A ansiedade do buscador…

   

Autor Alex Possato

Alguns alunos e amigos… e até a minha filha, me relatam um estado de ansiedade profunda. A alma se sente incomodada diante das coisas que o ser humano se vê obrigado a fazer, lugares que freqüenta, pessoas que encontra, hábitos que possuem, obrigações que se colocaram a cumprir…
 

Acabo de sair da aula de yoga, que realizo no lindo e colorido espaço do Lama Padma Santem, próximo ao Shopping Paulista, onde a instrutora Luciana disse que em breve, uma conhecida irá fazer uma vivência de final de semana, falando a respeito de yoga e meditação. Esta pessoa participou de um retiro… pasmem! – de três anos, três meses e três dias, ininterruptos. Eles participam de uma linhagem do budismo tibetano, onde esta forma de imersão é tradicional, geralmente direcionada aos monges, mas também aberta aos leigos.
 

Monja Coen, a conhecida mestra brasileira de zen budismo, relata sempre sua experiência de 5 anos no mosteiro zen em, se não me engano, Nagoya, no Japão… Na Índia, são incansáveis os relatos  de mestres que ficam retirados no Himalaia, anos e anos, meditando, vivendo em contemplação…
 

Não sou um meditador muito disciplinado. Já medito há quase 10 anos, mas tenho altos e baixos. Nunca fiz nada parecido ao que relatei nos parágrafos anteriores. Meu maior período de meditação contínua e quase ininterrupta, foi de 10 dias. Mesmo assim, me comovo quase às lágrimas ao lembrar o que minha mente era antes, e o que é hoje. Junto à meditação, busquei inúmeras terapias, para auxiliar no contato com minhas emoções profundas, que inevitavelmente surgem, quando sentamos e observamos.
 

O que quero dizer é que a ansiedade, assim como qualquer outro estado emocional, é um condicionamento da mente. Somos seres condicionados a vivenciar o amanhã, presos naquilo que  queremos, ou fugir, ou repetir do ontem. Isso nos faz viver sempre fora do “agora”, que é o único tempo real que existe. Não observamos o que estamos fazendo. Não sentimos a textura do tecido no nosso corpo. Não ouvimos os sons que surgem da janela. Não percebemos se nosso corpo está frio ou quente. Não entramos em contato com nossas emoções e nem observamos nossos pensamentos. Esse vício, que é aprendido, condicionado pela sociedade consumista e firmemente imbuída em manter as pessoas hipnotizadas e condicionadas, para que possam consumir os produtos absolutamente desnecessários que consomem, numa velocidade absurda e não-ecológica, pode ser descondicionado com a simples observação.
 

Sempre falei de meditação nos cursos para terapeutas que dou, mas sinto um chamado para aprofundar nesse tema, pois se os terapeutas, que são os curadores da sociedade, não conseguem parar e observar a si e ao próximo, como podem curar alguém? A mente humana está condicionada na doença! E se faz necessário sair desse condicionamento. Desconstruir idéia por idéia. Perceber os medos, neuras, conflitos e deixar passar.Entrar em contato com a realidade de que tudo o que pensamos ou sentimos, não tem grande importância para aquilo que somos: um ser em paz, poderoso, com o dom da cura natural, dotado de grande sabedoria inata, que é possível acessar quando estamos em… silêncio! Paz interna. Observação…
 

E se os monges e buscadores precisam anos e anos de práticas austeras, perseverantes – não para se iluminar, mas “somente” para aquietar a mente! – sou obrigado a dizer que não é em um ou dois dias de meditação que você largará o vício de ser ansioso. Ou de ter medo. Ou outra neura que você tenha… Comece agora. Não perca mais tempo. Vejo muitas pessoas adoecendo… muitas mentes entrando em pane, gente surtando, perdendo o contato com a vida, deixando as memórias se escoarem entre os dedos… Mente doente, corpos doentes. Sociedade doente. Se você tem consciência e amor por si mesmo e pelos que estão próximos, está na hora de sair desse barco, e sentar-se. Medite. Em uma semana, você verá os benefícios. Eu garanto! E começará a ficar imune aos apelos do consumo. Das atividades e produtos que buscam nos entorpecer, ao invés de despertar. Tecnologia, bebidas, lazeres, encontros, prazeres, que só servem para aliviar, já que todos estão “uma pilha”! Você não precisará mais disso.  Começará a gastar menos… até poderá sobrar dinheiro… quem sabe você, então, não inventa uma viagem para a Ásia? Para fazer um retiro de 3 anos, 3 meses e 3 dias?

Alex Possato é terapeuta de constelação familiar sistêmica e orienta cursos de formação em constelação. Clique aqui e saiba mais sobre suas datas de constelação em grupo e cursos em SP e outros estados.
 

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Alex Possato    Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui.