A minha causa!
Atualizado dia 3/9/2016 5:23:51 PM em Espiritualidadepor Leandro José Severgnini
Houve época em que este argumento foi válido sob o pretexto da necessidade de alimentação para a preservação da espécie humana. Hoje, porém, as coisas são diferentes, e para demonstrar o que digo, indico a leitura de duas obras (para os afeitos ao Espiritismo clássico). Ambas as obras foram psicografadas por Chico Xavier: uma é intitulada O Consolador ditada pelo espírito Emannuel; a outra obra foi ditada pelo espírito André Luiz e é intitulada Missionários da Luz. Nesta obra, André Luiz lamenta o fato de que a humanidade progrediu tanto em conhecimento tecnológico, trazendo muitos confortos e comodidades, mas não usa a sua inteligência para encontrar formas de suprir a alimentação de modo a evitar a morte de animais. A primeira edição deste livro foi publicada em 1945. Mas como eu disse, hoje as coisas são muito diferentes.
Para as pessoas que preferem dados mais concretos, também temos referências. Recentemente (2015) o Ministério da Saúde lançou uma cartilha sobre a alimentação do brasileiro e, admitiu que os vegetarianos são menos propensos a desenvolver doenças cardiovasculares. Também podemos encontrar diversos nutricionistas que aderiram e defendem uma alimentação vegetariana ou vegana. Portanto, não podemos mais nutrir a ilusão de que a carne seja indispensável para a nutrição e saúde humana. Muito pelo contrário, é preferível que seja descartada.
Outro dado que merece a nossa atenção é em relação ao meio ambiente. A organização da ONU para Agricultura e Alimentos (FAO) estima que as emissões diretas da produção de carne correspondem a 18% do total mundial de emissão de gases de efeito estufa.
Como podemos perceber, existem diversos fatores que nos indicam o equívoco de matar animais para a alimentação: saúde, meio ambiente e espiritualidade. É apenas o nosso orgulho doentio que nos impede de ver que estamos aqui para compartilhar a existência com todas as formas de vida, e não para trucidá-las numa tentativa insana de satisfazer os desejos mais vorazes da espécie humana. Essas atitudes humanas de colocar o paladar acima da compaixão e do amor só demonstra que temos muito a evoluir, e que talvez, o primeiro passo seja descer do pedestal orgulhoso de nos julgarmos obras máximas da criação.
Compartilho da opinião de Susan, pois certamente devemos desconfiar daqueles que dizem conhecer a vontade de Deus, principalmente aos que dizem que a natureza pode ser explorada ao bel-prazer do humano delinquente. Se os animais foram feitos para serem consumidos como alimento, por que a carne é uma das principais vilãs quando surgem os primeiros problemas cardiovasculares num indivíduo? Por que a sua produção prejudica o meio ambiente? E, além do mais, por que os animais não aceitam resignadamente a sua morte? Deus não teria previsto tudo isso?
Para aqueles que buscam a evolução do Espírito, é indispensável desenvolver um olhar de compaixão pelas criaturas que padecem pelas nossas mãos, vítimas das nossas atrozes paixões. Divulgar esse conhecimento e defender aqueles que só podem manifestar a sua súplica através de um olhar que implora pela vida: essa é a minha causa!
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 7
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |