Deixando Deus agir... também
Atualizado dia 18/02/2010 10:33:32 em Espiritualidadepor Mirtes Carneiro
Se os limites reais não existem, nós os criamos na fantasia, pois medos todos nós temos.
Assistam ao filme Gaby, uma história verdadeira. Este filme narra a história verdadeira de Gabriela Brimmer, que nasceu com paralisia cerebral e só conseguia mexer seu pé esquerdo. Ela começou a usar esses movimentos para se comunicar e conseguiu se tornar uma reconhecida escritora e poetisa. Vale a pena ver o filme!
Antes de serem físicas, as limitações são mentais, emocionais, espirituais.
As travas estão dentro de nós, embora possam estar fora também. É claro que as limitações físicas são reais e de fato impossibilitam. Não estou pregando que as limitações só existam em nossa cabeça. Não, existem dificuldades que são extremamente reais, não são inventadas. O interessante é que quando a limitação é real, nós, seres humanos criativos que somos, sempre arrumamos uma forma de superar. Mas quando a limitação é do campo da fantasia, aí torna-se mais complicada a resolução do problema.
Quantas pessoas conhecemos que possuem todas as capacidades e ainda assim se sentem desvalorizadas, abandonadas, inferiores, rejeitadas?
A maioria de nossas preocupações nos jogam em situações imaginárias e nos impossibilitam de fazer algo no presente.
Ficar no agora, ser quem sou, aceitar o meu eu, hoje, eis o grande desafio!
É preciso olhar e ver, isto é, ter a consciência do que me agrada e do que me desagrada para, a partir daí, tomar uma decisão. Uma vez que temos a decisão e a vontade, que são funções mentais, podemos tudo o que quisermos.
Mas existem fatores inconscientes que podem estar influenciando nossa decisão e nossa vontade, por isso é importante o processo terapêutico. Nós temos mecanismos de defesa que nos "protegem", mas ao mesmo tempo nos acorrentam dentro do problema. Se defender do problema não significa resolver o problema, aliás, acredito que se defender do problema é uma das formas de mantê-lo.
Soltar-se, se entregar, deixar acontecer, pode ser uma forma de se desapegar do problema.
Se fosse fácil assim, todos já teriam escolhido fazer isto. Não, não é fácil, sabe por quê?
Por causa do medo. Temos medo do desconhecido, temos medo do conhecido, temos medo do que já foi, temos medo do que ainda está por vir.
Já percebeu que quando a coisa está realmente acontecendo sempre arrumamos uma forma de resolver? Então, não seria ideal deixar acontecer?
Vamos deixar acontecer, vamos esperar, vamos aceitar o que não sabemos ainda...
Neste início de ano, entrei em contato com pessoas que estão vivendo, no seu presente, um testemunho do "deixar acontecer", e isto parece que está fazendo muito bem a elas. Uma destas pessoas queria muito engravidar e não conseguindo, resolveu recorrer aos métodos da ciência, com fertilização in vitro. Após duas frustrantes e dolorosas tentativas, esta pessoa decidiu aceitar e deixar as coisas acontecerem, e assim se "desapegou" daquela questão. E qual não foi sua surpresa quando, dois meses depois, naturalmente, se viu grávida e está muito feliz. Desapegar-se, desidentificar-se, deixar ir, deixar ser, deixar Deus agir também... não podemos controlar tudo, só podemos fazer a nossa parte, aquilo que é possível, o restante é imprevisível, e por isto mesmo, causa medo.
O controle parece ser uma tentativa de "dominar" o medo. Isto é ilusório e limitante, mas muito utilizado como mecanismo de defesa dos humanos. Aprender a medida certa, aquele ponto onde devemos deixar ir é o grande segredo que podemos chamar de sabedoria.
Texto revisado
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Mirtes Carneiro CRP06/111130 Psicóloga e Psicanalista Atendimento on line Tel 11 9 8108-5021 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |