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Amor e sofrimento!

Atualizado dia 15/10/2012 12:58:40 em Espiritualidade
por Paulo Salvio Antolini


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Crescemos entendendo que amar é sofrer e ouvindo, a todo momento, que se nos impunham algo que não queríamos, era para o nosso bem futuro. Escolhas feitas pelos pais em nome dos filhos eram (e talvez ainda sejam) então defendidas para garantir um bom e feliz futuro aos seus rebentos. A tecla sempre foi a mesma: não há amor sem sofrimento, não há progresso sem sofrimento, não há crescimento sem sofrimento. E por aí vai. Mas esqueceram de nos ensinar que amor, progresso e crescimento não se conquistam apenas com sofrimento.
Muito se confundem sofrimento com o fato de se ter obstáculos a serem superados.

Hoje quero refletir um pouco no que diz respeito ao ato de amar. Não vou me atrever a definir o amor, mas vou ousar dizer que amor não é sinônimo de dor, de perda da liberdade pessoal, de perda da identidade, de perda da individualidade e que perda não é requisito básico para aqueles que amam. É lógico que existem muitas formas de se amar, mas por que as pessoas insistem em se ater apenas as que mais "judiam", às formas que impedem a ambos de florescerem, de crescerem mutuamente e se admirarem em suas existências?

No amor, como em tudo, há momentos de sofrimento e de renúncias, mas há também crescimento, realização, felicidade, prazer, comunhão plena.
Pessoas que passam por um período de grande sofrimento com o parceiro ou parceira, quando questionadas pelos filhos, respondem: "eu amo seu pai (ou mãe)". Que amor é esse que só faz sofrer e só proporciona sofrimento?

Namoros, noivados, casamentos, relacionamentos que exigem a perda de parte de si próprio para a sobrevivência do outro, não são saudáveis. Não é um relacionamento onde o amor predomina, mas sim o egoísmo, o individualismo, ora de um, ora de outro.
Namorados, noivos, casados, pais, filhos, se há amor entre você e os que fazem parte da sua convivência, verifiquem, então, como o outro está se sentindo. Será que está feliz, realizado(a), será que a união que se estabelece é querida e curtida ao ponto de se desejar estar sempre juntos?

Olhe para si mesmo e procure ver como você está se sentindo. Se só há amargor, renúncias e sacrifícios, então você está vivendo o "amor do sofrimento". Viver o amor é viver com felicidade, realização, ganho constante de novas energias e cultivo do entusiasmo que impulsiona o dia a dia.
Viver o amor é ser feliz e ter nos lábios o sorriso e as palavras carinhosas que constroem e não as que nos colocam para baixo. Existem sim renúncias, porque elas ocorrem sempre que optamos por algo. Existem sim obstáculos a serem superados. Como em tudo na nossa vida, há momentos em que é necessário sermos enérgicos. Existe o sofrimento sim, mas por doenças, perdas, mas nunca pelo desrespeito, pela subjugação, pela possessividade, pela necessidade de autoafirmação.

É hora de se reverem conceitos. Quem disse que ter responsabilidades e corresponder a elas, ter compromissos e atendê-los, respeitar normas e convenções estabelecidas, é sofrimento? Pois revejam esses conceitos, pois tudo o que foi citado se deve ao fato de termos nos tornado adultos e cientes, portanto, de que precisamos trilhar da melhor maneira possível os nossos caminhos, e isso não tem nada a ver com sofrimento.
O mundo está precisando de amor. Está cheio de manifestações de paixões e fortes emoções, mas o amor está relegado a um plano distante. Há ainda aqueles que associam o amor à fraqueza. Se você tem alguém a quem diz amar, veja se está agindo realmente com amor para com essa pessoa. Pergunte a ela sobre isso. Ou é um assunto que lhe deixa constrangido?

Eis aí um tema que não se esgota nunca. Portanto, explore-o em você mesmo.

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