BENDITA LUZ

(Sutrannas Bhakti)

Do livro “O Universo em um Grão de Luz” 

Vasto é o Universo,

Maior, a dualidade humana.

Galáxias e constelações,

Detrás de castas e nações,

São pequena chama,

Que no disparo clama

Ao estouro dos canhões.

Profusos são os mundos

E os disparos inconscientes,

Que tornam em elíptica aos remetentes

A seta desferida.

A alma arrependida

Aprecia o azul firmamento.

Mas sobre os continentes,

O homem apega-se ao sofrimento.

Vitais oceanos da Natureza,

Impuros pelos falsos valores,

Pelo sangue das disputas,

Por pedaços de ilusão.

Vãs são tuas lutas

Vazia a tua paixão.

À montanha dos esplendores,

Não chegará tua ambição.

Na palma da mão

Da terna Mãe,

À criança acalenta *G*a.

Não passarão pela sutil rede

Os rebentos de Maya.

Os estilhaços na parede

Do jardim do absurdo

Irão, no fim de tudo,

Ao sucessor, à míngua, à sede.

Teu olhar pueril, da Luz, Filha

É bendito como és bendita.

Atravessa meu Ser rumo ao Pai,

Aonde o pensamento não vai

E somente a harmonia habita.

Em tua proba direção, me conduzo

À conscientização e à beleza

À aurora dourada, à leveza

Ao tempo sem dias, à certeza.

À certeza da vida e da unidade.

Teu gesto é luz e paz, e tu és alegria.

Clara a imensidão que irradia

Dos teus olhos de pureza.

Que transmutam minhas lágrimas

Em gratidão à tua grandeza.

Dissolve todo o disfarce.

O esplendor e o amor são filhos teus.

Que o amanhã não passe,

E que fique o ontem no antigo,

Pois no agora cresço contigo

Nos braços de Deus.