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A flor de lótus

Atualizado dia 14/07/2015 17:47:41 em Espiritualidade
por Flávio Bastos


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Venerada em muitos lugares, desde a Índia, Japão e Egito, a flor de lótus simboliza a criação, a fertilidade e, sobretudo, a pureza, uma vez que essa bela flor emerge das águas sujas, turvas e estagnadas -a raiz está na lama, o caule na água e a flor no sol- que na crença hindu simboliza a beleza interior. Na Índia, a flor de lótus simboliza a elevação espiritual, que surge da obscuridade para desabrochar em plena luz.

Uma pessoa me escreve, aflita: "Gostaria de saber o que a regressão poderia me ajudar, pois a única palavra que me vem à cabeça agora é medo e desespero".

Quando a luz da vida parece apagar-se lentamente diante de nossos olhos, e nos sentimos como que presos a uma areia movediça, amedrontados, inseguros e sem perspectivas de saída da crise depressiva a qual experimentamos, a regressão pode ajudar a irmos fundo no "pântano" da inconsciência, em busca de respostas que expliquem o nosso momento existencial.

No fluxo do autoconhecimento, somos como a flor de lótus, que arraigada à lama, aguarda o momento para desabrochar, ou seja, a nossa inconsciência (o lodo) emerge (pelo caule) à luz da consciência (o sol) para expressar e irradiar a sua beleza (flor de lótus).

Por outro lado, se permanecemos no pântano de nossas dores, não percebemos a presença da luz, responsável pela ativação de energias sutis que compõem a vida no universo. Desta forma, o "desabrochar" (despertar) fica comprometido por processos obsessivos que nos mantém cativos de um estado de coisas que interfere na evolução espiritual. Isto é, somos como a flor de lótus que enquanto não desabrocha não expressa a sua beleza.

No Budismo, os centros da consciência no corpo humano (chacras) estão representados como flores de lótus, cujas cores correspondem ao seu caráter individual, enquanto o número de suas pétalas corresponde às suas funções.

O significado original deste simbolismo pode ser visto pela semelhança seguinte: tal como a flor de lótus cresce na escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriam, do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência iluminada (bidhicitta), a incomparável joia (mani) flor de lótus (padma). Assim, o arahant (santo) cresce além deste mundo e o ultrapassa. Apesar de suas raízes estarem na profundidade sombria deste mundo, sua cabeça está erguida na totalidade da luz. Ele é a síntese do mais profundo e do mais elevado, da escuridão e da luz, do material e do imaterial, das limitações da individualidade e da universalidade ilimitada, do formado e do sem forma, do Samsara e do Nirvana.

Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção à luz. Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido no estado da mais profunda ignorância, nem mesmo num processo de completa inconsciência, um iluminado poderia se erguer da escuridão do Samsara.

Assim é o despertar para o conhecimento de si mesmo, e a experiência regressiva, em estado alterado de consciência, pode ajudar a pessoa a sintonizar com informações que eram desconhecidas por encontrarem-se na zona do esquecimento das memórias cerebral e extracerebral.

A experiência regressiva não opera o "milagre" da purificação espiritual, mas pode representar o primeiro passo de um caminho que leva o indivíduo a libertar-se de um padrão comportamental arraigado ao seu passado. Fator determinante para que o espírito, mais leve, dê passos seguros rumo ao autoconhecimento de nível avançado.

A semente da iluminação, que germina durante o processo de autoconhecimento, está sempre presente no mundo, e do mesmo modo que os espíritos evoluídos surgiram nos ciclos passados da Terra, também os iluminados surgem no presente ciclo e poderão surgir em futuros ciclos. Enquanto houver condições adequadas para a vida orgânica e consciente, a flor de lótus, com todo o seu esplendor, permanecerá estimulando corações e mentes a despertar dos escuros labirintos da inconsciência.

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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