E então viveram felizes para sempre...
Atualizado dia 07/01/2013 16:51:52 em Espiritualidadepor Berenice de Lara
O que você faria se tivesse vivido essa situação?
Depois de 7 anos de convivência, período em que foram amigos, namorados, noivos, compraram e reformaram a casa onde morariam felizes (esperava-se) depois de casados, ela sentiu o chão sumir sob seus pés. Ela tinha 30 anos, ele 33. Ambos eram executivos bem-sucedidos. Ambos inseguros emocionalmente, por razões que analisamos na terapia a que ela se submeteu.
Ela tivera alguns relacionamentos entre os 17 e 23 anos, quando o conheceu - namoros inconsequentes e nem tantos assim.
Ele devia ser inseguro sobre sua sexualidade desde a adolescência, pelo que compreendi dos detalhes colhidos na terapia.
Pega de surpresa, ela não sabia como lidar com o que lhe acontecera. Afinal, tudo sempre fora falado durante a convivência antes do casamento.
A lua de mel foi um desastre. Ele não a procurou e voltaram para casa depois de 3 dias, a pedido dela.
No entanto, não tivera a coragem de deixá-lo. Pesou o fato de não saber o que dizer aos amigos, parentes, colegas de trabalho. Sugeriu sem convicção que anulassem o casamento, mas ele contraditoriamente disse que não se casara para se divorciar.
A armadilha estava montada e é claro que seria apenas questão de tempo e circunstâncias para que o casamento terminasse. Durou ainda cinco anos, época em que ela finalmente procurou ajuda terapêutica.
Antes disso, teve um filho com esse marido imaturo. A criança tinha um ano quando ela conheceu um executivo na empresa onde trabalhava e achou que estava pronta para terminar o casamento.
Estaria? Até então, mantivera em segredo o que lhe acontecera. Sentia-se muito humilhada ainda, o sentimento era presente, como na noite da festa. Falava e chorava.
Nesse estado emocional, ajudei-a a pensar porque ficara com ele todo esse tempo e ainda tivera um filho.
Quando as inseguranças se entrelaçam, fica difícil desatar o nó. No entanto, sair daquela forma de um casamento mal, muito mal resolvido, e entrar em outra relação, seria uma temeridade.
Melhor terminar, visto que as coisas não tinham mudado na essência. E como mudariam, se nunca falaram sobre o que acontecera, se nunca procuraram ajuda antes? Ele sempre se negara a buscar uma terapia, individual ou de casal. E ela foi aceitando.
No entanto, decidir ficar com o homem que conhecera e que naquele momento lhe dava forças para sair do relacionamento infeliz não era a melhor solução, de imediato.
Quando ele soube que ela estava em terapia, me ligou, dizendo que eu era a responsável pelo fim de seu casamento, fazendo ameaças. Não é incomum as pessoas fantasiarem que o terapeuta é quem detém o poder de determinar o rumo da vida de seus clientes.
Por que ela ficara com ele, afinal? Submissão a um modelo social, medo de ficar só, desamparo emocional, desejo de ter um filho, mesmo com um marido tão pouco qualificado para ser pai?
Parece uma história muito antiga, mas não é.
A vida tem poucos enredos, que se repetem com variações.
Então, não, não viveram felizes para sempre, como bem diz Stephen King, em seu poema "The eyes of the dragon".
Por mais que existisse o desejo de viver uma fantasia, esta não se sustenta face à realidade. E eu bem tive a oportunidade de ver o quanto de fantasia ela punha naquele casamento.
Poderiam ter sido felizes? Penso que sim, se tivessem procurado ajuda mais cedo. Se tivessem conseguido olhar de perto seus medos e inseguranças, trazendo luz para as sombras de ambos, dando força para os pontos que tinham em comum, o que fez com que se aproximassem e, afinal, fizera o casamento durar cinco anos.
Mas isto fica no terreno da especulação. Depois que os dados estão lançados, não há como recolhê-los, resta apenas lidar com o resultado final.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 22
Terapeuta floral com pós graduação pelo IBEHE/UERJ e sintonizadora do sistema de essências de cristais e flores Florais de Lara. Autora dos livros Elixires de Cristais, A cura dos chakras com cristais, A essência dos cristais e metais, entre outros. Atendimento online, leitura das cartas terapêuticas e preparo de sua fórmula pessoal. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |