A vida passa, mas o sentimento fica
Atualizado dia 28/02/2011 22:22:54 em Espiritualidadepor Flávio Bastos
Angústia originada pela privação ou ausência de algo que é -ou foi- significativo para a pessoa, o vazio interior resulta em somatização no organismo humano, onde a depressão encontra "terreno fértil" para fincar as suas bases.
No entanto, psicoterapeutas que lidam com a natureza interdimensional de seus pacientes, sabem que a sensação de vácuo interior tem a sua história intimamente ligada às vivências do espírito imortal. História que acrescenta um novo capítulo a cada reencarnação, tornando a experiência vital um ciclo vicioso que se encaixa ao padrão comportamental da pessoa.
Nesse sentido, é inegável que encontra-se na educação responsável, transmitida por pais biológicos ou substitutos amorosos e equilibrados, a missão do educador. Porém, como sabemos, nem sempre essa relação ideal se estabelece entre pais e filhos, e a falta das figuras referenciais, costuma gerar sequelas psíquicas que se manifestam na vida adulta em forma de desequilíbrios psíquico-espirituais.
Imaginemos, ao acompanhar esse raciocínio, o espírito reencarnado trazendo em sua bagagem de muitas vivências, a sequela do abandono ou da ausência. Experiências na relação com os pais que se repetem vida após vida, gerando dessa forma, um modelo de comportamento compatível com a queixa que a pessoa leva ao conhecimento do terapeuta...
Por este motivo, a natureza foi pródiga em associar o amor, a ternura e a afetividade à figura da criança. Justamente para despertar nos pais e educadores em geral, os sentimentos necessários e imprescindíveis à educação responsável e de qualidade.
Portanto, o amor transmitido pela educação consciente, é a única forma natural de recuperar espíritos que trazem no seu modelo comportamental, desajustes psíquicos. Nesse sentido, o amor na relação pais-filhos pode tornar-se em uma única encarnação, fator de cura do desequilíbrio que acompanha esse espírito há muito tempo...
O caso que apresentaremos a seguir, revela que por trás dos sintomas da pessoa em tratamento, há uma longa história comportamental de traço depressivo. Fato que a ciência oficial ao focar a sua investigação em apenas uma infância do indivíduo, não percebe a sua profundidade e essência. E, ao não perceber, perde em qualidade no sentido de proporcionar ao paciente um melhor nível de autodescobrimento que vise a autocura de seu sofrimento psíquico.
APRESENTAÇÃO DE CASO
Cristina, a filha do meio de uma relação complicada, chega ao consultório com a queixa de sentir um vazio interior, ou seja, uma insatisfação latente, uma falta de sentido para a vida. Além de um histórico de tratamento químico para a depressão.
Durante as sessões de psicoterapia de orientação psicanalítica, foi observado a produção de traumas psíquicos em sua infância. Traumas gerados na relação com um pai ausente, distante, e na relação com uma mãe desequilibrada emocionalmente. Sequelas que manifestam-se atualmente em forma de sofrimento psíquico.
No entanto, algo foi registrado como relevante durante as primeiras sessões do processo terapêutico, ou seja, o sentimento - ou sensação - de que o vazio que ela sente a acompanha desde os primeiros anos de sua infância. Essa informação foi indicativo para o encaminhamento da regressão de memória, experiência que ela acessou, via sentimentos, situações de outras vidas que sintonizaram com a sua queixa principal.
EXPERIÊNCIA REGRESSIVA
Na regressão à vida atual, Cristina acessa uma situação em que era bebê, e logo um sentimento de abandono materno apodera-se de si através de uma intensa manifestação catártica. A experiência fora um fato marcante em sua vida e diretamente relacionada à sua angustia de vazio interior.
Na sequência, Cristina percebe-se em um lugar afastado da civilização. Descreve as roupas que usa e a tarefa que executa naquele momento. É uma pobre camponesa que prepara com a sua rústica ferramenta, a terra para o cultivo. Apesar de ser uma mulher jovem, sente no corpo os efeitos do trabalho duro, e na pele, a inclemência do sol e dos ventos da região. Maltrapilha, sente um profundo desgosto por aquela vida que considera de privações. Identifica no camponês que trabalha próximo a ela, o homem de seu último relacionamento que durou sete anos, e pelo qual, não nutre sentimento positivo.
Na segunda vivência, Cristina percebe-se vivendo em uma cidade de características medievais. Tem um casal de filhos que descreve como de pele clara, cabelos louros e olhos azuis. O marido é uma boa pessoa, mas confessa que não sente atração física pelo fato do mesmo ser de estatura baixa, obeso e ter as "bochechas" salientes. Com o passar dos anos ela percebe-se separada desta pessoa e vivendo com um "homem de farda", conforme registra. Os filhos já são adolescentes e o homem é muito severo com ela e os filhos. Então, uma sensação de vazio e de infelicidade determinam a sua escolha: fugir com os filhos e abandonar o homem de farda. Porém, o mesmo sentimento a acompanha até o final daquela vida, quando sente-se só e desamparada.
COMENTÁRIO
Quando associada à psicoterapia, a regressão tem o mérito de resgatar da memória o que o indivíduo necessita para elaborar a sua própria cura, além de despertá-lo para potencialidades até então desconhecidas de sua natureza interdimensional.
Cristina é uma pessoa simples, sem conhecimento ou experiências no âmbito das teorias reencarnacionistas. Por este motivo, marcou-me uma frase dita por ela logo após a experiência regressiva: Doutor, como pode eu ter sido uma pessoa loura, de pele clara e olhos azuis? Questionamento compreensível porque na vida atual Cristina é morena clara, de olhos e cabelos escuros...
Na verdade, a sua experiência regressiva foi rica na proposta original: investigar o seu inconsciente além da infância atual, ou seja, situações de outras vidas que sintonizasse com o "vazio interior" como característica integrada ao seu modelo comportamental. E a regressão mostrou que essa tendência a acompanha desde outras vidas como traço inconfundível de seu caráter e temperamento. Essa é a finalidade da Psicoterapia Interdimensional: focar o problema e redimensioná-lo em seu amplo contexto, cujas origens encontram-se intimamente relacionadas à trajetória do espírito imortal. E nesse sentido, Cristina começa a entender que para libertar-se de seu histórico desconforto psíquico, precisa preencher a sensação de vazio interior com a aceitação e prática de valores que promovam o seu crescimento integral.
Observação: o verdadeiro nome da pessoa foi preservado.
flaviobastos
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |