Espiritualidade - opções entre dualidade e não dualidade - 1ª parte.
Atualizado dia 2/23/2014 1:43:29 PM em Espiritualidadepor Marcos F C Porto
Vamos então refletir sobre o tema?
Vivemos em um mundo de opostos - para cima e para baixo, o verdadeiro e o falso, o calmo e o nervoso, gosto e não gosto, e a lista segue adiante.
Mesmo no mundo das religiões quantas ameaças são apresentadas quando falamos do bem e do mal. O perigo na dualidade é quando ela se torna polarizada em julgamentos e crenças em nossos pensamentos.
Não dualidade por outro lado, pode ser considerada como unidade.
O termo não dualidade é uma tradução bastante livre de "Advaita” palavra que em sânscrito significa ‘não duo’ ou ‘não dois’.
Considerando que dualidade pretende separar, não dualidade procura unir.
Verdadeiro anseio da não dualidade é a unidade de consciência, estar conectado com tudo e com todos no momento presente do aqui agora. Não há julgamentos, apenas consciência, o que conduz ao amor infinito da Vontade Divina do Ser Maior Criador Deus.
É um conceito não fácil de ser entendido; no entanto faz parte da nossa jornada espiritual.
O engraçado sobre não dualidade é que ela simplesmente "É o que é!". Não podemos exatamente ir buscá-la, desenvolvê-la, ou mesmo aprender a partir de um livro, palestra ou professor.
Para aqueles de nós que amam alcançar metas e resultados, pode ser de fato bastante frustrante.
Então, por que não dualidade é importante para o nosso desenvolvimento espiritual, especialmente sendo tão intangível?
Porque é um desafio simples e complexo, que faz com que nos aprofundemos em nós mesmos. Realmente teremos que entrar em contato com a Alma. Faz sentido?
Não dualidade é importante pois iremos experimentar que essencialmente somos todos Um.
Isso significa nos unirmos com tudo e todos, até mesmo com o que ou quem não prezamos. Iremos começar a enxergar que mesmo pessoas que não nos são simpáticas, são reflexos de nós, e como nós fazem parte do Divino.
Acima de tudo não dualidade nos irá ajudar a lembrar da nossa verdadeira magnificência espiritual.
Como Carl Sagan (1934-1996) astrônomo nos disse: "O cosmos está dentro de nós!”. "Você é o Universo!”.
Somos o caminho para o Universo conhecer-se a si mesmo.
Não dualidade significa que nossa suposição mais básica sobre a vida, de que somos separados do outro, é apenas aparência.
Mas, na verdade, não há separação, e também não há sujeito e objeto, só existe unidade perfeita.
Reconhecendo isso, às vezes é o caminho de "libertação".
Embora não existam regras, libertação tem a tendência de reconfigurar nossa consciência.
Não há implicações necessárias na libertação, e assim qualquer possibilidade poderá acontecer.
Caso não pudesse, não seria libertação, seria prisão. Correto?
No entanto, essa reconfiguração da consciência, muitas vezes traz uma visão transformada da realidade.
Podemos resumir essa autotransformação em diferentes fases: Primeiro a realidade do “Isto é!”, ou seja, reconhecermos que tudo o que é resultante, é a totalidade.
Isto é o nada se tornando tudo. Tempo, espaço assim como passado, futuro, aqui, lá, são vistos como intermediários.
Sentimentos sobre passado e futuro, tais como culpas, arrependimentos, nostalgias e ansiedades, diminuem ou desaparecem.
Na dualidade, nossas atenções se centram sobre o passado e o futuro, e as preocupações e expectativas, decorrentes são insatisfatórias.
Na maioria das vezes estamos nos engajando não com a vida, mas com nossas próprias imaginações fantasmagóricas. O resultado é muitas vezes o tédio ou depressão, e uma busca incansável de algo mais emocionante para acontecer.
O desejo de algo mais emocionante acontecer diminui ou se extingue quando a alegria passa a ser preenchida na simplicidade do “tudo o que é, assim é” - o aroma do café, o som do vento nas árvores, a textura aveludada da flor.
Porque não há mais necessidade de emoção e drama para afastarmos o tédio, e uma vida mais simples, mais calma é muitas vezes revelada.
Outra autotransformação na forma de como nossa consciência percebe a realidade de libertação pode ser resumida nas palavras "Poder enxergar que isto é o que é!” (e não o que imaginamos ser).
Na dualidade, nossa consciência, muitas vezes acrescenta significado e propósito para o que é, exatamente porque o que está em sua simplicidade, não é experimentado. Está claro?
Queremos sempre a parte da “cereja no bolo”.
Então inventamos histórias intermináveis sobre o que se trata. Por exemplo, uma queda na rua pode ser transformado em um castigo do Ser Maior Criador Deus, uma vitória na mega sena se transforma em frutos de merecimento do bom carma. Vivemos sempre como estrelas do nosso próprio filme, em uma história comovente em direção a algum tipo de resolução proposital. Significado e finalidade são vistos como justificativas de nossa existência.
Mas, assim como uma flor não precisa de significado para ser uma flor perfeita, e um cachorro não precisa de qualquer significado para ser um cão perfeito, nós também não precisamos de significado para sermos perfeitos.
Nós já somos a Unicidade da não dualidade expressando-se como quem é.
Como isso poderá ser espiritualmente aperfeiçoado?
Continuaremos na próxima edição.
Avaliação: 5 | Votos: 66
Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |