Explicando a existência da Deusa parte II
Autor Marisa Petcov
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 7/13/2011 2:26:08 PM
A polarização da divindade num proeminente Divino Feminino e um recessivo Divino Masculino teria, sem sombra de dúvida, deixado suas tristes marcas em nossa cultura. Um culto ao amante sacrificado de Cybele, Attis (a quem não se prestaria honras divinas, mas apenas reverência) teria, talvez, resultado em clausuras masculinas, devotos castrados e, ao fim, seria considerado de menor importância, pela diretriz partidária oficial da Deusa.
No entanto, vamos supor que, apesar da oposição e resistência, todo o mundo ocidental manifestasse, ao menos, apoio externo ao Divino Feminino e que a ideia de um ser divino masculino fosse considerada estranha e repugnante. Talvez mais tarde, uma sutil infiltração do culto de Attis pelos adeptos do culto de Cristo acontecesse, tentando inverter a história e afirmando que Deus era masculino.
Esse caso extremo e distorcido refletiu, exatamente, o desenvolvimento do cristianismo como influência religiosa. Na realidade, as coisas foram, sem dúvida, muito menos extremas e muito melhor equilibradas.
Para a maioria das pessoas que vive no mundo ocidental do século vinte e um, um ser como a Deusa não pode ser visto como tendo alguma validade ou autoridade espiritual. Não importa se fomos educados como judeus, cristãos ou sem nenhuma crença, porque todos nós somos influenciados por uma atitude mental comum, da qual é difícil livrar-se.
Mesmo se pudéssemos repensar nossa posição e aceitar o fato de que todos os aspectos do Divino Feminino existem, da mesma forma que as deidades de outras religiões aceitas, ainda teríamos um grande problema. A quem devemos nos dirigir para ter a experiência da Deusa? Não há templos reconhecidos, sacerdócios profissionais ou práticas tradicionais provenientes do tempo em que a Deusa era uma influência espiritual sobre o Ocidente.
Felizmente é a própria Deusa que vem responder. Apesar da imensidão dos problemas, a Velha Senhora à sombra da colina voltou, através de muitos canais, para ajudar o maior número de pessoas a encontrar seu lugar dentro de suas leis naturais.
Ela veio através do feminismo, para lembrar ao mundo que as mulheres têm valor e potencial e que símbolos e imagens femininas têm força. A Deusa voltou à frente desse movimento como um símbolo significativo do poder das mulheres.
A Deusa foi usada, entre muitos outros aspectos, para ser ponta-de-lança da reforma política, do lesbianismo, dos direitos iguais e de melhores condições sociais. E o que é mais importante: essas reformas e reavaliações foram realizadas com considerável sucesso; e ainda mais, talvez, por causa do fator do choque do movimento feminista.
Ninguém espera que as mulheres se levantem e lutem, mas, quando o fazem, isso é surpreendentemente eficiente.
A Deusa esteve envolvida nessas diversas questões, desde o início dos tempos; só por que estamos, atualmente, vivenciando esta mudança radical em nossa sociedade, não significa que a Deusa esteja limitada à reforma política ou seja uma figura de proa do movimento feminista.
Ela veio, através da psicanálise, para sanar a divisão que havia na psique ocidental entre a cabeça e o coração, a percepção racional e intuitiva. Os analistas estimularam e exploraram, com seus clientes, os mitos, histórias e imagens da Deusa, para ajudar a curar esta ruptura.
A Deusa também veio através das religiões ortodoxas, sob disfarces sutis e agora volta, sem máscara, para sacudir velhas formas e criar movimento a partir de seu interior. As feministas cristãs e mulheres com vocação para o sacerdócio fizeram florescer toda uma nova teologia sobre Deusa-Mãe, que terá repercussões interessantes no mundo cristão.
Ela também veio através do mundo da ciência, onde a imagem e o simbolismo da deusa grega da Terra, Gaia, foram aplicados à própria dinâmica viva do planeta. Essa designação simbólica, muito apropriada, foi sugerida por William Golding ao mais importante proponente dessa teoria, o cientista James Lovelock, e teve consequências arrasadoras no Ocidente, já que trouxe consciência ecológica a todos os níveis da sociedade. Agora a consciência verde avança.
A humanidade pode sentir com empatia a situação angustiante de Gaia, reação impossível de se manifestar em favor de uma massa inerte de rochas e gases.
Baseado no livro de Caitlin Matthews, Elementos da Deusa
Marisa Petcov
Sacerdotisa da Tradição Diânica Nemorensis, Numeróloga e Contadora de histórias
Comunicadora do site link com o programa Contando histórias e números, terças-feiras, às 20 horas
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Presidente da AME - Agência de Místicos e Esotéricos Contatos: 11 2021 6788 / 9 5980 2467 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
