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Quando a meditação não funciona - 1

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Autor Ton Alves

Assunto Corpo e Mente
Atualizado em 3/6/2013 3:35:53 PM


Manoela (nome trocado pra preservar a identidade), uma pessoa a quem ajudei a aprender meditar como forma de superar o terrível estado emocional em que estava num dos piores momentos da sua vida, me procurou para me dizer que "meditar já não funciona comigo". Garantiu-me que continua fazendo seus dois momentos diários de meditação, de manhã e à noite, tudo conforme havia aprendido. Mas no resto do dia seu humor e sua energia ficavam péssimos.
Agora livre da crise existencial que no passado a levou a meditar, Manu me conta que também assumiu a direção da empresa onde trabalha e começou um romance, nada tranquilo, com um colega de serviço em fase de divórcio. Além disso, sua filha que se casou muito cedo, aos 15 anos, estava morando com ela e grávida, pois o marido da garota estava desempregado.
Achei prematuro qualquer diagnóstico para o caso dela e sugeri que viesse passar um dia comigo. Nesse tempo, meditaríamos juntos, conversaríamos e depois, talvez, eu pudesse ajudá-la de alguma forma.
Assim que ela chegou a minha casa, pedi que desligasse o celular e tentasse relaxar. Sentamos na varanda nos preparando para começar a meditação, Manuela interrompeu o silêncio para perguntar se podia ligar o telefone. Precisava se comunicar com sua secretária, para ver se tudo ia bem. Consenti e já comecei a perceber o que acontecia com as meditações sem resultados de minha amiga.
Meditamos profundamente e percebi que, asim que terminamos, Manu estava relaxada, serena e alegre. Mas, quando fomos tomar o café ela ligou o telefone que não parou mais de tocar. O dia havia começado, de verdade para Manuela. Conversamos mais um pouco, entre um telefonema e outro. Notei que, na medida em que o Sol fazia sua subida no céu rumo ao meio-dia o estado geral de ânimo de minha amiga ficava mais acelerado.
Começou a falar depressa, contraindo a testa e remexendo a bolsa no colo. Tomava xícaras de café quase uma em seguida à outra. Mesmo passeando pelo jardim, Manuela permaneceu tensa. De nada adiantaram as borboletas, os pássaros , as flores e o vento fresco do ar livre. Ela estava acelerada, tentando aparentar uma calma exterior que nada tinha a ver com o furacão que a dominava interiormente. E assim ficou o dia todo.
Meditamos no começo da noite e Manuela logo que abriu os olhos levantou-se da almofada e começou a se preparar para ir pra sua casa. A preocupação com a filha, os negócios e consigo mesma estava nitidamente no seu rosto. Combinei que conversaríamos no domingo próximo, quando a filha estaria com os sogros e seu escritório fechado.
Enquanto o domingo não chegava, analisei com bastante calma e serenidade o que eu havia percebido no contato com minha amiga. Queria, e devia, ajudá-la. E não havia uma mágica a ser feita. Repassei várias vezes todos os momentos daquela sua visita. Tentei me lembrar de todos os detalhes. E concluí que realmente a meditação que Manuela fazia era ineficiente. Sem resultado concreto nenhum. Para ela, os momentos de meditação era pura perda de tempo.
E minha conversa com Manuela, no domingo, acabou sendo um momento de profunda reflexão que serviu, inclusive, para avaliar até mesmo o que eu estava fazendo com minha proposta de uma meditação ativa, integradora e profunda.
E concluí que meditar por meditar não funciona. Tornar-se um meditante, é como contrair núpcias consigo mesmo. É começar um período novo na vida da gente onde corpo, mente e espírito se integram num todo único e em todos os momentos da nossa vida.
A longa conversa que tive com Manuela, e comigo mesmo, sobre meditação vou apresentar no texto a seguir. Pois espero que minha reflexão possa ajudar as pessoas como ajudou a mim e certamente ajudará minha angustiada amiga.
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Ton Alves   
Ton Alves é coordenador do Projeto CASULO DE LUZ de incentivo à prática da MEDITAÇÃO HOLOMÍSTICA TRANSRELIGIOSA (MHT), baseada no exercício do silêncio interior, na contínua atenção ao instante presente e no amplo cuidado com as várias dimensões da realidade.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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