Epiritualidade - autoestima como disciplina espiritual.
Autor Marcos F C Porto
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 7/27/2014 12:26:48 PM
Quando pensamos em refletir sobre autoestima, o desafio é sempre convencermos as pessoas de que o assunto é digno de consideração. De todos os julgamentos que passam em nossas vidas, nenhum é mais importante do que a avaliação que fazemos de nós mesmos - que toca o âmago da nossa existência. Sabemos de longe que mais significativo do que o que os outros pensam de nós, é o que pensamos sobre nós mesmos.
Vamos então refletir sobre o tema?
Autoestima às vezes é usada como sinônimo de ‘autoimagem’, o que não é correto, porque o conceito é muito mais profundo do que nossa ‘própria imagem’.
Autoestima é a forma particular de observarmos a nós mesmos. E assim torna-se mais complexa do que a imagem mental de nós mesmos, e mais básico do que qualquer sentimento transitório, pois inclui componentes emocionais, sentimentais e espirituais.
Nossa autoestima existe, em grande medida, sob nossa percepção consciente, como contexto para todos os nossos pensamentos, sentimentos e respostas, e como fundamento último para o nosso Ser Interior - Eu - Self.
Nosso relacionamento com outras pessoas, desafios do trabalho, ou ainda à vista do sofrimento, da beleza, ou vicissitudes da vida - todos estes estão influenciados pelo nosso mais profundo sentimento do que pensamos quem somos, o que somos capazes de fazer, merecer, e o que é apropriado para nós.
Autoestima implica certas disposições para ação: mover-nos em direção à consciência de nossas vidas, em vez de ficarmos longe dela; lidar com os fatos ao invés da evasão ou negação; agirmos com auto responsabilidade em vez do contrário. Essas são características difíceis, se não impossíveis, de imitarmos. Concordam?
Nada é mais comum do que negarmos, evitando nossos medos e inseguranças, os impedindo de serem resolvidos.
No entanto, é seguro dizer que na forma como respondermos à realidade desconcertante de certas ocorrências, revelará muito sobre a nossa visão mais profunda de quem somos, projetando o perfil de futuro que criaremos para nós mesmos. Faz sentido?
O impacto da auto avaliação de nós mesmos trabalha seu caminho no nosso interior, estejamos conscientes disso ou não.
A ignorância da autoestima - ou equívocos a respeito dela - não anula o papel que ela desempenha em nossas vidas.
Muitas teorias sugerem que autoestima é uma necessidade de motivação humana básica.
Abraham Maslow (1908-1970) psicólogo americano famoso por sua “Teoria da Motivação Humana” incluiu autoestima em sua pirâmide da hierarquia das necessidades humanas básicas e descreveu duas formas diferentes de estima: respeito aos outros, e necessidade de autoestima interior. De acordo com Maslow, “sem o cumprimento da necessidade de autoestima, as pessoas serão incapazes de crescer humanamente e obter auto realização”. Auto realização é expressão utilizada na psicologia, espiritualidade e religiões orientais significando o cumprimento por nós das nossas possibilidades pessoais e espirituais.
Autoestima pode-se dizer, não é euforia ou flutuabilidade induzida temporariamente por uma droga, um elogio, ou ainda um caso de amor, não sendo criada por noções tolas e exageradas de nossas capacidades. Não é o fenômeno superficial ‘de nos sentirmos bem’.
A essência da autoestima é a vivência de que somos competentes para lidar com os desafios básicos da vida e que somos dignos da felicidade!
Para vivermos a vida com confiança e segurança, em vez de ansiedades e inseguranças é desfrutarmos de uma vantagem inestimável, qual seja: nossos sentimentos, pensamentos e ações serão menos propensos de serem distorcidos e equivocados.
Por outro lado tendências de formarmos relacionamentos destrutivos, experimentando sofrimentos e tristezas tão comuns do ‘destino traçado por mim’ - são efeitos de nos sentirmos indignos de amar e sermos amados.
A ausência de dor não produz a presença de alegria; a inexistência de ansiedade não é igual à presença de confiança. Está claro?
Autoestima é construída ao longo do tempo pela prática de: escolha consciente, em vez de inconsciente; auto aceitação, em vez de auto rejeição; auto responsabilidade, em vez de culpar os outros; integridade em vez de auto traição.
Estas práticas poderão ser chamadas dos pilares da autoestima, e não são atitudes que assumimos apenas quando nos apetece, mas orientações de vida como um código de ética.
A pessoa bem integrada irá redescobrir seu eu verdadeiro, isso é o estado em que nascemos, e sua revelação representa nossa conquista espiritual como Seres Divinos que somos. Correto?
A realização da autoestima como disciplina espiritual é a prática de vivermos conscientemente, com respeito aos fatos da realidade, e da verdade, ou seja, o reconhecimento de que aquilo que é, é!
Trabalharmos essa consciência em nós mesmos é um exercício nobre, ainda que muitas vezes heroico, porque a verdade é, por vezes, assustadora, dolorosa, e a tentação de fecharmos nossos olhos é forte.
Autoestima e espiritualidade têm uma relação muito íntima.
Para muitas pessoas, onde também me incluo, uma das associações com espiritualidade é o anseio de Alma de pressentir o Universo como nosso Lar de Origem – descortinando amor, benevolência paz, sabedoria e harmonia em tudo o que existe, no mais profundo sentimento de autoestima.
Não poderemos ser benevolentes caso estejamos em posição contrária à realidade.
Aquilo que é, é!
Abraçarmos esta verdade é realizarmos nossa autoestima, e darmos importante passo para nosso desenvolvimento espiritual.
Voltaremos ao assunto.
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Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
