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A concentração

Atualizado dia 10/04/2010 17:50:51 em Espiritualidade
por Bernardino Nilton Nascimento


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O passo mais importante para se aprender a concentrar é “ficar só” consigo mesmo. Esta habilidade é preciosamente uma condição da capacidade de se amar.

Quem quer que tente ficar só consigo mesmo, descobrirá o quanto é difícil, mas também verá o quando vai lhe fazer bem. No começo, pode se sentir inquieto, nervoso e ansioso. Estará disposto a racionalizar sua má vontade em continuar, pensando que isso não tem o menor valor. Observará que vai vir à sua mente todas as espécies de pensamento. Vai pensar nos seus planos do dia, da semana, do mês, do ano e até mais adiante.

Com isso, vai se dar conta que muitas coisas entram em sua mente sem permissão e sem lógica.

Um simples exercício pode mudar tudo, fazendo com que você veja a vida de forma mais simplificada e equilibrada. Sente-se em uma posição confortável (nem espreguiçada, nem rígida), feche os olhos e tente ver uma linda tela branca. Tente acompanhar a própria respiração sem forçá-la, apenas sinta. Tente, mais que tudo, ter o senso do seu “EU”. Um "eu" igual a si mesmo, como o centro de suas forças, como o criador do seu mundo. Você deve, pelo menos, fazer este exercício uma vez por dia e durante um período de dez a vinte minutos, porém, não deve se importar com o tempo, ele pode tirar a concentração.

Estamos diante de um, dentre vários tipos de “meditação”, que é um dos mais importantes métodos de concentração. Devemos aprender a ficar concentrados em tudo o que fazemos, em ouvir música, em ler um livro, em falar com uma pessoa, em ver uma paisagem, um filme, no sexo, nas brincadeiras, nas piadas, enfim, tudo é merecedor da nossa atenção, da nossa concentração, no momento presente.

Com a concentração, você não vai chegar ao final de cada ano e falar que o ano passou rápido. Você vai perceber o valor de cada minuto e o quanto ele é valioso em sua vida. Você vai usar cada momento para buscar uma brecha em cada instante para ser feliz e fazer a felicidade do próximo. Você vai lutar com toda sua energia para ficar concentrado, sentindo o tempo, sentindo cada movimento, cada palavra, cada sorriso, cada choro, e saberá lidar com situações que antes te deprimia. Com a concentração, a sua vida terá muito mais valor, e você saberá valorizar a vida do próximo e a natureza.

A atividade do momento presente deve ser a única coisa que interessa, a que merece plena entrega. Se estivermos concentrados, pouco importa o que esteja fazendo. As coisas importantes, assim como as sem importância, assumem nova dimensão de realidade, porque detêm integral atenção.

Aprender a se concentrar e a meditar exige que se evite, tanto quanto possível, a conversação corriqueira, isto é, uma conversa que não é genuína. Se duas pessoas falam a respeito do crescimento de uma árvore que ambas conhecem, ou do gosto do pão que acabaram de comer juntas, ou acerca de uma experiência comum em seu serviço, tal conversa pode ser importante, desde que elas experimentem aquilo de que falam, colocando total atenção e emoção. Por outro lado, uma conversa pode tratar de assuntos de política ou religião e, contudo, ser trivial. Isso acontece quando as duas pessoas falam usando palavras sem nexo, sem conhecimento e em tom de ironia.

Ficar concentrado em relação aos outros significa, antes de tudo, ser capaz de ouvir. Muitas pessoas ouvem os outros e até dão conselhos, sem ouvir realmente. Não levam a série o que a outra pessoa fala, nem também levam a sério suas próprias palavras.
Em consequência, a conversa as deixa cansadas. Têm a ilusão de que ficariam ainda mais cansadas se ouvissem com concentração. A verdade, porém, é o oposto. Qualquer atividade, se feita de maneira concentrada, torna-nos mais despertos, embora depois sobrevenha um cansaço natural e benéfico, ao passo que qualquer atividade não concentrada nos deixa sonolentos.

Ficar concentrado significa viver plenamente no presente. Não é preciso dizer que a concentração deve ser praticada, acima de tudo, por pessoas que se amam mutuamente. Devem aprender a estar próximas uma da outra, sem sair pela tangente. O começo da prática da concentração será difícil e parecerá que nunca se alcançará o alvo. Nem é demais dizer que isso implica a necessidade de ter paciência.

Sabemos que tudo tem o seu tempo, e que se forçarmos as coisas, na verdade, nunca terá sucesso em sua concentração. Para se ter uma idéia do que é a paciência, basta que se observe uma criança aprendendo a andar. Ela cai, torna a cair, cai outra vez, e, no entanto, continua tentando, melhorando, até conseguir andar sem cair. Que bom seria se nós tivéssemos a paciência das crianças, que, concentradas no seu foco, nunca desistem sem atingir os seus objetivos.

BNN

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Conteúdo desenvolvido por: Bernardino Nilton Nascimento   
"Não seja um investigador de defeitos, seja um descobridor de virtudes"./ "Quando a ansiedade assume a frente, as soluções vão para o final da fila"./ "Quando os ventos do Universo resolve soprar a favor, até os erros dão certo". BNN
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