Atos e consequências - Parte 2
Atualizado dia 17/11/2008 13:55:18 em Espiritualidadepor Celso A. Cavalheiro
A Hipótese intrínseca nesses sistemas religiosos é de que a vida neste estado atual não é boa o suficiente em seus próprios termos. Por que não? Se deixarmos de lado a idéia de perfeição, nós começamos a ver a força fantástica da realidade da vida da forma como ela é neste momento. Não reconhecer o significado do momento nos leva a duas limitações profundas: Primeiro, a uma incapacidade total para apreciar o milagre da vida que está diante de nossos olhos e, segundo, a uma imensa falta de consciência.
Muitos em nome do progresso espiritual, emocional e psicológico, tornam-se insensíveis aos momentos mais extraordinários da vida, por que eles estão obcecados em alcançar o que chamam de progresso. Aqui há uma grande ironia. Aqueles que estão em busca de iluminação e esferas mais altas de consciência se tornam inconscientes e ignorantes da verdadeira realidade a qual experimentam.
Se medirmos tudo de acordo com padrões ideais, nós perderemos o real valor intrínseco em todas as coisas. Se medirmos cada coisa que comemos sob padrões elevados de culinária, talvez não tenhamos a oportunidade de apreciar o feijão e arroz do dia-dia com seu valor e gosto extraordinários.
Uma outra visão de causa e efeito.
A maioria de nós vê causa e efeito a nível do “ocorrido”. Esta forma de ver sugere que cada acontecimento é a causa de outro acontecimento posterior. Para mudar o rumo das coisas futuras, mude os acontecimentos que podem desencadear os acontecimentos futuros. Coma melhor, faça exercícios, adote um novo estilo de vida.
No entanto, tentar mudar padrões a nível do evento pode ser altamente frustrante. Embora pareça claro que um acontecimento realmente leve a outro, há muito mais em jogo do que conseguimos imaginar.
Um padrão de eventos não é o resultado de eventos isolados. Ele é o produto de uma estrutura subjacente. É por isso que o entendimento do que são estruturas dinâmicas é tão importante quando pensamos em mudar padrões futuros. Um outro aspecto da causalidade é o de que a estrutura de qualquer coisa vai determinar seu comportamento. Nossa tendência principalmente no ocidente é querer mudar as coisas antes de entender o que as causou. Como podemos mudar? Como podemos resolver nossos problemas? Diga-nos o que fazer.
Um enfoque diferente é primeiro descobrir o que causou o problema atual antes de tentarmos conseguir um resultado melhor. Frequentemente, causa e efeito não são simplesmente acontecimentos gerando outros acontecimentos, mas sim elementos estruturados e nem sempre aparentes. Depois de estudarmos a estrutura subjacente de nossos problemas, estaremos então mais bem posicionados para empreender mudanças eficazes e duradouras.
Quais elementos contribuem para a formação de uma estrutura subjacente? Normalmente estes incluem: nossas aspirações, algo que nos é importante, nossos valores, desejos de toda a ordem etc.
Há dois tipos de comportamento que a estrutura subjacente irá produzir: Um é a oscilação, na qual nós podemos alcançar nossos objetivos mas logo após haverá uma reviravolta e perderemos tudo novamente. Por exemplo, o negócio bem sucedido que se transformou em fracasso financeiro. O relacionamento maravilhoso que não durou. O projeto que não chegou a lugar algum. Esses padrões começam como sucesso mas a eles se segue o fracasso. É fácil olhar para o ocorrido e dizer; “foi aqui que eu errei. Vou aprender a não fazer isso novamente”. Mesmo assim, se a estrutura subjacente se mantiver a mesma da próxima vez haverá um novo acontecimento que, no final, vai dar o mesmo resultado que o da história anterior. Não se pode enganar a mãe estrutura.
O outro padrão é o de crescimento, avanço ou de conquista total. Neste padrão você alcança seu objetivo e não há nada puxando-o para trás. Na verdade, o sucesso que você alcança se torna a plataforma para outro sucesso. Esta é a essência do processo criativo: fazer com que aquilo que você deseja criar realmente aconteça.
A maioria de nós foi treinado para pensar em termos de acontecimentos. Não fomos educados para pensar em termos de estruturas subjacentes que na verdade são responsáveis pelo padrão maior dos acontecimentos. Mas quando começarmos a perceber a dinâmica da estrutura subjacente, um novo mundo de possibilidades se abrirá para nós.
Texto revisado por Cris
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