Espiritualidade - opções entre dualidade e não dualidade - 2ª parte.
Autor Marcos F C Porto
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 3/9/2014 1:07:59 PM
Nesta segunda parte da reflexão iniciamos por reafirmar que a sabedoria implícita na não dualidade ou não dualismo, como às vezes é chamada, nos diz que há apenas um Espírito sem forma e sem limites, e que tudo no Universo está dentro dele, criado por ele e fazendo parte dele. Isto inclui todos nós seres humanos, todas as espécies de animais, plantas e árvores, e tudo o que for animado e inanimado.
O Espírito do Supremo e Absoluto Ser Maior Criador Deus se manifesta através de infinitas de formas, todas fazendo parte inseparável do o Todo.
Este conhecimento inspirado no Divino como já dissemos é chamado em sânscrito de Advaita significando “non duo”. Um dos seus principais conceitos diz que é só a ilusão é que nos faz ver o mundo como separado de nós.
Aceitação, e compreensão, da não dualidade, poderá nos ajudar a encontrar equilíbrio nas dúvidas.
Vamos então continuar a refletir?
O Espírito se manifesta em nós através do nosso corpo, mente e Alma. Este Espírito é a Consciência pura. No entanto enquanto atuando através do corpo e dos cinco sentidos, se parece identificado com o corpo.
É como se o Espírito "esquecesse" de ser puro Espírito - Consciência. Este "esquecimento" é tão forte e profundo que tanto o corpo como o Espírito manifestado através dele, tende a agir juntos, em parceria separada e independente – a personalidade.
O Espírito é pura Consciência, um todo homogêneo, mas, devido ao envolvimento com nosso corpo, os cinco sentidos e raciocínios, surge a identificação com os mesmos, e a "criação" de uma igualdade separada.
Até agora estamos buscando entender espiritualmente o que não dualidade é.
A ideia é que há apenas um Espírito - Consciência em todos os lugares, e que não pode ser dividido em partes, e este é o único algo real, existente permanente e eterno no Universo. Faz sentido?
Esta Consciência parece gerar pensamentos, ideias e sentimentos, que são impermanentes, ou seja, mudam constantemente, agora estando aqui, no momento seguinte em outro apelo.
Entretanto a ilusão ou Maya como identificado em sânscrito cobre e esconde a Consciência pura, que parece esquecer-se, e assim identificar-se mais com o corpo. A ilusão passa então a ser uma maneira conveniente de pensar que nos faz ver tudo separado de nós.
Na não dualidade, não há dois’, há apenas um. Este estado de ser é realizado através do silêncio e paz interior, quando então não surgem pensamentos inquietos ou intensidades mentais.
Quando nossa capacidade de silenciarmos a mente torna-se natural, poderemos permanecer nesta Consciência sempre, enquanto vivendo, participando da vida e nas atividades do dia a dia.
A mente silenciosa é pré-requisito para esta experiência.
Portanto a fim de conhecermos algo além do mundo mental, precisamos de um instrumento diferente.
Para compreendermos a mente e o que está além dela, temos de elevá-la ao nível superior.
A cultura oriental utiliza metáforas para explicar e diferenciar a ilusão e a realidade: joias de ouro como brincos, pulseiras ou anéis, é apenas ouro em diferentes formas. Por conveniência, chamamos todos esses objetos por nomes diferentes, mas na verdade só há ouro. Antes de serem transformados em joias era só o metal ouro, depois quando derretidos, permanecerão como ouro; objetos feitos de barro é apenas barro. Eles podem ser chamados vasos, ou estátuas, mas, são todos feitos do mesmo material, a argila, que existe temporariamente como um objeto definido.
Há apenas uma Consciência indivisível - Realidade, mas devido ao fenômeno ilusório chamado Maya, esta realidade torna-se escondida. Todos os seres e objetos inanimados, incluindo planetas e galáxias, é um com o mesmo Espírito, mas na ilusão parece haver separação, em unidades individuais.
Aceitarmos e percebermos a não dualidade poderá transformar nossa atitude em relação a tudo, nos conduzindo ao despertar espiritual. Essa percepção vem através do aumento da nossa capacidade de nos concentrar, aquietando a mente, através da prática do silêncio criativo. Correto?
No relato de suas vivências em não dualidade Sri Aurobindo (1872-1950) ativista e filósofo espiritualista hindu nos diz que: "Quando nossa identidade se expande na não dualidade, encontramos paz com a dança do mundo. O oceano da vida sobe e desce dentro de nós - nascimento e morte, alegria e dor, é tudo nosso, e o nosso coração está cheio e vazio, grande o suficiente para abraçar tudo".
Quando começarmos a entender e aceitar o conceito de não dualidade, nossa identificação com o corpo e o ego começará a afrouxar suas defesas.
E neste estado de ser, sentimos e sabemos que somos parte inseparável da Consciência pura sempre presente do Espírito do Ser Maior Criador Deus.
O mundo continuará com convites para a ilusão, e a partir deste ponto de vista, viveremos nele, experimentando-o e apreciando-o.
É como assistirmos a um filme, sem nos envolver emocionalmente com os personagens, tocando na tela, sabendo que não são reais. Despertar do sonho de irrealidade é o caminho da não dualidade. Este despertar trará felicidade, alegria, confiança e força interior.
Elevamos-nos acima da mente lógica racional no nosso caminho de volta ao Lar, o qual é o estado de Espírito para onde e de onde sempre pertencemos, mas eventualmente estivemos esquecidos. Está claro?
Perceberemos quem realmente sempre fomos filhas e filhos espirituais do Espírito de Amor do Ser Maior Criador Deus.
Voltaremos ao assunto.
Avaliação: 5 | Votos: 7
Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
