Em busca do arquétipo feminino
Atualizado dia 6/27/2011 9:27:36 AM em Espiritualidadepor Marisa Petcov
Nos tempos antigos, projetamo-la no exterior a partir do nosso íntimo, vimo-la nos Reinos da Natureza, no corpo da Terra ou agindo por trás do destino humano. Vivenciamo-la como um poder além e acima de nós - poder que nos transformou e desafiou, ao mesmo tempo que nos alimentou, protegeu e preservou.
Ao longo do século XX, chegamos a reconhecer uma estrutura ou estratificação da consciência humana, tendo agora condições de ver que a Deusa habita, como um arquétipo, em nosso espaço interior, sendo tão essencial para nós quanto o é o coração físico. Não obstante, é tal o seu exílio nos recessos profundos e ocultos da nossa alma que muitas vezes não reconhecemos a sua ação sutil e somente quando ela se manifesta no exterior de maneira potente e destrutiva nós nos damos conta de sua presença.
Os últimos 2.500 anos testemunharam a ascensão de poderosas divindades masculinas que dominaram a alma e, não contentes com a metade do Cosmos e da alma humana, usurparam o lugar da Deusa no esquema das coisas e tentaram destruir-lhe as manifestações exteriores. Daí por diante, Ela se envolveu na substância da nossa alma interior e agiu a partir de dentro. As religiões patriarcais triunfaram exteriormente, impondo à humanidade a sua vontade. Esse período patriarcal, que vemos hoje estar prestes a se encerrar, viu o desenvolvimento de várias capacidades da alma humana: o domínio do mundo físico por meio do imperialismo; a evolução de uma tradição científica materialista vinculada a uma culturra tecnológica; a exploração e desperdício dos limitados recursos da Terra; e a organização da agressão na sociedade por intermédio das guerras nacionalistas. Todos podem identificar o legado desse período de patriarcado polarizado.
Mas a Deusa permaneceu conosco. Enquanto formos humanos, não podemos separar de fato Dela. Ela veio agindo de maneira sutil por todo o longo período sua repressão, por vezes vindo à superfície na história exterior nas épocas em quenos vimos seus atributos projetados em personalidades ou movimentos da sociedade. Seria fascinante e instrutivo um estudo que revelasse os seus muitos aparecimentos e o impacto de suas energias na história exterior dos últimos milênios. Sob muitos aspectos, nossa tradição patriarcal acentuou o desenvolvimento da consciência via sentido masculino da apreensão e do domínio de forças no mundo e na sociedade humana. Quando deparamos na história com um desenvolvimento particular que não pode ser compreendido nesses termos, cumpre reconhecer que um novo fator surge no solo interior da alma humana, de que a deusa foi banida. Desse modo, ela ainda age no interior da humanidade, embora possamos não ter consciência da fonte dessas energias transformadoras.
Continua
Baseado no livro de Adam Mclean, A Deusa tríplice
Marisa Petcov
Sacerdotisa da Tradição Diânica Nemorensis, Numeróloga e Contadora de histórias
Comunicadora do site link com o programa Contando histórias e números, terças-feiras,às 20 horas
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 7
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