Espiritualidade - o despertar e desenvolvimento da consciência espiritual
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Autor Marcos F C Porto
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 3/10/2013 11:59:13 AM
A forma superficial e vaga com que a palavra "espiritual" tem sido utilizada nos levaram a uma série de confusões e mal-entendidos. Na intenção de evitar darmos uma definição do termo, iremos buscar uma abordagem mais aprofundada com fatos e experiências, e, em seguida, avançando para a interpretação do que observamos e descobrimos. Sendo assim, o sentido em que precisamos utilizar a palavra espiritual se tornará mais claro.
Vamos então refletir sobre o tema?
Roberto Assagioli (1888-1974) psiquiatra italiano, fundador do movimento psicológico conhecido como Psicossíntese, no seu livro “Traspersonal Development” (Desenvolvimento Transpessoal) dedica atenção a este importante tema quando diz: “O fato básico sobre o qual devemos nos concentrar é experiência, a qual pode ser expressa de diferentes maneiras”.
Desde os primeiros tempos, sempre houve relatos dos nossos ancestrais de que experimentavam estados de consciência diferentes, em termos de intensidade, qualidade e efeito, incluindo aqueles que lançam a Luz da Sabedoria Divina na tela da nossa consciência espiritual.
No entanto fazem também outra alegação mais ampla, a de que esses estados de consciência resultaram ao terem alcançado, ou entrado em contato com um plano de realidade "acima" ou "além" do que é por nós considerado como "real".
Esta realidade tem sido muitas vezes chamada de transcendente, ou seja, que ultrapassa nossa capacidade de conhecer.
Pessoas que tiveram visualizações e que testemunharam esta realidade, a vivenciaram como algo mais real, duradouro e substancial do que o nosso mundo cotidiano, e as descrevem como sendo “a verdadeira fonte da essência do ser, e da vida mais abundante".
O número de testemunhos de tal contato com essa realidade mais elevada e completa é de tirar o fôlego!
Em todas as épocas e em diferentes culturas e países encontramos pessoas que vivenciaram essas experiências, e se posicionam nas privilegiadas fileiras da humanidade. Esta é a ação onipresente do Ser Maior Criador Deus em acompanhar nosso processo de despertar e desenvolvimento da consciência espiritual. Faz sentido?
Portanto, qualquer tentativa de negar tais experiências, afirmando que elas são apenas ilusões ou na melhor das hipóteses sublimações de nossos instintos sensoriais, são arbitrárias e de completa ausência da verdadeira espiritualidade.
William James (1842-1910) um dos fundadores da psicologia moderna e importante filósofo espiritualista, cujo livro “The Varieties of Religious Experience” (As Variedades da Experiência Religiosa), é um modelo para a investigação imparcial deste assunto, em demonstrar a realidade e o valor do domínio transcendente, ou seja, o que está acima do nosso conhecimento, quando escreve: "Parece-me que os limites extremos de nosso ser encontrar seu caminho em uma dimensão mais elevada da existência, é completamente diferente do mundo dos nossos sentidos e do nosso entendimento natural como geralmente percebemos; se pode chamar a isto de um plano místico de domínio sobrenatural".
Na medida em que nossos ideais advindos deste plano - e a maioria deles se origina aí - vamos encontrando-os nos possuindo em formas que não podem ser expressas em palavras, pois estamos muito mais intimamente ligados ao domínio sobrenatural, do que pertencemos ao mundo material.
Quando o trabalho é realmente feito ao nível de nossa personalidade, somos autotransformados em novas pessoas, e como consequência nosso comportamento no mundo material refletirá essa mudança.
Tudo o que é capaz de produzir efeitos em outra realidade, é uma realidade em si, então não há justificativa em chamarmos o plano invisível de irreal.
A importância desse domínio maior de nossa experiência não pode ser supervalorizada, e a possibilidade de sua existência deve nos estimular a dedicarmos mais tempo, energia e entusiasmo para sua investigação, estando de acordo com nossos valores humanos, e anseios de Alma. Está claro?
Então perguntamos: “Que atitude deveremos assumir em relação a este plano superior?”
O senso comum nos diz que devemos dar idêntica consideração séria, e estarmos preparados para reivindicar da mesma forma em que a história nos relata as descobertas em épocas anteriores por grupos de exploradores, de continentes desconhecidos ricos em metais preciosos.
Ignorar tal afirmação seria insensatez, porque correríamos o risco de nos enganarmos, desprezando a oportunidade de adquirirmos imensas novas fontes de riquezas espirituais.
Mesmo no cenário mais otimista, tais esforços só seriam prováveis, após termos conseguido superar nossas dificuldades emocionais, o que seria recompensado com a quantidade dos tesouros que nos aguardam. Correto?
Seguindo o mesmo método, perguntamos: “De que forma nós buscadores deste pouco conhecido ‘território” poderíamos avaliar nosso esforço?”
Para utilizar as bem escolhidas palavras de William James no livro mencionado acima: “Cada indivíduo contribui para a experiência original com uma série de estruturas pessoais individuais, o que muitas vezes estão solidamente ligadas ao mental e ao emocional. Essa diversidade tem causado confusão, equívocos e dúvidas que cercam o aprofundamento do assunto em discussão”.
No entanto, a existência de tais diferenças é pertinente e não deverá de forma alguma invalidar a realidade fundamental das experiências na nossa busca do despertar e desenvolvimento da consciência espiritual.
Voltaremos ao assunto.
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Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |