em mim e no meu caminho.
Autor Selma Soares Albuquerque
Assunto Corpo e MenteAtualizado em 17/11/2010 16:03:02
Vou abordar um tema delicado: a palavra e o sentimento que tememos: preconceito.
Vou expor o que penso, da forma mais simples e do meu jeito, pois sei que muitos, como eu , querem pelo menos compreender, ou pelo menos tentar.
Vou começar separando a palavra- pré ou pre - o que vem antes, o que antecede.
Neste caso, para mim, o pre ou pré da palavra só fecha, não abre. Veja, eu tomo decisões, atitudes e opino sobre as coisas e pessoas de forma negativa e separatista, sem fundamento, sem embasamento real. Só em fazer isso, poderíamos dizer que é injusto, não é mesmo?
A palavra conceito é diferente. Para estabelecer um conceito, vou pesquisar, estudar, fundamentar e experimentar e depois concluir. Bem, pelo menos até que algo ou alguém ou a vida me surpreenda com a realidade e o conceito se mostre falso ou insuficiente.
Mas quando junto o conceito com o pre ou o pré, fica complicado e volto a estaca zero.
Na história do mundo, esta palavra ocultou , na minha opinião, o que há de mais cruel e irracional em nós, que nos pretendemos seres humanos.
Fugimos desta palavra e nos apressamos a negar qualquer preconceito. Não temos nenhum, imagine.
Pois bem.O mundo, convive com os preconceitos e dos mais variados. Escondemos eles, até de nós mesmos, por medo, quando a opinião do grupo que fazemos parte ou a sociedade cogita de nos excluir ou nos criticar só , por expormos algum deles.
Pertencemos a grupos de pessoas, somos originários de famílias, que possuem, na maioria :medos , idéias que se perpetuam por gerações, assim vamos crescendo e nos desenvolvendo em um ambiente seguro. Recebemos informações e vamos absorvendo opiniões .
Estas informações ou conjunto de idéias, hábitos , em muitos casos são ótimos e nos auxiliam. Desde o tempo das cavernas recebemos informações úteis e necessárias a sobrevivência do grupo, mas também selecionamos e exercemos nosso arbítrio ou não, dependendo da conveniência ou até mesmo, para não sermos diferentes e descartados pelo grupo.
O preconceito é como uma gaiola de ouro. Parece muito bonito e confortável, quando aceitamos conviver com ele, mas com o tempo, torna a vida insuportável, pois limita a liberdade e gera um abismo, pois ao não aceitarmos os outros ou as coisas como são, não podemos aceitar e conviver bem conosco.
A vida é mestra em desfazer preconceitos, pois quanta gente, já não teve que rever seus preconceitos ao receber na família: pessoas que por "coincidência" ou "acaso", são: da cor que você não gosta, do trabalho que você abomina, do país que você detesta, da religião que você critica, ou vivem sua vida sexual da forma que você não aceita.
Pensando bem, quanta pretensão e ignorância a nossa, ao afirmar que não aceitamos isso ou aquilo. Afinal onde está a nossa superioridade?
Seremos os deuses do Olimpo, a reencarnação do Faraós, descendentes dos imperadores ou inquisidores?
Muitos querem saber quem foram em outras vidas, apenas por curiosidade. Espero, sinceramente que não descubram que foram um carrasco ou um inquisidor ou mesmo um colonizador que dizimou milhares de índios.
Penso que, mesmo sendo estes, não gostariam de repetir as mesmas ações, pelo contrário. A questão é que conservamos infelizmente em nossa memória, resquícios destes atos que nos envergonham. Avançamos muito e o mundo pode ser maravilhoso, se quisermos.
Atraímos a prosperidade , mas também a mesma lei atrai lições dolorosas, quando insistimos em padrões inadequados ao conhecimento que já temos e não utilizamos.
A nossa idade espiritual, ou a idade em que já estamos no planeta, deveria nos habilitar a extinguir todos ou a maioria dos preconceitos, que geram atrasos individuais e coletivos.
Os ditadores, déspotas e todos os que vivem na escuridão de seus espirítos, justificam a separação e a violência, para atingir objetivos escusos e manipulam os seres com falsas verdades e todos os tipos de preconceitos.
Busquemos olhar para dentro de nós e acendamos a luz, para identificarmos até o menor vestígio desta erva daninha e arrancá-la da nossa mente. Olhe sem medo e não fuja de si. Procure saber a causa, quem fez o comentário que você aceitou como certo. Por que você não gosta, o que justifica isso. Em que se baseia esse não gostar, não aceitar o outro como ele é.
O outro será sempre o nosso espelho e se a imagem aparece distorcida é porque falta o polimento, que nós temos que fazer, para que a imagem se torne clara e límpida e possa refletir nossa beleza.
Acendamos a nossa vela, para iluminarmos a nossa escuridão e depois a luz nos fará encontrar o outro e assim , todos veremos.
Só olhando para nós e dentro de nós, eliminaremos os preconceitos. Não adianta dizer que é espiritualista, ateu, cientista, intelectual, se alimentar preconceitos.
Não seremos seres considerados humanos, se não fizermos a nossa parte.
Seremos só um bando de criaturas sem rumo, com medo do desconhecido e não poderemos ser plenamente felizes, se não assumirmos nossa verdadeira identidade e responsabilidade.
Pense sobre isso e vamos seguir, semeando a coragem de estar em paz e seguir em paz com todos, sem excluir nada ou ninguém. Todos estão no caminho, no caminho de cada um, no tempo de cada um, do jeito de cada um; na pedra, na flor, no pássaro, no animal, no homem. Todos somos um.
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