Extraterrestres, Incas e Machu Picchu - Parte 1
Atualizado dia 19/10/2007 23:10:21 em Espiritualidadepor Fernando Tibiriçá
Cheguei a Lima e tive que aguardar o vôo para Cusco, capital do Império Inca. Minha ansiedade era grande e aumentou quando comprei as leituras certas sobre o que eu iria ver. No avião a caminho de Cusco a movimentação era intensa com a presença de gente de todo o mundo. Desci no aeroporto esperando encontrar uma cidade pequena. Para minha surpresa, mesmo estando a 3.400 metros de altitude, aquele mundo tinha 350.000 habitantes, comodidade e conforto para os turistas e muita história para contar. Havia sido solicitado para que eu repousasse deixando meu organismo se acostumar com a altitude. Tomei o chá de coca no hotel e, não conseguindo ficar quieto, saí para conhecer Cusco e algumas ruínas incas.
A van tinha o seu motorista e mais ninguém. Quando entrei ficou lotada pois os meus “acompanhantes” queriam participar da aventura que se iniciava. A caminho da primeira visita a uma ruína inca fui notando que a cidade estava cheia de chineses, japoneses, americanos, ingleses, franceses, enfim, gente de vários países e com aparência bem distinta da população local. Aliás, os andinos, campesinos e indígenas são extremamente cordiais e comerciais. Às vezes submissos, fruto da colonização espanhola que modificou a identidade do povo e alterou sua história. De qualquer forma, as pessoas mais esclarecidas tem ódio por Pizarro, a invasão espanhola e os massacres promovidos por volta de 1.530. Os saques, depredações, roubos, estupros e assassinatos não serão esquecidos pelos descendentes e por “aqueles” que vieram de outros planetas para colaborar com os incas.
Finalmente chegamos ao primeiro lugar a ser visitado: Sacsayhuaman, um complexo religioso, político e militar. Uma cidadela perfeita com pedras enormes colocadas de tal forma que se torna impossível enfiar um lápis e em alguns casos uma agulha entre as pedras. Muitas pedras estavam sendo trabalhadas quando houve a invasão dos espanhóis. Blocos gigantescos que foram trazidos de áreas distantes por muitos quilômetros. Como era possível? E depois de limadas eram colocadas como se encaixadas umas nas outras. Caminhei pelas ruínas e encostei minhas mãos nas pedras maiores. Fechei os olhos e pude ver a agitação daquela fortaleza, o espaço enorme e gramado, construções que nos dias de hoje movimentariam escritórios especializados e de alta tecnologia. No entanto, tudo aconteceu há 500 anos quando os europeus mal conseguiam construir suas cidades, castelos e povoados. Os espanhóis acharam que tudo era obra do demônio, feitiçaria e encantamentos. Para eles, era impossível o ser humano conseguir tal proeza. Revoltados com sua insignificância diante de um povo tão criativo promoveram saques e violências inimagináveis. Todo o ouro e a prata que molduravam as construções e templos foram levados pelos espanhóis e mercenários que eram recrutados por eles, mas permaneceu a incógnita sobre as construções e o segredo guardado. Os ”construtores” não eram feiticeiros e, sim, seres evoluídos que colaboraram com o povo indígena.
O Estado Inca ou Tahuantinsuyo existiu de 1.250 até 1.532. Entre 1.438 e 1.527 abrangeu parte do Chile, Argentina, Colômbia e Equador. O fim do Estado Inca aconteceu em novembro de 1.532 com a prisão do inca Atahualpa. Este esteve com os espanhóis dominados, mas não quis massacrá-los antes de saber quem era aquela gente estranha. Pagou com a vida sua curiosidade. Sacsayhuaman é um monumento da humanidade e deve ser visitado. Fiquei emocionado, olhos cheios de lágrimas ao ver através das pedras os menos de 300 anos de um império poderoso e criativo da nossa história.
O mais fascinante é que não se sabe a origem dos incas, de onde vieram e de quem descendiam. Segundo uma lenda, o Sol fez sair das águas do lago Titicaca seus filhos Manco Capac e Mama Ocllo, um casal divino, com a missão de achar um local para fundar o império. Manco Capac possuía uma vareta de ouro que devia se fundir com o terreno escolhido. Ao chegar perto de Cusco a vareta se fundiu com a terra dando o sinal esperado. Sacsayhuaman foi construída a partir de 1.460 pelo inca Pachacutec.
Saindo deste lugar maravilhoso fomos para Qenqo, um lugar composto por duas rochas onde se realizavam sacrifícios de animais e punições aos humanos, adoração ao Sol e atividades religiosas. Em seguida paramos em Puca Púcara, um posto militar e de alfândega que controlava a entrada de produtos, pessoas e utensílios. Após uma seleção dos alimentos o vendedor tinha que retirar-se levando o que não havia sido escolhido. As pessoas indesejáveis eram mandadas embora e se insistissem em entrar eram mortas. O posto cumpria um papel seletivo próximo a um apartheid. Quem não pertencia ao grupo era aconselhado a não aparecer nos domínios dos incas. Puca Púcara servia, também, para vigiar o local de repouso e banho dos chefes incas. É importante destacar que inca era o nome dado ao líder, não ao povo. A água dos banhos vem através de aquedutos que mandam sempre a mesma quantidade de água. Tambomachay foi construído pelo inca Tupac Yupanqui e a água continua a correr.
Cansado, pedi para voltarmos ao hotel. Desde as 11 horas de 21 de setembro eu estava acordado e eram 18 horas do dia 22. Foi a mudança de clima e a altitude, mas mesmo assim eu queria mais. A caminho do hotel fomos ao bairro dos artistas e suas dezenas de bares e restaurantes com donos cusqueanos ou estrangeiros. E estes já são muitos.
Cusco foi desenhada em forma de um puma (felino típico da região) e tem ruas e curiosidades encantadoras. Entrei na igreja de San Blas que tem um púlpito talhado num único tronco. A igreja foi fundada em 1.562. Rezei por todos e agradeci a jornada daquele sábado, 22 de setembro de 2.007. Agora um banho e pensar sobre o que foi visto e, principalmente sentido. O meu quarto estava em convulsão e os “presentes” esperavam pela minha conclusão. Mas, ainda era cedo pois no dia seguinte o universo estava esperando por mim no Valle Sagrado.Texto revisado por Cris
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