Espiritualidade - experiência espiritual da intuição - 2ª parte
Atualizado dia 31/05/2015 12:35:43 em Espiritualidadepor Marcos F C Porto
Vamos, então, continuar a refletir?
Nós, seres humanos espirituais precisamos nos tornar mais intuitivos.
Isto poderá parecer preocupação menor à luz dos problemas que temos transitado neste século XXI. No entanto, intuição tem papel central e potencialmente determinante no desempenho de tarefas complexas tanto de nossa renovação humana como as do mundo.
Chamamos de ‘o palpite de sorte’, ‘o acaso’, ou ‘afinação com alguém próximo de nós’ quando sentimos intuição.
Esses fenômenos do chamado ‘lugar-comum’ sugerem um sentido maior inato em nós seres humanos, ou seja, a capacidade de olharmos e enxergarmos de uma forma que é inteiramente nova.
Neste sentido mais elevado, a experiência de enxergar intuitivamente, além do que nossos olhos vêm em qualquer campo, torna-se ingrediente vital na criação de um mundo melhor.
Esta é a intuição que Albert Einstein (1879-1955) físico alemão se referiu quando afirmou “não há qualquer caminho lógico para a descoberta das leis elementares da natureza; há apenas o caminho da intuição".
Esta imagem é particularmente pertinente para o tipo dos fenômenos do nosso dia a dia que chamamos de ‘intuições’, que vão desde o palpite de sorte, seguindo através de casos de telepatia até nossas previsões de conteúdo pessoal. Considerando que, talvez, uma imagem mais reveladora da experiência espiritual da intuição seja nossa capacidade de enxergarmos através das nuvens, ou como costumamos nos referir ‘ler nas entre linhas’.
Intuição cotidiana também pode ser pensada como horizontal, ou seja, quando ocorre inteiramente dentro do domínio de nossas reflexões pessoais.
O que chamamos de intuição pura, advinda da experiência espiritual tem sentido vertical. É nosso espontâneo em saber a verdade tal como ela existe em níveis elevados de consciência.
É discernimento espiritual não desvirtuado por interpretações racionais, intermediadas por meias-verdades, desejos egoístas e ilusões - todas de criação estritamente humanas - que escondem o real, gerando visões falseadas, as quais a humanidade se esforça por estabelecer.
Intuição pura é caracterizada pela sua universalidade, não sendo fracionada por interpretações dualistas, tipo ‘é isto, mas pode ser aquilo’.
É a unidade espiritual de consciência! Faz sentido?
Muitas vezes, usamos palavras que são da mais alta das qualidades, como por exemplo, - amor - em uma variedade infinita de formas, muitas pertinentes ao significado maior, outras vezes, como por exemplo, quando a palavra amor é também usada para descrever e dar sentido de atração na esfera pessoal em anúncios de propaganda estimulando venda de produtos ou serviços.
Em níveis mais elevados, amor descreve as muitas faces da Alma – como altruísmo, sabedoria, respeito, compaixão Enquanto ainda mais elevado, esta mesma palavra é o que temos de melhor para descrever os mistérios do Bem Maior – Ser Maior Criador Deus é Amor!
Claramente o que estamos nos referindo, ao dizer que temos de ser mais intuitivos, é a intuição em suas expressões mais elevadas.
O poder superior da intuição acontecerá à medida que despertamos para nossos poderes e valores, através do crescimento interior quando a consciência humana estiver cada vez mais aberta e entregue à sua essência e ao sentido de unidade de vida.
Em outras palavras, nossa abordagem à vida se tornará mais inclusiva como seres integrados de Corpo – Mente – Alma. Está claro?
A ilusão do ‘nós e eles’ – ‘eu e o outro’ ambos pertinentes à Lei da Dualidade e realizada a partir de pensamentos e desejos individualistas é o maior obstáculo ao nosso progresso espiritual.
Intuição dissipa a ilusão, pois são opostas: intuição é experiência direta com a verdade, ilusão é o véu sobre a verdade gerada através da percepção e interpretação inexatas.
Examinemos brevemente a ilusão de separação e como a abordagem intuitiva a enfraquece a qual chamamos o maior obstáculo ao progresso humano; é uma maneira de pensar que nega a interdependência, promovendo vantagens de uma das partes, seja - o indivíduo, o grupo, a organização, o país ou grupo de países - a qualquer custo!
A ideia de separação está na base do ethos materialista que defende o superficial e o imediatismo como característica de um grupo de indivíduos. Correto?
Para a maioria das pessoas, o sentimento de satisfação e de valor pessoal depende de práticas que são ricas em valores espirituais. O bem-estar da humanidade, agora e no futuro depende de nossas escolhas dos valores espirituais e para isso precisamos ter compartilhado o senso intuitivo de nossa humanidade, na nossa jornada comum e interdependência.
A experiência espiritual da verdade intuitiva que pode enxergar através das nuvens é rara, por não haver consciência de sua existência.
"Apenas quando o coração ampliar sua capacidade de sentir tudo o que respira, amará tudo o que é contatado, compreendendo e simpatizando com o mínimo desejável das criaturas de Deus, poderá a humanidade ir para frente", nos diz Santo Agostinho (354-430), um dos mais importantes teólogos e filósofos que com seu trabalho reestabeleceu a fé dos primeiros anos do cristianismo.
Voltaremos ao assunto.
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Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |