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Abismo do desprezo

Atualizado dia 13/03/2014 11:12:27 em Espiritualidade
por Teresa Cristina Pascotto


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Meus textos são dedicados aos verdadeiros buscadores. Por isso, eles são longos e complexos, convidando-os a um aprofundamento corajoso em seu inconsciente e a uma reflexão profunda sobre sua realidade divina. Os preguiçosos e imediatistas não conseguirão chegar ao fim da leitura ou nem chegarão perto deles. Se você for um buscador real, respire fundo, abra sua mente e se entregue ao seu coração para que ele possa compreender e assimilar as reais informações manifestadas neste e em outros textos que escrevo. Este é um convite para que você vá além de suas limitações do ego.
O desprezo é a arma mais cruel que alguém pode usar para manipular, dominar e torturar alguém. Quanto mais uma pessoa sofre e entra em desespero ao temer ser desprezada ou ao ser desprezada, mais os outros irão utilizar essa arma para obter dela o que desejarem. Se alguém quiser se vingar dessa pessoa, irá, por exemplo, iludi-la com sua afeição e aceitação, irá seduzi-la e conquistar sua confiança, irá se mostrar aberto a ela e, depois que a tiver em suas mãos, irá desprezá-la da forma mais cruel possível. O desprezo poderá ocorrer com um “simples desaparecimento” ou de uma forma explícita, em que a pessoa deixa transparecer no seu olhar e em todo o seu ser, o imenso desprezo que está sentindo pela tal pessoa.

Muitos sofrem desde a infância as agonias do desprezo. Desde que começaram sua jornada foram se sentindo invisíveis, insignificantes e rejeitados. Até aqui, tudo bem, pois conseguiram lidar com isso, criando jogos para agradar aos outros, para serem vistos, para tentarem significar algo na vida dos outros. Trouxe um grande sofrimento, terem que deixar de ser o que de verdade eram, em essência, para passarem a ser aquilo que os outros esperavam que fosse.

A arma mais poderosa que os outros usaram contra essa pessoa que se sente insignificante, foi a do desprezo. A pessoa “insignificante” passou a fazer de tudo para agradar e passou a se deixar “escravizar” por alguns, que elegeu como pessoas importantes em sua vida, como por exemplo, pai e mãe. Muitas vezes, são os pais os piores carrascos de seus filhos, usando a arma do desprezo, para obterem poder e domínio sobre o filho. Não necessariamente significa que os pais, ou um deles, desprezem realmente o filho, mas esses pais precisam dominar e, para isso, desprezam se preciso for, caso o filho seja do tipo rebelde ou do tipo alienado. São apenas exemplos para que possam compreender melhor, pois esta questão se alastra por todas as relações do “insignificante”.

Na realidade, quanto mais um ser se sente desprezado, mais significa que ele tem potenciais e poderes elevados, que precisam ser utilizados de forma adequada e segura, tanto para ele, quanto para os demais com quem interagem, assim, do desprezo, por um longo período de sua vida, faz com que ele entenda que “é poderoso sim”, mas que não é Deus. Lembrando que todas as pessoas têm poderes e potenciais de luz.

Assim, por se sentir insignificante durante toda a sua vida e por ter tentado agradar ao mundo só para ser percebido e reconhecido, essa pessoa acabou se envolvendo em jogos de desprezo e acabou se tornando o ser mais desprezado e desprezível do mundo. Dependendo do nível de ligação e intimidade que esta pessoa tem com alguém, o jogo do desprezo é mais ou menos intenso, mas em todas as suas relações existe esse jogo.

Por ter sido desprezado ao longo de sua vida, de formas intensas e extremamente dolorosas, essa pessoa se tornou um “poço de ressentimentos”, pois fez muito pelos outros e nunca foi reconhecido e, ao invés de reconhecê-lo, as pessoas fizeram questão de desprezá-lo das formas mais variadas e cruéis possíveis, dependendo das necessidades de domínio ou apenas satisfação em desprezar das pessoas envolvidas.

Por tanto ressentimento que o “desprezado” carrega e por ter que reprimir seus sentimentos, porque não pode mostrar para os outros, esse excesso se transformou em raiva, ódio e desejo de vingança. Tudo velado. E até mesmo o “desprezado” não percebe o nível de revolta e vingança que carrega em si. Mas ele se tornou um ser vingativo, um ser que, de “eterno injustiçado”, passou a ser o justiceiro cruel, que pratica sua própria lei, desprezando intensa e dolorosamente todos aqueles com quem interage.

Na fase adulta, continuou, por exemplo, tentando ser apreciado e aprovado pela família, principalmente por seus pais. Aqui, vale lembrar, que até mesmo se um dos pais ou ambos já tiverem falecido, essa pessoa segura a “energia” (não exatamente o espírito, como pensam por aí) dos pais, mantendo-os numa cabine holográfica, grudados em sua vida, para que os pais finalmente o aprovem e o apreciem e assistam à sua “ascensão”. Enfim, essa pessoa passa a viver num comportamento (ou transtorno) obsessivo-compulsivo, onde sua obsessão é, não somente se tornar um ser apreciável e perfeito aos olhos dos pais e dos outros, mas também para provar que é superior a todos. Neste ponto, não se trata somente de provar sua superioridade, trata-se de se sentir amado e aprovado como uma criança. Como isso nunca irá acontecer, pois tudo não passa de um jogo e de ilusões, então ele continuará em sua obsessão pela aprovação e em suas compulsões - para se aliviar do tormento da obsessão -, buscando maneiras sem fim de ser apreciado sem nunca ser e nunca se satisfazer nessa necessidade. Sua vida passa a girar apenas em torno disso e dentro desse mecanismo obsessivo-compulsivo.

Como, logicamente ele não se sente amado e aprovado, o ressentimento que virou ódio, o impulsiona a se vingar – aqui também é um recurso compulsivo – de todos os que não o apreciam, principalmente dos pais. Então, em suas interações com o mundo, onde transfere suas questões com os pais para todas as pessoas com quem se relaciona, ele passa a ser a criatura mais dissimulada que existe, o bonzinho perfeito e, quando este recurso não funciona muito bem, ele cria situações que lhe causem dor – uma delas é atrair alguém que irá desprezá-lo -, para se tornar o coitadinho. Assim, neste jogo básico, que pode ser tornar um jogo muito mais elaborado e inteligente, os lances mínimos e básicos se atém ao bonzinho perfeito ou o coitadinho. E ele vai para o mundo fazendo suas jogadas, atraindo suas vítimas para o seu jogo maior, o jogo da vingança.

Ao atrair suas vitimas – ele passou a ser um sádico oculto, mas com a aparência de alguém extremamente inofensivo –, jogando o coitadinho ou o bonzinho, dependendo das características da vitima, ele começa a interagir com a pessoa, que não se sente ameaçada por ele e se abre para ele, mas como ele se mostra tão indefeso e inofensivo, isso, muitas vezes, causa “pena” nos outros. Sim, os outros acabam incluindo-o em suas vidas por pena. Obviamente, que para um ser que vive tentando ser o centro das atenções, para ser visto e aplaudido, conviver com alguém que sente pena dele é algo muito doloroso. Isto, para ele, é o extremo do desprezo. Imediatamente, após se sentir desprezado, mesmo sendo tão bonzinho e legalzinho, a raiva toma conta dele, os mecanismos de defesa no departamento da vingança crescem dentro dele.

Assim, nessa jogada, enquanto a pessoa está distraída com ele ao seu lado, por não se sentir ameaçada, ela passa a ser a caça do “desprezado-desprezador vingativo”. Ele então, de forma dissimulada e inteligente, continua convivendo com a pessoa, fingindo que gosta dela e que a admira por ela ter sido tão gentil com ele e passa a mostrar para ela o quanto a aprecia, o quanto a valoriza, para que ela continue se sentindo segura ao seu lado. Mas o que ele está fazendo, em verdade, é levando-a às alturas, para depois desprezá-la cruelmente, lançando-a em seu abismo do desprezo. A pessoa que estava confiando nele, simplesmente começa a sentir, a ter sensações vagas - sem exatamente perceber racionalmente -, que ele a está desprezando, está discordando dela, está mostrando para ela, de todas as formas veladas, que percebe todas as falhas dela, mostra para ela que ela não passa de fachada, e que, em verdade, ela é fraca, fracassada e incapaz. Dependendo da situação, ele poderá desprezá-la e preteri-la, mostrando deliberadamente para ela que ela não é boa o suficiente para ele, envolvendo-se com outra pessoa ou situação que lhe garanta a tal aprovação momentânea e lhe garanta a vingança em desprezar a pessoa que estava com ele apenas por pena ou porque “não tinha nada melhor à sua disposição”.

A vítima também tem essas mesmas questões pessoais, ela também precisa da aprovação dos outros e, justamente por isso, aceitou esse ser tão inofensivo e inexpressivo, por pena dele, afinal, enquanto ninguém o quer, ela o aceitou, para ser aceita. Ela também sofre por não se sentir aprovada e teme o desprezo dos outros. Claro que o “desprezado-desprezador vingativo” fareja as vítimas perfeitas para seu jogo de vingança, pois de nada adiantaria jogar alguém no abismo do desprezo se a pessoa não se sente desprezada e não se deixa cair no abismo. Ele precisa de vítimas que tenham um medo extremo do desprezo.

Quando um abismo tem “fundo”, a pessoa que é jogada ali, chega ao fundo, se “quebra inteira”, mas sabe o que lhe aconteceu. Quando sabemos por que algo nos aconteceu, quando entendemos o que houve conosco e com o outro para que este tenha feito algo contra nós, sentimos apenas dor, mas não a agonia da dúvida. Porém, quando não sabemos o motivo, as aflições e agonia aumentam. Mas pior do que isso tudo, é quando a pessoa se sente lançada no abismo do desprezo, mas não sabe que está ali e, principalmente, não chega a lugar algum, fica em “queda eterna”. O prazer doentio e sádico do inicialmente desprezado que se tornou o “desprezador vingativo” é manter a pessoa na dúvida, nas sensações que não se esclarecem, na sensação de estar em algum lugar perdida de si mesma, sem nunca a chegar a lugar algum e sem nunca voltar para si novamente. Estar presa em um cativeiro oculto não seria tão doloroso para a pessoa, quanto estar “presa em lugar algum” em queda infinita, tentando se agarrar a algo, sem nada ter para se agarrar.

Dependendo da intensidade da interação, esse desprezador vingativo lança sua vítima no abismo do desprezo, mas a deixa chegar ao fundo, para que ela seja estraçalhada pelo desprezo e saiba disso. Neste caso seu prazer sádico é vê-la em pedaços desprezíveis. Mas, na maioria dos casos, seu prazer é deixar seus eleitos – normalmente masoquistas em potencial – vivendo a queda sem-fim, nunca agonia incessante, tentando se agarrar a algo para se salvar, sem nunca encontrar.

Porém, isto tem um preço alto para o desprezador vingativo. Quando ele lança suas vítimas no abismo do desprezo numa queda sem-fim, elas tentam se agarrar a algo... e ele acaba sendo este algo. Imagine que você está de costas, à beira de um abismo e alguém, de frente para você, empurra-o para trás, jogando-o no abismo. Obviamente, que seu instinto fará com que você se agarre à pessoa que está o empurrando. Assim, nesta dinâmica oculta, mas poderosamente destrutiva, quando o desprezador vingativo empurra suas vítimas, elas o seguram energeticamente na tentativa de se agarrarem a ele para não caírem e para conseguirem voltar para cima.

Então, ele se mantém ligado vibracionalmente a todas as suas vítimas em queda sem-fim no seu abismo do desprezo. Ele continua vivendo as agonias de todos que estão em queda, vivendo todas as dores e o sofrimento das dúvidas e da dor extrema por terem sido lançados no abismo do desprezo. Para todas essas pessoas, a dor do desprezo sempre foi extrema, mas quando sabiam que foram desprezada e, talvez, sabiam os motivos do desprezo, sua dor sempre suavizou. Mas não saber por que foram desprezados e não saberem racionalmente que foram desprezados traz uma dor insuportável - o desprezador vingativo faz de tudo para que suas vítimas não saibam que ele as desprezou, ele continua (na “vida real”) fingindo que gosta delas porque o acolheram e elas então nem percebem que esse vingador já as lançou no abismo há muito tempo e que elas estão em queda sem-fim. Algumas vezes, essas pessoas até se sentem desconfortáveis perto dele, sentem até medo dele em algumas situações, pois ele é ameaçador e sádico e joga o tempo todo o jogo do pega-pega, aterrorizando suas vítimas, mesmo que já estejam no abismo, pois está ligado a elas vibracionalmente, e isso traz conflito para elas, pois não entendem porque se sentem assim, tão vulneráveis perto dele se ele emana tanta bondade e parece ser tão indefeso e bonzinho.

Este é o maior prazer do desprezador vingativo. Deixar suas vítimas no seu abismo, em queda, sem que elas saibam que ele o fez e sem que percebam qualquer indício ameaçador nele. Elas, muito ao contrário, confiam nele, ele se faz de amigo, companheiro confiável (e/ou coitadinho), para que nunca percebam suas intenções maléficas de desprezo sádico e vingativo. Além desse jogo não aliviá-lo nas suas angústias pelas dores de todo o desprezo que já sofreu e ainda sofre, ele agora carrega a energia de todas essas pessoas que ele mantém em seu abismo. Essas, ele nunca deixará chegar ao fundo, pois a agonia delas o “alimenta”.

Com isso, ele está preso a essas pessoas, sentindo tudo o que é de negativo nelas, acaba carregando-as consigo, passa a dedicar sua vida a esse contexto e, obviamente, tem a compulsão por buscar mais e mais vítimas para seus jogos sádicos. E seus jogos sempre se iniciam com o coitadinho ou o bonzinho que se aproxima inofensivamente de suas vítimas e que depois é desprezado e, assim, ele sempre irá garantir a dor do desprezo que alimenta seu lado masoquista que, depois das agonias de suas dores, ele se ergue como o sádico vingativo, lançando seus “acolhedores” no abismo do desprezo.

O pior disto tudo é que ele continua se sentindo a vítima do mundo, o não compreendido, o coitadinho, o sofredor eterno que nunca é reconhecido e amado de verdade. Ele acredita de verdade que continua querendo fazer o bem para todos e que só quer que o respeitem. Mas isso é pura ilusão, pois ele está travado e viciado nesse mecanismo do qual não quer sair. Somente quando sente extrema dor nessas jogadas sádicas, mas também “suicidas” (não existe vida real dentro dessa pessoa, só a obsessão, isto é tudo o que a movimenta), é que busca ajuda desesperadamente e chega todo “quebrado”, pois ele também vive em queda nos abismos do desprezo de muitos outros que o lançaram há muito tempo. Quando chega nesse ponto crítico, em que não aguenta mais a carga de sofrimento de suas vítimas que o puxam para dentro do abismo ao qual eles as lançou e não aguenta mais as suas próprias aflições e sofrimento de sua queda sem-fim nos abismos em que está, é que ele busca ajuda, mas a ajuda não é no sentido de destravá-lo e tirá-lo desses mecanismos-lugares, mas sim, no sentido de aliviá-lo da dor, para que possa prosseguir nos seus jogos insanos, sem sentir dor.

O trabalho a ser feito aqui é longo e delicado. Esse desprezador vingativo terá que abrir mão de muitas de suas crenças em seu vitimismo, para começar a enxergar a realidade oculta. Conhecer a realidade em que vive, nessas dinâmicas ocultas, é o passo fundamental para o início do processo de cura. Aceitar que é essa a realidade que criou e na qual vive, também é um passo imprescindível. O desejo de encontrar a cura real, vem na sequência. Mas é preciso perseverança e muita humildade, para que a cura real possa começar a se manifestar. Lembrando que o ego NÃO quer a cura real, ele quer sair vencedor desses jogos, que, a esta altura, nem mesmo o ego sabe exatamente qual é o jogo e nem mesmo o que significa a vitória, pois ele está VICIADO no jogo e não quer abrir mão do jogo, quer apenas ser um exímio jogador que vive vencendo em jogadas brilhantes, sem nunca sentir dor e nem mesmo a... CULPA. Esta está inclusa, destrutivamente, neste seu jogo suicida. Enfim, será necessário um grande trabalho, com muita vontade e determinação do jogador-desprezador vingativo, que será, em suma, abrir mão do jogo, deixar de se alimentar das toxinas desse grande vício. É possível resolver esta questão, mas a pessoa deverá se empenhar e começar a se perguntar: estou realmente disposto a passar por todo o processo de libertação dessa droga à qual sou viciado há tanto tempo? Estou disposto a passar pelas “crises de abstinência” e dor da desintoxicação? Estou com força e coragem para enfrentar a “real realidade” e assumir minhas responsabilidades e perceber, finalmente, que fui eu que distorci minhas percepções e que, na verdade nunca fui desprezado, mas apenas não recebi as extremas atenções que meu ego vaidoso desejava?

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Conteúdo desenvolvido por: Teresa Cristina Pascotto   
Atuo a partir de meus dons naturais, sou sensitiva, possuo uma capacidade de percepção extrassensorial transcendente. Desenvolvi a Terapia Transcendente, que objetiva conduzir à Cura Real. Atuo em níveis profundos do inconsciente e nas realidades paralelas em inúmeras dimensôes. Acesso as multidimensionalidades Estelares. Trago Verdades Sagradas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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