Da “dó”, pode florescer a compaixão
Atualizado dia 2/11/2014 2:29:27 PM em Espiritualidadepor Alex Possato
É duro reconhecer que a dó é um sentimento arrogante. Mas é. Se temos dó de alguém, estamos dizendo: eu não aceito o destino desta pessoa. Ou: eu não a aceito. E não quero isso para mim! No entanto, as pessoas que nos causam dó são fundamentais para a nossa evolução como ser humano. Através delas, podemos perceber sentimentos, emoções e situações que negamos, dentro de nós. Não será incomum perceber que “temos dó do nosso pai ou da nossa mãe”. Ou ainda, da miséria que nossa mente acreditou ter sido o próprio passado familiar. Tudo isso é uma ilusão, que nos foi ensinada por nosso próprio sistema familiar. Aprendemos a ter dó e carregar o sofrimento dos outros, mesmo que não possamos fazer absolutamente nada.
Então, não devemos fazer nada pelos outros? Não é isso que estou falando. A dó nos aponta um caminho de autoconhecimento que, sem dúvida, irá conduzir ao estado da compaixão. A dó, quando olhada de frente, em primeiro momento, irá demonstrar onde não conseguimos lidar com as dores, com as perdas e com o sofrimento. E, num segundo momento, abrirá as portas da nossa total impotência perante o Destino. E neste estágio, descobriremos algo incrível: mesmo sabendo que somos impotentes perante o destino difícil de tantos e tantos seres, temos a possibilidade de dar algo. Aí floresce a compaixão.
Uma pessoa com dó, perpetua a negação e o sofrimento. Uma pessoa imersa no estado da compaixão, ecoa inclusão, humildade e amor.
Texto revisado
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |