Saúde Integral e Qualidade de Vida
Atualizado dia 3/4/2019 1:05:11 AM em Corpo e Mentepor Wiliam Wagner Silva Sarandy
Em geral, se deduz se tratar de procedimentos relativos a uma alimentação saudável com atividade física apropriada, medições de massa e gordura corporais, além de outras medições e exames laboratoriais para controle de diversos fatores orgânicos, bem como respeito a momentos de repouso, uma hidratação adequada, dentre outros procedimentos que são reconhecidos comumente como de prevenção de doenças e promotores de saúde.
Todos esses procedimentos, sim, fazem parte de uma vida saudável. Entretanto, eles seriam suficientes para a definição do que é saúde integral, garantidora de uma melhor qualidade de vida?
O Paradigma Holístico
Como conceito de Saúde Integral, adotamos a definição da American Holistic Medical Association, segundo a qual: “A saúde é um estado de bem-estar no qual o corpo, a mente, as emoções e o espírito de uma pessoa estão em harmonia com o ambiente natural, cósmico e social” (apud TEIXEIRA, 1998:XV-XVI).
Além disto, a sabedoria oriental nos ensina que o ser humano é um “microcosmo” e traz em si, simbolicamente, os mesmos princípios que regem o “macrocosmo”. Deste modo, há um mecanismo de influência mútua entre microcosmo e macrocosmo, o que nos faz inferir que a harmonia ou a desarmonia em um aspecto da vida, consequentemente reflete-se no outro.
Definição de Saúde e Doença em uma Visão Integrativa
Para que possamos nos proporcionar um estado de saúde integral, se faz necessário observarmos os nossos pensamentos, sentimentos e atitudes, os quais podem nos auxiliar a manter o nosso equilíbrio com a expressão de emoções positivas: intuição, dinamismo, coragem, concentração, tenacidade, paz; ou nos desequilibrar com a expressão de emoções negativas: irritabilidade, medo, ansiedade, letargia etc.
As nossas crenças, princípios e valores afetam a nossa neurologia, que na relação com o mundo (meio-ambiente), geram emoções positivas ou negativas que são capazes de afetar o nosso corpo físico, promovendo estados de saúde ou de doença, em razão da sensibilidade e da inter-relação dos sistemas nervoso, imunológico e endócrino.
Assim, resumidamente:
Saúde: Estado de harmonia no qual o indivíduo mantém consigo mesmo e com o meio ambiente, levando a um equilíbrio dinâmico entre corpo, mente e espírito.
Doença: Quebra nesta harmonia, trazendo ao indivíduo sensações objetivas ou subjetivas de desprazer, desconforto ou mal-estar, desencadeando distúrbios psíquicos ou disfunções orgânicas, manifestadas através de diversos sintomas físicos.
O Paradigma Holístico
Os Fatores de Promoção da Saúde
A busca pela Saúde Integral, sob o Paradigma Holístico, deve ter seu foco na combinação dos denominados “Fatores de Promoção da Saúde”, favorecendo ao ser humano, quando em harmonia com estes fatores, agir com as seguintes características:
- Assumir responsabilidade pela sua própria saúde;
- Atuar como um educador do processo de saúde, tanto individual (auto-educação), quanto coletiva;
- Assumir um papel ativo na sociedade, no exercício da plena cidadania; e
- Atuar de modo consciente e positivo na interação homem-cultura-natureza, em prol de um mundo sustentável.
Até que ponto eu sei quem eu sou e compreendo o “meu lugar” no mundo e nas minhas relações pessoais, familiares, profissionais e sociais? Como me coloco perante a vida, como um ser cada vez mais consciente e íntegro?
Fator Biopsicológico (nível do cuidar): refere-se à concepção da qual o Ser Humano é constituído por um conjunto de corpo-mente-espírito, indissociáveis, que favorecem a vida em seu aspecto “multidimensional”. Este fator rege os processos de prevenção de doenças, de manutenção da saúde e de intervenção terapêutica, atuando para se evitar ou para tratar os sintomas físicos, psíquicos ou sociais.
Como eu me cuido ou favoreço o bem-estar dos demais indivíduos? Como é a relação com meu corpo, através da alimentação, sono, hidratação e exercícios físicos? Como é a relação com minha mente, através da meditação e de exercícios de relaxamento e respiração? Como me relaciono com minha dimensão transcendente?
Fator Ético, Sociocultural e Ambiental (nível do fazer): refere-se à “visão sistêmica da vida” ou ao “pensar em rede”, através da melhor adaptação com o ethos, palavra que significava para os gregos antigos a morada do homem, isto é, a natureza, a qual, uma vez processada mediante a atividade humana, faz com que a regularidade própria dos fenômenos naturais seja transposta para a dimensão cultural, recheada pelos mitos, costumes e tradição de uma determinada sociedade.
Em outras palavras, até onde eu, de modo individual ou através de ações coletivas, estou integrado e interfiro na harmonização do meu meio ambiente (ethos)?
Como Atuar na Harmonização dos Fatores de Promoção da Saúde?
A partir de duas visões, podemos afirmar:
Em uma visão neurolinguística, é através do ato consciente de transformação interior, levando o indivíduo a um sentimento de maior “integração” consigo mesmo que mudamos, por ressonância, a nossa realidade exterior (ethos).
O que pensamos ou sentimos se projeta imediatamente no padrão de nossos neurotransmissores, em outras palavras, o “programa” instalado em nossa mente (“holograma” psíquico) se projeta em nosso estado de saúde ou doença.
Deste modo, os hologramas psíquicos seriam a projeção da nossa realidade individual que afeta a nossa maior ou menor qualidade de vida, em ressonância com a psicosfera coletiva, nos conectando a uma ou mais redes de consciências, o que pode favorecer ou agravar ainda mais o nosso estado de saúde ou doença pessoal ou social, conforme o caso.
Em uma visão biopsicológica, o segredo se encontra na harmonização de nosso sistema endócrino. Conforme o endocrinologista Louis Berman (apud ANDREWS, 2014):
"A personalidade humana é um complexo corpo-mente dominado pelas secreções endócrinas internas. Essas secreções controlam a natureza humana, e quem controlá-las, controla essa natureza. Cada aspecto de atividade humana, do despertar ao dormir, alimentar-se, casar-se, trabalhar, ócio, luta, brincadeira, sentir, usufruir, entristecer-se, cada sombra de emoção e nuance de humor são episódios endócrinos, regulados pelas leis que agora estamos começando a vislumbrar."
É importante observar que cada glândula endócrina influencia a produção de hormônios específicos que afetam a psicologia humana, sendo que desequilíbrios na super ou subestimulação da secreção desses hormônios podem causar problemas físicos ou emocionais:
A secreção hormonal afeta diretamente o nosso metabolismo, atingindo toda a atividade celular e, assim, interferindo em nossa atividade genética (a partir das proteínas reguladoras, genes e produção e ação das demais proteínas: enzimáticas, transportadoras, de defesa etc.), culminando em alterações em nossas funções fisiológicas (resultando em saúde ou doença, conforme o caso).
Como em uma via dupla, no entanto, as nossas emoções são novamente alteradas: em parte retornando a afetar o nosso sistema endócrino (reiniciando o ciclo) e em parte afetando o nosso próprio psiquismo (realimentando-o).
Através de práticas saudáveis, aliadas a atividades biopsicológicas, agindo sobre o sistema endócrino, podemos harmonizar o nosso conteúdo psicoemocional; incluindo meditação, relaxamento, técnicas de respiração, automassagens, Yoga, por exemplo, ativamos nossas funções psiconeuroimunológicas, que são fundamentais para a manutenção de nossa saúde integral, auxiando em nossa qualidade de vida.
REFERÊNCIAS:
- ANDREWS, Susan. Curso de Biopsicologia: Apostilas. São Paulo : Instituto Visão Futuro, 2014.
- BALLONE, G.J. Psiconeuroestimulação. http://www.psicologiaprevitali.com.br/psiconeuroimunoestimulacao.php. Acesso em 12/03/2014.
- DALKE, Rüdiger & DETHLEFSEN, Thorwald. A Doença como Caminho: Uma visão nova da cura como ponto de mutação em que um mal se deixa transformar em bem. 6ª ed. São Paulo : Cultrix, 1998.
- MARTINS, Edison Flávio. Vrittis dos Chakras: Os vórtices da mente. http://www.geocities.ws/edison_flavio_martins/vrttis.html. Acesso em 20/03/2014.
- MELLO MOTTA, M.C. Psiconeuroimunologia. http://www.angelfire.com/journal/imuno/imuno5.htm. Acesso em 12/03/2014.
- SILVA, Marco Aurélio Dias da. Quem Ama não Adoece. 34ª ed. São Paulo : Editora Best Seller, 2003.
- TEIXEIRA, Sérgio. Medicina Holística. Rio de Janeiro : Campos, 1998.
- TILL, Marietta. A força curativa da respiração. São Paulo : Pensamento, 1988.
- VIEIRA FILHO, Henrique. O Microcosmo Sagrado: O segredo da Flor de Ouro para saúde e autoconhecimento. 2ª ed. São Paulo : SINTE, 2006.
Texto Revisado
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