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Espiritualidade e o aprendizado da mestria do amor

Atualizado dia 06/07/2008 12:11:03 em Espiritualidade
por Marcos F C Porto


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Todos sabemos que o amor pode curar a humanidade e salvar o mundo! Muitos de nós seres humanos espirituais aspiramos por praticar o amor incondicional, o amor universal a todos os seres vivos do planeta.

No entanto, honestamente quantos de nós merece ser chamado de verdadeiramente preparados na arte de amar?

Geralmente investimos muito mais no aprendizado de novas tecnologias à disposição para o nosso conforto pessoal, sejam de informática, telefônica, TV, fotos digitais entre outras, do que em aprender como praticar o verdadeiro amor.

Claro está que os resultados serão óbvios. O modelo usual na prática do amor é quase que o mesmo de uma relação de troca – e que na maioria das vezes conduz à uma rota de colisão entre duas ou mais pessoas, as quais praticam nestas ocasiões uma disfunção de amor. Após estes conflitos as pessoas quase como sobreviventes de um acidente rodoviário, lentamente tentam cuidar dos ferimentos – no caso ressentimentos, mágoas, desalentos, desilusões, decepções, sofrimentos, e o que mais puder ser acrescentado.
Possibilidades de recuperação? Até que possível depois de longo período de distanciamento ou indiferença entre as pessoas envolvidas.

Como seria o reverso desta situação aparentemente tão calamitosa?

Vamos lá refletir sobre o tema?

Existem formas, digamos, mais saudáveis para adotarmos no aprendizado da arte de amar. A dificuldade é que elas nunca vêm à lembrança quando estamos vivenciando momentos de dúvidas.

Buscando comparação com atletas esportivos, observamos que os jogadores de futebol sofrem muitas contusões. Algumas vezes muito sérias, que são aquelas atingindo o joelho. Precisam, então, serem hospitalizados e rapidamente submetidos à cirurgia restauradora, cuja a recuperação é demorada. No entanto, definem como meta, o restabelecimento o mais rápido possível, para voltarem a jogar. É admirável como eles conseguem esta recuperação, não é verdade?

Trazendo este exemplo para o nosso tema, será que nas nossas disfunções de amor, poderíamos também ter como meta a recuperação rápida? Os jogadores de futebol têm os programas de fisioterapia, facilitando a volta à normalidade. Qual seria para nós os programas ligados aos nossos sentimentos, favorecendo as formas saudáveis da prática da arte de amar?

Através da história, obsevadores têm relatado que o exercício de praticarmos o amor com os outros, em reuniões de Grupos de Encontro e Reflexão, trabalhos espirituais e voluntários, nos favorecem as condições de, passo a passo todos juntos seguir o processo – eu cresço na medidada que você cresce.

Quando nos isolamos, as situações ficam muito mais difíceis de serem resolvidas. Faz sentido?

Outro aspecto – estar ciente de qual é o problema real: personalistas não amam, querem a satisfação só para si mesmos. Inumeras pessoas estão convencidas de que o amor machuca – e irão mostrar as suas ‘cicatrizes’, para provar o que dizem. Mas o que ocasionou a ‘cicatriz’?

Será que foi a gentileza, a cordialidade, o respeito, a paciência, a generosidade, a tolerância, o perdão? Ou será o personalismo voluntarioso de quem quer ser sempre o primeiro, as infedilidades, traições e abusos? Estas últimas são ‘cicatrizes’ do desamor e não do amor.

Portanto o amor não é o problema, nunca foi, jamais será! Correto?

Ao invés de ficarmos temendo o amor, é importante revermos o que está criando este medo. Caso em nossas vidas em épocas anteriores fomos magoados em nossos relacionamentos, tanto como filhos(as), namorados(as), esposa ou marido, quanto como pais, é importante verificar o que causou este sofrimento. Com certeza não foi o amor!

Ao analisarmos as situações caso a caso, iremos perceber que nas ocorrências em que geraram problemas emocionais entre pessoas, a atitude personalista é a responsável de parte a parte pelo desamor. Em relação à atitude personalista, ou seja, o egocentrismo, ele poderá ser ativo expressado na ofensa, ou passivo que sempre representa o ‘coitado’ que precisa dos outros.

A razão do porque o amor tornou-se tão confuso em nossas mentes, pode ser explicado pelo fato de que muitos distanciamentos e desamores têm sido criados nos relacionamentos, que até alteram nossa compreensão, confundindo que estes sejam expressões de amor.

É o amor uma arte? Então, requererá conhecimento e esforço.

Erich Fromm (1900-1980) psicanalista, escritor de inúmeros livros, incluindo “A Arte de Amar” nos diz: “Quais são as etapas no aprendizado de qualquer arte? O processo de aprendizado consta de duas partes: Uma será tornar-se mestre da teoria, e outra será tornar-se mestre na prática... Quando tiver o conhecimento teórico, ainda não sou competente na arte. Me tornarei mestre nesta arte quando desenvolver o aprendizado na prática e então os conhecimentos teóricos e práticos se fundirão em uma só – a intuição que é a essência da mestria em qualquer arte”.

Como iremos integrar essa mestria com a espirtualidade?

Meister Eckhart (1260-1328), teólogo alemão, filósofo e místico nos esclarece: “Se você ama a si mesmo, você amará a todos como a você mesmo. Na medida em que você ama a outra pessoa menos do que a você mesmo, você não irá ter êxito em amar a si mesmo, mas se você ama sempre em igualde a si mesmo e aos outros, você amará a todos como sendo ambos Deus e seres humanos. Assim você é pessoa integral, amando a você, aos outros e a Deus igualmente”. Está claro?

Trazendo estas contribuições para o entendimento do nosso cotidiano, concluimos que, seja qual for nossa opção de religiosidade, não haverá espiritualidade sem amor a nós mesmos, em igualdade com nosso amor aos outros e a todos os seres vivos, em unidade com nosso amor a Deus.

Voltaremos ao assunto.


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Conteúdo desenvolvido por: Marcos F C Porto   
Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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