Espiritualidade – significados da natureza humana (3ª parte).
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Autor Marcos F C Porto
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 23/05/2010 11:25:44
Como refletimos anteriormente, não estamos imunes às crenças anti-humanas do nosso ego, mesmo quando no esforço de crescimento pessoal e espiritual.
A partir do momento em que sentimos a inspiração maior de nos voltarmos para o crescimento espiritual como resposta às dificuldades com nosso individualismo estará deixando também de obstruir o pleno reconhecimento do nosso real e eterno valor como seres humanos verdadeiros.
Vamos então refletir sobre esta terceira e última parte do tema?
Inicialmente vamos considerar, como exemplo duas crenças amplamente aceitas: a necessidade de salvação espiritual e a auto identificação espiritual.
Salvação espiritual: Muitas das abordagens religiosas que propõem salvação espiritual subscrevem diretamente a noção de que o ser humano é de forma irremediável, moralmente danificado.
A doutrina da salvação espiritual nos diz: “Devido à trágica ruína como natureza perdida, o ser humano somente poderá ser redimido pela Graça Divina”.
O sentido de Graça Divina é assegurado de acordo com a adesão às crenças e integração participativa naquela subdivisão religiosa específica e não outra.
Caminhos místicos com idêntica proposição utilizam terminologias diferentes, quando se referem à salvação tais como liberação, nirvana, auto realização. Todas estas tradições também advertem aos seguidores sobre os perigos da vida mundana e das individualidades do egoísmo humano, exortando a transcendência do espírito e a dissolução de si próprio em Deus.
Transcendência é realmente um aspecto importante, porque nós como espíritos somos transcendentes, ou seja, nós seres humanos verdadeiros nos elevamos além dos limites estabelecidos, ultrapassando nossa capacidade de conhecimento. Faz sentido?
Assim transcendência é parte da nossa necessária e verdadeira da realização da espiritualidade. Entretanto como está sendo dito – é parte – porque a partir do ponto em que nós transcendemos a prisão do corpo – mente, ainda necessitamos e muito de complementação.
Nossa ignorância espiritual não consiste tão somente de nossos malogros em conscientizar nossa absoluta realidade de Seres Divinos, mas continua também por nós não reconhecermos o valor de nossa existência como entidades fragmentadas em evolução, Centelhas Divinas criadas por Deus, seres de natureza Divina, plenos de amor, bondade e valores eternos.
É importante destacar que nossa Divindade transpessoal, ou mesmo os nossos aspectos humanos não pessoais, por si mesmos, não consistem a inteira realidade de nós seres humanos. Nossa realidade espiritual inclui também nossa plena manifestação em todas nossas qualidades Divinas, ou seja, total auto realização humana sendo quem somos, integralmente seres humanos verdadeiros.
Em sequencia a crença da auto identificação espiritual. Também em idênticas dimensões auto identificação espiritual nos alerta que um grande engano de identidade está no caminho de muitos, onde também me incluo, porque também passo por esta mesma rota, e faz parte da ignorância espiritual de que a tradicional solução espiritual é trabalharmos em eliminar virtualmente tudo que seja ‘inferior’, incluindo corpo, mente e personalidade.
Somos orientados para nos identificarmos somente com a centelha nas trevas, centelha de Deus ou essência da Alma, esta escondida nas trevas da nossa individualidade corporal. Correto?
Essa orientação com o efeito de diminuir as tendências egoístas em nossas vidas, é bem intencionada e poderá ser de grande auxílio.
Mas por que a centelha brilhando nas trevas não é suficiente?
Muitas pessoas atualmente ainda se julgam seres humanos em parte bons e em parte maus. Esta ideia tenta incentivar a crença de que nós seres humanos somos pessoas corrompidas originalmente e portanto más, no entanto com parte boa interior. Esta parte boa é geralmente descrita como sendo centelha Divina, essência da Alma, Ser Superior.
Quando fica claro para nós o fato de que nós seres humanos espirituais somos essencialmente centelhas Divinas de Deus é reconfortante em algum sentido real, não é verdade?
No entanto a crença de nossa pura e perfeita natureza de Alma ainda não sustenta a verdadeira noção positiva de nós mesmos, incluindo a ideia positiva em relação à humanidade como um todo.
Por que não? A resposta envolve dois aspectos: a) ao interagirmos no dia-a-dia é nossa parte ‘imperfeita’ que atua na maioria das vezes com irritações, queixas, julgamentos; b) a natureza de Alma sendo abstrata, portanto não palpável é muito mais difícil de nós a identificarmos.
Assim considerando os dois aspectos acima mencionados, somos muito mais inclinados a concluir, que a ‘outra parte menos valorizada’ de nós mesmos seja a que vá nos distinguir em nossa individualidade. Está claro?
Desta forma a apreciação e valorização de nossa centelha Divina ou essência de Alma, não consegue por si só resgatar nossa autoestima - mesmo porque a maior parte de nós mesmos permanece distante do positivo.
Voltando muitas épocas na história de nossa evolução como humanos, encontramos nos Essênios Nazarenos um grupo de seres humanos verdadeiros, que sempre revelaram níveis de consciência elevados muito próximo da verdadeira expressão da espiritualidade.
A Árvore da Vida dos Essênios a qual é representada por quatorze forças positivas, sendo sete celestiais (galhos) e sete terrenas (raízes), nos mostra a postura espiritual de respeito na relação “Pai Celeste, Mãe Terra, Anjos”, quando em oração ao final do dia reverenciavam dizendo:
“Pai Celestial e Eu somos um”.
Esta relação de unidade nos faz compreender melhor o abstrato invisível dessas forças, as quais estamos circundados e que são nossas constantes fontes de energia, conhecimento e harmonia, devendo estar sempre presentes na nossa trajetória como seres humanos verdadeiros.
Voltaremos ao assunto.
Ouça nosso Programa ‘Veredas da Espiritualidade’ - Programa na Rádio Universo: link toda sexta-feira às 22:00 h.
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Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |