Dívidas Cármicas
Atualizado dia 25/08/2015 16:04:42 em Espiritualidadepor Adriana Garibaldi
Certo dia um homem chegou à hospedaria, carregando na mala uma pesada estatueta que pertencera à Dinastia Jin. Após conversar por alguns instantes com o dono do lugar e acertar o valor da diária, abriu a mala e simplesmente entregou-lhe o valioso objeto, dizendo:
- Gostaria de entregar-lhe esta estatueta que lhe pertence.
- Não posso aceitar um presente que imagino seja de estimável valor. O senhor deve estar me confundindo com uma outra pessoa, já me pagou pela hospedagem, disse com um gesto enquanto devolvia o objeto.
- É necessário que aceite, ele lhe pertence. Há alguns dias tive um sonho revelador e nele soube termos nos conhecido há muitos e muitos anos atrás. Esta relíquia é sua e, na minha ignorância e cobiça, roubei-a do senhor, estou aqui para restitui-la.
- Obrigado, mas eu não me lembro de nada disso, nem do senhor, nem tampouco dessa relíquia, não posso ficar com ela.
- Por favor, aceite! Se o senhor não aceitar, continuarei a estar em dívida e isso fará com que a lembrança do ocorrido continue a me assombrar.
- Se é assim, então vou aceitar, respondeu o homem, um tanto confuso.
- Sabe... Continuou a falar o estranho visitante. A ignorância das nossas ações do passado às vezes se torna uma bênção, contudo conhecê-las pode significar uma bênção ainda maior porque nos possibilita saldar nossas dívidas, dando a cada um aquilo que lhe pertence. Essa lembrança faz com que paremos de reclamar ou amaldiçoar nossa sorte.
Se nos fora possível sabermos de todos os males perpetrados por nós no passado, a nossa vida se tornaria um verdadeiro inferno de remorso e dor; contudo, alguns sonhos e outras tantas intuições, sutilmente são capazes de nos mostrar nossa cota individual de encargos que necessitam ser restituídos a aqueles que cruzam nosso caminho em ligações cármicas.
São prodigiosas oportunidades para quem sabe ler nas entrelinhas do acaso que faz com que uns e outros se encontrem pelo meio do caminho. Repare que todos os seres, que de alguma maneira se ligam a nós, carregam a lembrança de algum fato que nos diz respeito, precisamos dar a cada um o melhor de nos, um luminoso legado de amor de nossos corações, propiciando um futuro melhor a todos os envolvidos.
O viajeiro se recolheu ao quarto, baixou o olhar curioso do dono do lugar que segurava a rica estatueta nas mãos, tentando relembrar o passado sem, contudo, ser capaz de fazê-lo.
Sem dúvida, todos somos capazes de fazermos escolhas e cada escolha aparentemente sem importância pode nos conduzir a um cem número de conexões com outros seres e outros paisagens que nos são familiares de alguma maneira, um déjà vu muito mais freqüente do que somos capazes de conceber.
Na realidade, não importa sabermos o por que estarmos sendo pegos pelos liames do acaso nas línhas do destino, o importante é sabermos dar amor e irradiar amor por toda parte, cumprindo com nosso compromisso individual à frente da vida.
Sempre que nos tornamos mais sensíveis, somos capazes de ampliar nossa percepção ao ponto de enxergarmo-nos como pequenas gotículas num oceano de conexões que nos abarca a todos. Somos a totalidade e a consciência da totalidade que nos permite ver além dos véus temporários do esquecimento.
Seres à nossa volta se tornam mensageiros de um tempo passado que já não pode ser o mesmo, mas que continua a vibrar de algum modo, uma ligação muitas vezes inexplicável, porém, preciosa e transformadora.
Pense nisso.
Mensagem psicografada
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