Vitalidade independe dos anos de vida...
Autor Regina Ramos
Assunto Corpo e MenteAtualizado em 31/07/2012 21:46:19
Eu completarei 63 anos no próximo dia 10 de agosto. Sou de 1949. Nos anos 60 eu era jovem, então quando uma pessoa dizia ter nascido em 1910, por exemplo, eu ficava espantada: nossa, que velha! Não como falta de respeito, apenas imaginando que não deveria ser bom ter mais de 50 anos. Aí eu cheguei aos 50, 55, 58, 60 e agora 63. E sabe o que descobri? Que a gente vai envelhecendo mansamente, com tempo para ir se adaptando à nova fase da vida, a tal terceira idade. Para mim é assim que vem acontecendo, mas sei que para muitas pessoas, principalmente para algumas mulheres a coisa “pega”! Eu vi o tempo passar, e olhando para trás, para tudo o que realizei, me dou conta de que eu não teria feito tanto se tivesse menos idade.
Mas Regina, que tanto é esse que você fez? Ah, eu dancei muito, eu nadei muito nas piscinas de Brasília onde passei minha adolescência, eu fui aluna estudiosa, sempre, eu namorei umas belezuras, eu me apaixonei algumas vezes, eu me casei por amor e fui feliz por mais de vinte anos, eu criei meus filhos, Tamara e Tarso, com muita dedicação e amor materno, eu sou professora por vocação e lecionei em ótimos colégios e faculdades onde meu trabalho foi reconhecido, eu completei dois cursos superiores e fiz duas pós–graduações, eu chorei muitas vezes por grandes perdas e grandes aflições, e chorei por pequenas coisas e por emoções as mais diversas. Eu sofri como gente grande. Mas também ri muito e muito me diverti! Eu estive presente no crescimento dos meus filhos, eu participei de todas as fases do desenvolvimento deles. Eu tenho sido feliz, ah como eu tenho sido feliz nesses 63 anos de vida, pois entre perdas e ganhos o prato da balança pesa mais para os ganhos!
Quer dizer que é bom envelhecer, Regina? Olha que agora você começou a rumar para os 70!
Eu já expliquei que a gente vai se acostumando, certo? Eu não vou me deitar com 63 e acordar com 70! Oxalá eu tenha mais tempo para viver! Tenho projetos, planos, sonhos que almejo concretizar. Estou cheia de vitalidade e coragem! Isso também eu constatei ao fazer 60 anos: vitalidade independe de tempo cronológico. Vitalidade a gente mantém interessando–se pela vida, buscando ser útil, dando o nosso melhor, cultivando o amor, perdoando sempre, a nós mesmos pelos erros cometidos, perdoando os que nos magoaram, perdoando as situações adversas já vividas e as que ainda poderão vir. Não basta cuidar da alimentação e fazer exercícios físicos; é preciso limpar por dentro e guardar somente as boas lembranças.
Dia de aniversário para mim é dia de reverenciar a vida, de agradecer o que ela me deu e continua dando. Dia de comemorar mais um ano de vida! Isso é acréscimo, é nova oportunidade, é renascimento. Sinto–me feliz, fortalecida emocional e espiritualmente. Avançar em idade é bom, gente! É até muito bom. Trazemos uma bagagem lá de trás que nos facilita para nos adequarmos aos novos tempos, basta ser receptivo e não ficar com saudosismo - bom é o hoje, o agora.
Que sentido tem a vida aos 63 anos? A vida tem o sentido que cada um dá a ela, independente da idade. Para mim, ela tem e faz sentido, mas ainda quero descobrir outros. Continuar vivendo como um eterno aprendiz. Assim, a idade nunca pesa, ao contrário, é uma bênção.
“E eu fico com a pureza da resposta das crianças: é a vida e é bonita, é bonita.”
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Professora de Português, Francês, História da Educação e Filosofia da Educação. Orientadora Educacional e Consultora Pedagógica. Palestrante. Taróloga. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Corpo e Mente clicando aqui. |
