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Expandindo a visão para além do sofrimento

Atualizado dia 6/14/2014 12:25:13 PM em Espiritualidade
por Fernanda Luongo


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Quando a gente sofre, esse com certeza é o momento de maior egoísmo que um ser humano pode experimentar. Por trás de toda ação egoísta existe o sofrimento “mascarado”, “maquiado” ou “vestido”, porém pura fachada.

Quando sofremos nos fechamos, limitamo-nos a um círculo ou um pequenino ponto de dor e cobrimos nossa visão para o que há além dela. O sol de nossas vidas passa a ser aquele sentimento, aquela ferida aberta e, como o próprio sol, tudo que nos rodeia passa a girar em torno daquilo.
Nossas respostas ao mundo, às pessoas e a nós mesmos passam a nascer, crescer e se reproduzir a partir daquele ponto, de um ponto totalmente cego. Deixamos de levar em consideração outros pontos de vista, os sentimentos e motivos alheios, outras vidas, outros corações. Endurecemo-nos achando que devemos proteger a qualquer custo aquela ferida, evitar que ela seja exposta, evitar que alguém de fora entre em contato com ela e faça graça de nós.

Não percebemos que nessa condição nos reduzimos ao tamanho daquele ponto e perdemos todas as outras referências de nós mesmos. Nos identificamos tanto com aquela dor e com o passar do tempo nos acostumamos tanto a ela, que acabamos por acreditar que somos ela, que somos o sofrimento, que somos a dor, e perdemos todo o sabor e a riqueza que nos circundam.

Nos tornamos além de egoístas, cegos também!

Não acreditamos mais na dor dos outros, pelo contrário, achamos que “eles” sempre estão usando desculpas para tentar acessar o nosso local secreto e usar isso contra nós mesmos; não acreditamos mais na bondade dos outros, pois isso parece mais uma estratégia de manipulação para nos machucar ainda mais e não acreditamos mais que o mundo pode ser um lugar bom para nós pois, pra onde olhamos, só conseguimos enxergar o sofrimento.

Nós também enganamos a nós próprios com falsos momentos de felicidade, nos distraímos da dor com o prazer, nos vestimos com a máscara social da "felicidade" para que ninguém nos incomode e nem desconfie que no fundo no fundo nossa cara é pura tristeza.

Quando sofremos nos tornamos egoístas. Não conseguimos enxergar nada além da dor; agimos como se tivéssemos sempre razão e muitas vezes queremos que os outros e o mundo compartilhem de nossa angústia, que se apiedem de nós e que tenham paciência com nossas limitações. Olhamos para o sofrimento imbuídos de motivos e razões para agirmos como agimos, para fazermos justiça a nós mesmos, para nos protegermos, para culparmos e julgarmos os outros e também para não nos responsabilizarmos pelo rumo que nossas vidas estão tomando a partir desse ponto cego de condução.

Não nos damos conta de que o nosso verdadeiro eu está além do sofrimento, e assim nos limitamos a viver em função daquele pequeno ponto que gerou dor.

Muitas são as pessoas que vivem se defendendo. Talvez você seja uma delas. Talvez você nem tenha se dado conta disso até agora.

Você pode carregar uma dor da infância e hoje acredita que seu comportamento e suas reações são naturais, fazem parte da sua personalidade, de quem você é. Você pode acreditar que vive a vida de forma plena, que lida bem com os problemas, que joga bem o jogo. Pode até perceber que tem um pouco de dureza aí dentro, mas uma dureza necessária para sobreviver na selva de pedra.

Podemos nos enganar de diversas maneiras e durante uma vida inteira até.

É curioso pensar que um ponto tão pequeno pode causar um estrago tão grande. E se um pequeno local pode armazenar energia suficiente para conduzir, dirigir e determinar coisas em nossas vidas, imagine só o que dois pontos podem fazer?

Imagine o universo de possibilidades que se tornam viáveis à medida que deixamos de ser cegos escravos desse ponto de dor e nos abrimos para outros níveis de realidade?

Para enxergar a dor e eliminá-la o primeiro passo é reconhecê-la. O segundo passo é abraçá-la, acolhê-la.

Apenas pare e observe suas ações e reações. Nasceram elas desse ponto de sofrimento? Se a resposta for sim, trate de mudar isso. Cuide de sua dor, e passe a experimentar a vida de uma fonte nova: da fonte da confiança, da fonte do amor, da fonte da segurança, da fonte da vulnerabilidade...

Tudo está bem, todo mundo sofre. O problema é que nem todos veem.

Você vê?

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Conteúdo desenvolvido por: Fernanda Luongo   
Cantora, escritora, autora de três obras literárias já publicadas no país, terapeuta holística, registrada no Conselho Nacional de Terapia Holística CRT: 46.801 e originadora do Método Akhenaton®.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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