Por que o estudo de uma segunda língua é bom para o cérebro?
Atualizado dia 09/08/2012 15:00:29 em Corpo e Mentepor IZEF
Pesquisadores da Universidade College London estudaram o cérebro de 105 pessoas - 80 dos quais eram bilíngues.
Foi descoberto que estudar uma segunda língua altera a massa cinzenta - área do cérebro que processa as informações - da mesma maneira que exercícios formam músculos. Impressionante, não? O cérebro tem a habilidade de mudar a sua estrutura como um resultado de sua estimulação - um efeito conhecido como plasticidade - e o estudo demonstra como aprender línguas desenvolve essa estimulação.
A equipe analisou o cérebro de 25 britânicos que não falavam uma segunda língua, o cérebro de 25 pessoas que aprenderam uma segunda língua europeia antes do 5 anos de idade e 33 pessoas bilíngues que aprenderam uma segunda língua entre os 10 e 15 anos.
Os resultados revelaram que a densidade da massa cinzenta no córtex parietal inferior esquerdo do cérebro é maior em bilíngües do que naqueles sem uma segunda língua.
A melhor fase para se estudar é a jovem! Será mesmo?
Quando falamos em estudar uma segunda língua, falamos em ativar outras partes de nosso cérebro. Há evidências diretas de que, quando ocorre a aprendizagem, a comunicação neuro-química entre os neurônios é facilitada, e menos abertura é necessária para ativar ligações estabelecidas ao longo do tempo. Novas evidências também indicam que a aprendizagem cria conexões não só entre neurônios adjacentes, mas também entre os neurônios distantes, e que as conexões são feitas a partir de circuitos simples para as complexas e de circuitos complexos para os simples.
Por exemplo, a exposição a sons de fala não familiares é inicialmente registada pelo cérebro como atividade neural indiferenciada. A atividade neural é difusa, porque o cérebro não aprendeu os padrões acústicos que distinguem um som do outro. Enquanto a exposição continua, o ouvinte (com seu cérebro) aprende a diferenciar os sons e até mesmo curtas seqüências de sons que correspondem a palavras ou partes de palavras. As conexões neurais que refletem esse processo de aprendizagem são formadas no cortéx (temporal) auditivo do hemisfério esquerdo para a maioria dos indivíduos. Com mais exposição, ambos os circuitos, simples e complexos, (correspondente a sons simples e sequências de sons) são ativados em praticamente ao mesmo tempo e mais facilmente.
Como as conexões são formadas entre neurônios adjacentes para formar circuitos, as conexões também começam a se formar com os neurônios em outras regiões do cérebro que estão associadas com a informação visual, tátil, olfativa e até mesmo relacionadas com o som da palavra. Essas conexões dão ao som o significado da palavra. Alguns dos locais do cérebro para estes outros neurônios estão longe dos circuitos neurais que correspondem aos sons que compõem as palavras, que incluem sites em outras áreas do hemisfério esquerdo e até mesmo locais no hemisfério direito. O complexo de neurônios interconectados que são ativados pela palavra é chamado de rede neural.
Em qualquer idioma e em qualquer cultura, não há registro de crianças que tenham falado antes de compreender um enorme pedaço da "língua-alvo". Os bebês ficam em silêncio por pelo menos um ano, enquanto internalizar um mapa dessa língua-alvo. Durante este período de silêncio de um ano, as crianças interiorizam um modelo de gramática, fonologia e semântica antes mesmo que eles possam proferir algo inteligível, como "mamãe" ou "papai". Eles alcançam esse mapeamento impressionante que o Dr. Asher* chama de conversas de "linguagem corporal" (que é a essência de uma técnica que chamo de Total Physical Response, conhecido mundialmente como TPR).
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