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A sua crítica acentua o defeito do outro

Atualizado dia 15/04/2014 12:20:53 em Espiritualidade
por Alex Possato


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Poucas pessoas entendem que a energia do julgamento que realizam sobre a atitude de alguém, além de acentuar o defeito, volta contra si, na mesma intensidade com que ele é proferido – ou pensado.
Quando julgo alguém errado ou defeituoso, por mais que em parte, isso seja verdadeiro, estou colocando o foco no defeito que vejo. No problema. Estou indo contra. Estou declarando guerra. Estou sendo agressivo e desejo destruir o “mal” que estou sentindo. Essa energia focada no problema funciona como um alimento, um adubo que irá manter o problema vivo. Justamente porque, num plano sistêmico, o outro apresenta a “tal característica problemática” que me incomoda para me auxiliar a “ver” o que, dentro de mim, foi esquecido.

Se alguém é improdutivo, e isso me provoca raiva, posso entender que o outro está sendo um veículo, um instrumento que o universo me deu para olhar para esta raiva esquecida em meu inconsciente, e poder ficar em paz com ela. Se eu estiver em paz com a raiva que alguém improdutivo provoca, e ficar em paz significa investigar a minha história, a história da minha família, pesquisar as emoções esquecidas, até poder entrar em contato com a emoção e permitir que ela exista e vá embora... estarei livre daquilo que me prende à necessidade de atrair pessoas improdutivas que me provocam.

Mas geralmente, a tendência é querer mudar o outro, porque não quero lidar com a emoção interna que me incomoda. No fundo, não estou nem um pouco incomodado com o outro: o incômodo é com o que o outro me provoca. Quero destruir o “mal”, com medo inconsciente de acessar a emoção que o outro está me provocando. Por exemplo, a raiva. Ou o medo. Ou a dor. Ou a tristeza. A sensação de abandono. De vítima. Tudo isso que está dentro de mim mesmo. Invariavelmente, estou tentando matar a mim mesmo. Entenda bem: matar partes de mim. E se persistir, irei conseguir, atraindo situações difíceis, doenças, acidentes, dificuldades financeiras, maus relacionamentos, confrontos... Que irão provocar, novamente, mais crítica, julgamento e condenação... O círculo se perpetua...
Assim é o processo. A vida vai nos trazendo pessoas e situações que despertam emoções adormecidas em nós. Eu sei. É duro e difícil engolir determinadas situações. E nem estou dizendo para engolir. Às vezes, é importante dar um basta em determinadas situações ou pessoas. Porém, tão importante quanto aprender a se posicionar, é aprender a realizar uma profunda análise interna, percebendo quais pensamentos, emoções e padrões são provocados pelas atitudes dos outros e pelos acontecimentos externos.

E começar a permitir que estes pensamentos, emoções e padrões existam. Parar de negá-los. Parar de reprimi-los. Parar de querer matar partes tão importantes de si mesmo. Você não conseguirá. E é bem possível que somente isso já seja suficiente para causar mudanças profundas na sua vida.
Mas por favor: não acredite no que estou dizendo. Experimente. E tire suas próprias conclusões.

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Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
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