A lógica pode fortalecer a emoção
Autor Leandro José Severgnini
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 15/11/2013 13:32:08
O ser humano tem o hábito de ver a vida de forma separatista, dualista, de antagonizar aspectos que deveriam andar juntos, fortalecendo-se. E, por causa desta distinção, sempre pendemos para um dos extremos. Isso se chama ego; nada mais, nada menos do que um desvirtuamento da nossa potencialidade divina, uma entidade (se é que podemos definir desta forma) não-separatista que em sua essência transborda deslumbramento, gratidão e amor. Mas por que não sentimos isso? Uma das explicações (entre tantas outras possíveis) que eu encontro é justamente a nossa dificuldade de se maravilhar com a vida.. Grande parte das religiões em toda a Terra pregam um conceito um tanto obscuro de fé. Dizem que fé é sinônimo de crença e “ai” daquele que questionar. As crianças são catequisadas em idade onde não possuem suporte intelectual para questionar ou mesmo buscar entender tal processo. É uma jogada inteligente, afinal, a fé como nos foi ensinada certamente não resiste a um exame racional e conscienciológico. Por outro lado, vemos extremistas opostos que dizem basear sua vida na lógica e na razão. Porém, na maioria das vezes essa razão parte de um conhecimento emprestado de algum filósofo, em detrimento de suas próprias experiências de vida. Muitos “racionalistas” dizem que a lógica nega a continuação da vida e que esta é a nossa única existência, mas curiosamente alguns – eu disse alguns – dos defensores desta teoria fazem de tudo para encurtar a sua “única vida” com abusos de álcool, drogas, alimentação e sentimentos destrutivos, como se viver fosse um fardo. Percebo que não há qualquer possibilidade de uma vida equilibrada enquanto vivermos em função da separabilidade e da vivência sem abertura para novas descobertas de nossa sublime intimidade divina. Pois, isso vai contra a nossa natureza, contra a própria vida. Para haver equilíbrio precisamos seguir nossa natureza. A perfeição está no incessante movimento evolutivo manifestado na diversidade (chamado vida) e nós estamos inconscientemente nos negando a esse movimento pelo simples fato de louvarmos um ente externo. Já pensou se as flores, ao invés de seguirem a sua própria natureza e embelezar a primavera, resolvessem construir templos? Se a terra, ao invés de germinar vida e nos dar alimentos resolvessem cultuar entes externos e seguir escrituras obscuras? E se os pássaros, ao invés de voar e espalhar sementes por todos os cantos optassem por construir laboratórios antiéticos e explorar criaturas ditas “inferiores”? O que seria da vida? Ao contrário do que muitos pensam, a lógica não pode destruir a emoção e ambos podem caminhar juntos. Se utilizar a lógica de maneira correta a emoção se fortalece. Se permitirmos que a emoção flua naturalmente, a criatividade expande a lógica. Imagine uma rosa com toda a sua beleza e perfume embriagante, qualquer um é capaz de se emocionar com isso. Mas se você tiver a possibilidade de buscar entender toda a complexidade de sua formação, todo o processo que a envolve desde a sua germinação, crescimento, átomo por átomo, molécula por molécula, você vai ver que a vida é um milagre e será tomado por uma emoção arrebatadora, embriagante, quase convulsiva. Jamais perca a capacidade de se emocionar, jamais perca o tesão pela vida; esse é o segredo.
Leandro Severgnini
Avaliação: 5 | Votos: 3
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
