Espiritualidade-experiência espiritual com nossa consciência não-dual - 2ª parte
Atualizado dia 16/09/2018 12:37:02 em Espiritualidadepor Marcos F C Porto
Vamos então continuar a refletir?
Vivemos a maior parte de nossas vidas acreditando que somos nossos pensamentos e identidades mentais. A única realidade a qual fomos condicionados a viver é a dominada pela nossa mente. Esquecemos que somos muito mais do que nossos pensamentos e mecanismos mentais. Perdemos contato com nossa verdadeira natureza.
Unidade e Integridade ambas espirituais não são experiências especiais - são, na verdade, os estados naturais possíveis de ser. No sentido de possível entendimento em palavras, mantemos a interpretação de que fomos criados à imagem e semelhança do Ser Maior Criador Deus e que nossa verdadeira essência é Divina. O Ser Maior Criador Deus presente em nossos corações é a personificação poderosa sobre o sentido da Verdade sobre nosso destino humano: somos seres humanos espirituais misturados com carne, ossos, sangue, Alma, mente, sentimentos - e que o Sagrado é inseparável de nossas vidas.
No entanto do ponto de vista da nossa mente lógica, chega a parecer verdadeiramente novo e excitante porque representa o inédito e a raridade! Faz sentido?
Quando nossas mentes dominam muito nossas vidas, tendemos a nos sentir interiormente fragmentados. A natureza de nossas mentes lógicas é buscar compreensão e segurança.
Sendo assim para entendermos a vida, estando seguros na nossa zona de conforto, deveremos entender algumas situações como “boas” e outras como “ruins”. Dividirmos a vida em boa/má, certo/errado é um processo muito natural, porque ajuda nossa sobrevivência. Caso não tivéssemos a capacidade de dividir a vida em opostos, não seríamos capazes de entender que atravessar a rua na frente dos carros no trânsito é fatal - ou “ruim”; deixar nossos filhos quando pequenos brincarem com facas ou tesouras é perigoso – ou “ruim”, não é verdade?
Mas, ao mesmo tempo, dividir a vida em polaridades também cria constrangimentos em nós.
Como assim? Porque crescemos aprendendo que algumas partes de nós são - “boas”, enquanto outras partes de nós são - “ruins”. Então nos ligamos às partes “boas” de nós mesmos, reprimindo ou negando as partes “ruins”. Correto?
O que acontece quando começamos a nos perceber de maneira fragmentada? Poderemos nos sentir falhos, ausentes, "não bons o suficiente", incompletos, começando a sermos inseguros, ansiosos, impassíveis, e até deprimidos.
Nossa essência interior foi diluída! Nos sentimos falsos e inautênticos e o vazio nos assombra.
Desejamos muito amar e nos abraçar, mas como poderemos aceitar plenamente quem somos quando não aceitamos partes de nós mesmos, dando valor só a outras partes?
É por isso que unidade e integridade é importante. Integração é o oposto da fragmentação. Quando nos integramos, unimos diferentes partes de nós mesmos que poderão estar ausentes há anos ou décadas. Quando buscarmos integração, estaremos buscando unidade!
Em última análise, unidade e integridade parecem tão estranhas para nós porque percebemos nossos mundos interior e exterior através das lentes fragmentadas da mente.
E a propósito . . . todo o conceito de um mundo interior e exterior é em si divisão criada pela mente!
Llewellyn Vaughan-Lee, nascido em 1953, em Londres, é sucessor místico e linhagem Sufi na Ordem Sufi Naqshbandiyya-Mujaddidiyya, autor de livros sobre sufismo, e espiritualidade nos diz: Unidade e integridade não são ideias metafísicas, mas algo tão simples e comum. É em cada respiração, na batida de asa de cada borboleta, em cada pedaço de lixo deixado nas ruas da cidade. Unidade e integridade é vida, vida não mais experimentada apenas pela visão fragmentada do ego, mas conhecida dentro do coração, sentida na Alma. É o batimento cardíaco da vida. É o reconhecimento da criação do seu Criador. Nesta singularidade, a vida celebra a si mesma sua origem Divina”.
Unidade é o mesmo que iluminação? Assim como unidade e integridade, o termo "iluminação" é também muito escrito, comentado e interpretado. Significam o mesmo? Sim! Na experiência espiritual da nossa consciência não-dual, são.
No entanto, a expressão iluminação nos transporta para outros níveis de entendimento.
Unidade e Integridade espirituais nos fazem sentir incorporados. Ressoamos melhor com esses termos do que iluminação, que nos parece excessivamente focada ao aspecto “elevado” da existência. Está claro?
De acordo com a experiência, e até onde nosso conhecimento chega, o objetivo de nossa existência como seres humanos espirituais é abraçarmos tanto a nossa humanidade como a divindade - não focando apenas os aspectos de Amor e Luz da experiência espiritual. Nossa jornada espiritual não é apenas sobre ascensão. Precisamos também mergulhar na profundidade de nossas mentes, criando comunicação com a Alma.
Precisamos nos sentir confortáveis com o sangue, a sujidade, a coragem e a divindade de sermos humanos espirituais. Evitar nosso lado tosco é negarmos aspectos essenciais de nós mesmos: nossa humanidade Divina!
Continuaremos na próxima edição.
Texto Revisado
Avaliação: 5 | Votos: 1
Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |