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Angi e Anga

Atualizado dia 30/04/2013 10:17:10 em Espiritualidade
por Marcos Spagnuolo Souza


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Em sânscrito a palavra “angi” significa totalidade e “angas” aspectos da totalidade. Nenhuma consciência pode absorver a “angi” de Deus, no entanto, pode compreender as “angas” do Absoluto Divino.
Duas “angas” do Divino são apresentadas nos livros sagrados sendo que a primeira é a Sua luminosidade impessoal e a segunda a Sua forma pessoal. A luminosidade divina muitas vezes é representada pela luz do Sol e o Sol, em si, pela Sua forma.

A luminosidade ou a luz do Divino é um campo energético que existe em uma frequência vibratória totalmente inconcebível pela mente humana, assim sendo, a melhor forma de entendermos essa luz transcendental é compará-la com a luz do Sol. Nessa irradiação de estrema beleza não existem formas onde tudo é apenas luz infinita. Fundamentado nessa “anga”, muitas pessoas colocam com a máxima evolução o emergir, ou desaparecer-se, completamente nessa energia impessoal da Bhagavan. As pessoas que se relacionam com essa “anga” divina são denominadas de impersonalistas.

A segunda “anga” é Deus assumindo formas humanas específicas. Não são formas corporais inseridas no espaço/tempo, mas formas transcendentais que permitem o ser humano relacionar com Elas em amor absoluto. Essas formas assumidas por Deus, entre elas Krsna, são adoradas pelos devotos. A adoração pode ser “saguna”, isto é, quando o Senhor é representado através de uma deidade no templo e Deus aceita adoração ou serviço através dessa forma. Deus é considerado uma Suprema Personalidade e embora seja único, sem igual, se manifesta em formas espirituais inumeráveis. Os “vaisnavas” são os devotos das formas transcendentais de Deus.

Relacionar com Deus no Seu aspecto pessoal ou impessoal não é uma atividade autorreferencial resultante da dedução ou indução humana, mas um presente de Deus ao buscador sincero; é uma revelação onde o divino mostra ao Seu devoto a Sua opulência específica para se relacionarem. É uma manifestação do divino ao Sagrado Anjo Guardião que iniciou a sua estruturação dentro do corpo humano em decorrência da morte do ego. A opulência divina não é uma conscientização do ego, mas uma percepção do ser transcendental que nasce em nós.

Além da forma e sem forma, Deus possui infinitas potencialidades ou infinitos atributos (angas) se revelando não apenas como forma espiritual ou sem forma, mas se manifesta em atributos que a mente humana não possui condições de descrever ou expor. A potencialidade que se manifesta ao devoto depende do nível de relacionamento amoroso (prema) existente entre o espiritualista e a Suprema Personalidade. “Ele somente revela Sua forma transcendental por Sua própria misericórdia àquele quem ele próprio escolhe” (Katha Upanisad 1.2.23)

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