A Pedagogia do Ser
Atualizado dia 18/08/2011 17:48:19 em Espiritualidadepor Regina Ramos
Uns nascem para bailar, outros para cantar, outros para serem médicos, advogados, executivos, marceneiros e para tantas outras atividades sociais. No entanto, alguns pais rejeitam certas profissões para seus filhos. Embora estejamos no século XXI, na tão aclamada e surpreendente era da informação, do conhecimento, esses pais ignoram a pedagogia do ser.
Ser o que minha alma pede em seu chamado único e inconfundível. A alma quer se expressar pelo meio que lhe apraz, para ser feliz. Ser feliz. Que coisa boa é ser feliz!
O senso comum diz que a felicidade não existe; existem momentos felizes. Mas não pode ser o contrário? Existir alguns momentos infelizes dentro de uma duradoura felicidade? Claro que sim. Quem faz o que gosta é feliz na maior parte do tempo, vivendo alguns momentos ou fases de infelicidade como todo mortal.
Fazer o que gosta é permitir que a alma se expresse do jeito que ela quer e, se deixarmos que ela assim se expresse, ela nos preenche de bem-estar e alegria de viver.
Todavia, muitos pais, desconhecendo esses saberes da psicologia e da espiritualidade, pressionam seus filhos para escolherem uma profissão que lhes deem dinheiro, prestígio social e padrão de vida. Mas é bom lembrar que padrão de vida nem sempre propicia qualidade de vida.
O mercado de trabalho é exigente e competitivo. Vamos, menino, tem que começar cedo! E lá se vai o menino, ou o coitado, pular o dia inteiro de um estudo para outro. Curso disso, daquilo, e além “disso e daquilo” agora tem também o mandarim! E a alma sufocada, oprimida, magoada. Ela queria apenas bailar. Foi para bailar que ela veio ao mundo. Se lhe permitissem bailar era seria feliz.
Eu permiti que meus filhos fizessem suas escolhas profissionais livremente. Cuidei de prestar atenção no que suas almas iam revelando, tentando compreendê-las, aprendendo com elas. Meu filho, aos quatro anos, mostrou inclinação para música ao receber do pai um pequeníssimo teclado – desde esse dia ele foi revelando sua alma vocacionada para música. Não o forçamos a realizar um curso acadêmico, nem mesmo nessa área. Ele foi escolhendo o que desejava para sua formação musical. Minha filha é bacharel em Direito, mas sua alma veio para se expressar pela escrita. Ela é escritora e quer tirar da escrita o seu sustento.
Ah, mas não é difícil? Não é difícil viver da música, da escrita, da arte em geral? Por enquanto, para eles ainda é. Mas nenhum dos dois quer trocar a felicidade de ser, pela infelicidade de não ser.
Se esses pais dessem a oportunidade para seus filhos escolherem a profissão de acordo com o chamado de suas almas, estariam contribuindo para mudar o senso comum que afirma ser a felicidade feita de alguns momentos e, principalmente, estariam dando ao mundo músicos, escritores, advogados, médicos, pescadores, cientistas, mágicos e outros profissionais competentes no que fazem pelo fato de gostar de suas profissões. E também, estariam esses pais contribuindo para entregar ao mundo gente feliz.
E gente feliz faz toda a diferença na sociedade.
Texto revisado
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Professora de Português, Francês, História da Educação e Filosofia da Educação. Orientadora Educacional e Consultora Pedagógica. Palestrante. Taróloga. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |