TEOTERAPIA
Atualizado dia 10/19/2008 2:35:21 AM em Corpo e Mentepor Marcio Isael(ZAYASH)
A Teoterapia reconhece que somente o agir ressonante com o Eu essencial, dotado da onivisão causal que contempla a vida a partir das causas e não dos efeitos, é que poderá libertar o homem da teia ferina e paralisante dos automatismos e recorrências que tornam sua vida previsível, redundante e pobre de significado.
A Teoterapia propõe um trabalho de desconstrução conceitual, ou conforme coloca Ken Wilber, uma proposta para resignificar nossa mente mediante uma relação vertical com a vida, o que se traduz como amplitude perceptiva e capacidade de estar atento ao que o eu condicionado não enxerga.
O modelo de pensamento que determina nossas escolhas, julgamentos e ações é o modelo linear-monocordista, que é por natureza, determinista, exclusivista, lateralizado, dualista e sem poder de síntese. É um modo de agir cujas soluções são sempre paliativas e superficiais. Não estimula a investigação, a descoberta, mas induz ao pensar breve, carente de qualidades femininas, tais como a ternura, a sensibilidade intuitiva e a adaptabilidade. É um modo de pensar e agir predatório, pois não considera o aspecto “vida/qualidade”, mas somente, o aspecto “forma/quantidade”.
Dentro do limitado modelo linear, as muitas possibilidades de perceber, experimentar e responder aos acontecimentos, são rechaçadas em prol de visões uniformes e pré-fabricadas, adquiridas do exterior e do passado sem que tenham sido legitimadas por uma reflexão interior. Ato contínuo, tal estreitismo inviabiliza o poder de resposta criativo e potencialmente curador que irrompe do interior, cuja natureza integral e oceânica, está conectada ao Todo em suas muitas variáveis.
Na verdade, conforme disse J.Krishnamurti, estamos sempre reagindo ao passado (o pensamento é uma reação do passado). Quantas novas atitudes são pedidas, a cada instante, para que possamos superar, íntima e profundamente, problemas que não respondem efetiva e afetivamente aos métodos usados, igualmente criados por uma educação linear?
A própria visão periférica e determinista sobre o que categorizamos como “bem” e “mal”, constitui um dos mais nocivos modelos em voga e que acabou influenciando todos os paradigmas que estruturam nossa abordagem perante a doença, a sexualidade e no nível mais radical de todos, a própria complexidade da natureza humana, que nunca foi levada em conta na sua integralidade e organicidade.
A Teoterapia é uma proposta amistosa de acolher e conduzir, à Luz da Alma, os muitos “eus” que gritam dentro dos compartimentos estanques que conformam grande parte daquilo que denominamos ego. Quem teme e hostiliza as sombras teme e hostiliza a luz, posto que a sombra nasce do relacionamento parcial e limitado do ego perante os acontecimentos, o que invoca de imediato as formas interiores e essenciais de percepção e ação. O mal não existe per si; e Amor é consciência, e consciência é informação interior aplicada como atividade criadora.. Na Teoterapia, descobrimos a liberdade de poder construir o próprio caminho quando nos permitimos aprender a desconstruir os trilhos normóticos herdados do meio ambiente social, familiar, religioso, político e econômico. Recolher informação do interior para o exterior é a meta suprema do Ser Humano. Mas devemos levar em conta que o ato de construir o próprio caminho não significar excluir-se do mundo, nem muito menos, descartar os outros caminhos, senão, tornar-se mais uma via desobstruída para que a infinita criatividade do todo se renove por meio de cada um de nós.
A Teoterapia é um trabalho de pacificação interna que por ser interdisciplinar, incorpora métodos que alimentam diferentes dimensões do todo humano.
A prática terapêutica da Teoterapia inclui meditação, visualização criativa e práticas respiratórias, pois sendo orgânica em sua abordagem, não se reduz ao enfoque meramente teórico e conceitual dos pontos a serem corrigidos. A meditação, por exemplo, foca atenção no momento, no agora, aumentando a capacidade perceptiva dos sentidos e naturalmente, do sistema nervoso e do cérebro.
Na meditação, tomamos consciência do quanto nos encontramos absortos em hipotecas futuras, em "pré-ocupações" e ansiedades que nos deixam alheios e estranhos ao próprio corpo.
A Meditação é o grande instrumento da Teoterapia, pois nos torna atentos, porém, suaves. A arte da atenção resgata a capacidade de valorar o que somos e o que está no nosso entorno, nos faz perceber coisas lindas que sempre estiveram ao nosso lado, mas que nunca enxergamos.
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