A Deusa Mãe
Atualizado dia 07/05/2016 12:06:45 em Espiritualidadepor Marisa Petcov
Ela é geralmente representada sozinha, e não com uma criança mas parece estar grávida ou como se tivesse dado à luz recentemente. Encontrada em pinturas dentro de enormes cavernas, ou entalhada em osso ou pedra, ela frequentemente não tem rosto, embora exiba um penteado relativamente elaborado sugerindo tranças ou caracóis. Essa figura representa a mais antiga divindade conhecida pela humanidade. Alguns intérpretes acreditam que as figuras sem rosto representam a terra, e não especificamente a mulher.
Nessa interpretação, as pessoas da era paleolítica consideravam a terra a sua mãe, assim como, ainda hoje, fazemos referência À Mãe Terra. De acordo com esses argumentos, as figuras da Deusa de corpo inteiro representam a abundância do alimento natural que a terra nos oferece. Sem sua generosidade, passaríamos fome e morreríamos. No entanto, muitas culturas da antiguidade não empregavam o que é conhecido como a lógica do e/ou, usando, ao contrário, o raciocínio e/e. assim sendo, as estatuetas e as pinturas da antiguidade podem representar tanto a terra como a nossa mãe quanto as mães tribais que eram suficientemente férteis para conceber e dar à luz. Numa época na qual a vida era muito mais incerta do que hoje em dia, os seres humanos teriam ficado felizes em adorar uma mulher corpulenta que representasse ao mesmo tempo a fertilidade da terra (e, portanto, alimento para seus filhos humanos) e a fertilidade das mulheres (e, portanto, mais pessoas para fazer a colheita para a tribo).
Essa deusa mãe aparece como a mãe das plantas e dos animais, bem como dos seres humanos. Na qualidade de mãe das plantas, ela é frequentemente retratada como uma planta, subindo do solo, as mãos na altura dos ombros e bem afastadas. Como mãe dos animais, ela é representada cercada por animais selvagens que saltam em direção aos seus braços erguidos. Algumas figuras mostram a deusa tanto como mãe das plantas quanto como a senhora das feras. Além das esculturas e pinturas da deusa sozinha, também encontramos muitas representações dela abraçando os rebentos. Às vezes a criança é claramente do sexo feminino, um novo eu, menor, gerado pela deusa mãe. Com mais frequência ainda, a criança é do sexo masculino.
Esse fato representa o poder de concepção da deusa e o nascimento no seu ponto mais elevado, não por que o deus masculino seja mais poderoso do que o feminino, mas por que dessa maneira a deusa se revela capaz não apenas de criar uma duplicata de si mesma como também de gerar um ser completamente diferente dela. Embora obviamente associada ao nascimento, a deusa mãe também está relacionada com a morte. Na condição de mãe literal, ela dá à luz a nossa morte no exato moimento em que nascemos, já que trazer uma criança para este mundo garante que mais uma morte terá que ocorrer. E na condição de mãe cósmica, a deusa governa tanto a transição da não vida para a vida, quanto a transição da vida para a vida no Outro Mundo. Às vezes as imagens da Deusa enquanto morte são atraentes e agradáveis, como é o caso da Hathor egípcia, a deusa do amor que repousa numa árvore na borda do horizonte, oferecendo aos mortos a prova do alimento imortal; ou da Saule lituana, que analogamente descansa numa árvore cósmica, pendurando as almas dos mortos como frutos nos galhos. Assim, a Deusa mãe é homenageada também como a deusa da morte, completando o grande ciclo da vida.
Baseado no livro Caminho da Deusa, de Patricia Monaghan
Marisa Petcov
Idealizadora e Fundadora do Clã Nascidas Para a Lua
Moon Mother Avançada
Comunicadora da mkkwebradio.com.br com o programa Caldeirão de mistérios, segundas-feiras às 19h30
Presidente da AME – Agência dos Místicos e Esotéricos
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