A ESPIRITUALIDADE DOS VINCULOS FAMILIARES
Atualizado dia 20/03/2009 18:11:03 em Espiritualidadepor Euckaris Guimaraes Mendes
Cap. IV, item 18 E.S.E.
O objetivo da formação do grupo familiar é a educação juntamente com outros fatores como amor, atenção, compreensão, coerência e sobretudo o respeito à individualidade de todos por todos nesta sagrada instituição: família.
O Espiritismo esclarece sobre os laços das sucessivas reencarnações e o conceito de família vai muito mais além dos ultrapassados padrões patriarcais, impositivos e machistas do passado, dando lugar a uma organização familiar mais ampla por admitir que os laços de parentesco são preexistentes à vida atual. Aí podemos ver os preconceitos de cor, de raça, sociais caírem, porque veem nas vidas sucessivas o retorno das almas que nos foram afeiçoadas ou não numa vida passada, no mesmo lar, ocupando tipos físicos diferentes, conforme as suas necessidades evolutivas.
As afeições verdadeiras sobrevivem à vida corporal. São indissolúveis e eternas, aumentando cada vez mais os laços que as unem. Já os laços do interesse, do orgulho se extinguem ou permanecem fortalecidos pelo ódio que nasce das desavenças e malquerenças, levando os indivíduos a se reencontrarem, muitas vezes na mesma família, caminhando lado a lado para repararem suas faltas e evoluírem.
Assim vemos famílias constituídas de grupos neuróticos que bloqueiam os seus direitos à própria vida, à liberdade de agir e pensar e ao processo de desenvolvimento espiritual. São aqueles que exigem a dedicação constante do outro, como uma cobrança, uma imposição, não por visarem o bem-estar e a real satisfação da cada um como pessoa.
Por outro lado vemos os grupos de famílias que se unem pelos laços do amor, do respeito e dedicação que permanecem unidos por toda a eternidade cada vez mais fortalecidos. Esses espíritos são felizes por estarem juntos, trabalham pelo seu progresso espiritual e a morte não os separa pois estão unidos na Terra e no Céu pelos laços eternos do amor e da fraternidade.
Os Espíritos formam no espaço grupos ou famílias, unidos pela afeição, simpatia e semelhança de tendências. A encarnação quando os separa, é momentanea; reencontram-se como amigos ao retornarem ao estado de Espíritos desencarnados ou durante o sono físico e viagem astral, para se reconfortarem e reforçarem seus laços de amizade sincera.
Muitas vezes porém, seguem juntos na encarnação, reunindo-se numa mesma família ou num mesmo círculo de amigos ajudando-se mutuamente; os que estão mais adiantados ajudam no progresso do outro. Após cada existência terão dado mais um passo na busca da perfeição. Quanto menos ligados à matéria, seu afeto é mais intenso e mais puro não estando ligados pelo egoísmo nem por arrastamento das paixões. Podem, então, viver um número ilimitado de reencarnações sem que nada afete sua mútua afeição.
A união e a afeição que existe entre parentes são sinais da simpatia anterior que os aproximou. Diz-se muitas vezes que uma determinada pessoa não parece ser da mesma família por ter caráter, gostos e inclinações totalmente diferentes dos demais familiares. Deus permite que essas pessoas se encontrem numa mesma família com o duplo objetivo de servirem para uns como prova e de meio de adiantamento para outros. Os maus melhoram-se pouco a pouco ao contato com os bons e pelos cuidados que recebem. Seu caráter se suaviza, seus costumes se educam, as antipatias se apagam.
Assim nos ensina o Evangelho Segundo o Espiritismo. Com a reencarnação e o progresso, que é sua conseqüência, todos os que se amaram se reencontram na Terra e no espaço, e progridem juntos para chegar até Deus. Se falharem no caminho retardarão sua felicidade, mas nem por isso suas esperanças estarão perdidas. Ajudados, encorajados e amparados por aqueles que os amam, um dia encontrar-se-ão consigo mesmos, redimirão suas faltas através das reencarnações, aumentando os laços de amor. Com a pluralidade das existências, que é inseparável da progressão contínua, existe a certeza de que as relações entre aqueles que se amaram não se interrompem e é isso que constitui a verdadeira família.
Eduquemo-nos constantemente, incansavelmente, dando aos nossos entes amados o nosso grande exemplo de fidelidade a nós mesmos, ao nosso desenvolvimento espiritual, à vontade e perseverança no bem para que nos sigam passo a passo nesse caminho em busca da Verdade que nos libertará dos grilhões do passado.
Este texto faz parte do livro "Educar: Benevolência e Firmeza", de minha autoria, em breve à disposição dos leitores no site e nas livrarias.
Euckaris Guimarães Mendes
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Texto revisado por Cris
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