Quem tem medo da morte?
Atualizado dia 20/07/2015 11:02:14 em Espiritualidadepor Nadya Prado
Quando voltamos ao corpo, dificilmente lembramos desses momentos de emancipação espiritual, devido ao adensamento necessário para o retorno à matéria. A realidade espiritual é vivenciada e guardada apenas pelo espírito e às vezes por alguns lampejos que a memória consegue trazer à tona.
Tudo o que nos parece desconhecido provoca certa ansiedade e medo.
Muitos de nós já presenciamos a morte de alguém ou já nos sentimos pertinho dela... E quando ela aparece à nossa frente, um misto de emoções nos toma.
Como dizem, basta estar vivo para morrer. A morte é parte integrante da vida, assim como o outro lado da moeda. Você pode tentar não olhar para o outro lado, mas ele está lá e de vez em quando se mostra lhe dando um cutucão.
Assistimos às notícias diárias sobre a morte de pessoas famosas ou desconhecidas que se tornam manchete na mídia. Em nossa mente há uma reação instantânea de empatia e ao mesmo tempo também de alívio, por se tratar de outra pessoa que não nós mesmos ou alguém próximo. Uma fuga da realidade, que o ego procura alimentar, para não ter que lidar com sua finitude.
Não há como fugir o tempo todo da realidade que a morte do corpo nos apresenta, mas o ego sempre irá negá-la, mesmo que por tempo determinado.
Na luta pela sobrevivência, criamos um sistema de defesa natural e o medo faz parte desse conjunto emocional que nos protege. Porém, se nos restringimos apenas à nossa herança animal, impulsionada pelo cérebro límbico, passamos a nos manifestar sem discernimento e consciência.
A cultura ocidental olha para a morte, através das lentes do medo, em seu imaginário materialista. É tão aterrorizante que escolhemos negá-la. Algumas estratégias que usamos para não encarar a morte são:
o excesso de planos para o futuro;
a necessidade de estar sempre desejando algo mais;
estar sempre fazendo alguma coisa o tempo todo;
o medo de ficar sozinho;
apego ao passado e a matéria.
A morte é o silêncio do ego.
A vida terrena é maravilhosa, mas para o espírito, a morte é o momento de sua libertação. O retorno ao lar espiritual, do qual ele provisoriamente se afastou para seu aprendizado na carne.
A vida é uma experiência passageira que proporciona a oportunidade de reforma interior e evolução. Poucos espíritos voltam com a tarefa cumprida, esquecendo-se de seus compromissos e rapidamente se apegando aos desvios do ego.
As realizações as quais se propõe na vida terrena são bem diferentes dos desejos do ego. Mas, na esfera consciencial limitada, quando encarna, o espírito fica preso ao comando do ego. Desta forma, restringe-se à expansão da consciência, capaz de trazer à tona todo o conhecimento que o espírito já adquiriu, como somatória de suas vivências em outras encarnações e também de suas experiências na dimensão astral.
A Roda de Samsara explica com destreza o ciclo constante das reencarnações que se repetem, enquanto o Homem não se conscientiza de sua espiritualidade.
“O que é chamado de Samsara é como uma roda de oleiro, uma polia d’água ou abelhas aprisionadas em um jarro. Quando uma abelha está dentro do jarro, ela permanece nos limites do jarro, não importa por onde voe, porque não há outro lugar para ir. Da mesma forma, não importa onde você nasça, nos destinos inferiores ou superiores, você não terá passado das fronteiras de samsara. O topo do jarro é como os destinos superiores dos deuses e dos homens, e o fundo do jarro é como os destinos inferiores. Segundo o karma virtuoso ou não virtuoso, viajamos de um destino para outro em renascimento após nascimento, e por isso chamamo-los samsara, rodando em círculos", explica Dpal-sprul O-rgyan no livro Kun-zang La-may Zhal-lung.
No momento da morte, o espírito tem a possibilidade de se libertar da roda, mas provavelmente os karmas acumulados não permitirão.
Mas, voltando para o medo de morrer que muitos têm, é necessário ampliar a consciência para o despertamento espiritual. Minimizar a influência do ego para trazer o espírito mais presente para a vida terrena.
O sofrimento é o resultado da dominação do ego sobre o espírito e podemos reverter essa situação para o propósito ao qual estamos todos destinados: a morte.
Ela é o renascimento e a cura da alma; a dissolução do ego para o afloramento do espírito.
A cada vida adquirimos uma identidade para nos mover em nosso aprendizado. À medida que a lição é compreendida e que percebemos a Luz, que envolve a tudo e a todos, além das nuvens grosseiras do egoísmo, somos convidados a compartilhar da sabedoria do Criador.
Ela nos mostra que somos eternos e que todo sofrimento é uma ilusão resultante da falta de conexão com essa sabedoria que está intrínseca em nosso coração.
Não há porque temer a nossa libertação do egoísmo e de todo o sofrimento. Apesar de parecer algo sobre-humano, aprender a lidar com a morte como algo natural, sem negá-la, pode nos curar e nos livrar de suas garras.
Quanto mais a tememos mais lutamos contra um inimigo invencível. Porém ao aceitá-la, ela se enfraquece, sendo substituída pela eternidade que nos pertence. A única realidade que nos abraçará, a luz eterna e a paz interior.
A morte não existe, portanto, não a alimente com a energia do medo. Toda a doença do corpo e da mente é apregoada pelo conceito materialista e ilusório sobre a vida e a morte.
Busque sua cura na escuridão em que se escondem suas crenças. Aquiete sua mente e deixe fluir o Todo em seu ser, norteando-se pelo amor incondicional.
Olhar para a morte é olhar para a vida com olhos despertos e amorosos, para cada novo amanhecer, com gratidão e presença.
Seja Amor!
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Texto Revisado
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Psicoterapeuta Transpessoal Técnica Naturopata, com extensão em Psicopatologias Psicanalíticas e Psicossomática Contemporânea., estudiosa dos estados alterados da consciência e transtornos psicológicos, inclusive mediunidade transreligiosa. Atendimentos online no skype Informações e agendamento envie email para [email protected] E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |