Falando do Deus Pagão
Atualizado dia 4/13/2013 4:42:40 PM em Espiritualidadepor Marisa Petcov
Sendo assim, tendo nós readmitido a Deusa. precisamos reavaliar o Deus, senão o desequilíbrio permanece, ainda que alterado. E, tendo em vista que a readmissão estabelece o alicerce dessa reavaliação, primeiro sempre falamos da Deusa.
Precisamos primeiro descrever a história dos conceitos de Deus da humanidade e os diversos aspectos em que o divino masculino apareceu.
O que significa Divino Masculino?
Resumidamente, podemos dizer que representa o aspecto biológico linear que analisa, fertiliza e dá ênfase à consciência do ego e à individualidade, ao passo que o divino feminino representa o aspecto intuitivo cíclico, que sintetiza, nutre e proporciona a formação, dando ênfase à riqueza do inconsciente (pessoal e coletivo), assim como ao relacionamento. No que diz respeito ao ser humano, podemos dizer que esses dois princípios correspondem respectivamente às funções do cérebro esquerdo e do cérebro direito.
Esses dois terminais complementares da bateria cósmica existem em todos os níveis e não há passagem de corrente sem a diferença criadora que há entre ambos.
A negação disso foi a principal falha do pensamento patriarcal que, em vez da polaridade, usou o dualismo; em vez da complementaridade entre Deus e Deusa, preferiu o confronto entre Deus e o Demônio, entre o Bem e o Mal.
É preciso salientar que os princípios masculino e feminino não se excluem mutuamente, cada qual contém a semente do outro; de outra maneira, não poderia haver relação entre os dois.
Para usarmos a terminologia jungiana, no nível humano a Deusa sussurra para a anima do homem, o aspecto feminino que há nele, e o Deus fala alto ao seu lado masculino, ao passo que o Deus sussurra para o animus oculto na mulher, e a Deusa fala alto ao seu lado feminino.
Precisamos dar ouvidos tanto ao sussurro quanto à voz que fala claramente, caso contrário, somos incompletos e podemos ter dificuldades, como acontece com o patriarcado.
Tanto a readmissão da Deusa como a ressignificação do Deus são fundamentais para a saúde em todos os níveis.
Para empreender essa ressignificação, nos baseamos na mitologia antiga; primeiro, porque os conceitos de Deus das eras pagãs ainda não estavam distorcidos pelo banimento dos respectivos consortes, ou no máximo ainda estavam começando a ser distorcidos. Eles ainda são concebidos em termos de polaridade com os correspondentes conceitos de Deusa, portanto, têm muito para nos ensinar enquanto estamos tentando redescobrir essa polaridade nos estertores de morte do patriarcado. Segundo porque a mitologia transmite verdades que não podem ser expressas com expedientes técnicos, do mesmo modo que a poesia. Partindo da mitologia, podemos aprender com a nossa alma, enquanto o ego-consciência ainda está lutando para definir as lições na sua própria linguagem limitada.
Mas não podemos cair na armadilha de pensar: "Isto não passa de artifícuios psicológicos que apenas representam arquétipos do inconsciente coletivo humano - não são reais".
Na verdade, eles são mais que isso. Os Deuses e as Deusas existem e dão alma aos arquétipos. São os rostos vivos e ativos do incognoscível final. E, a menos que deixemos de lado o intelecto no momento certo e nos rendamos ao mistério da comunhão com eles, a não ser que damos rédeas a um inocente sentimento de pasmo, a sintonia terá sido em vão.
Baseado na obra de Janet e Stewart Farrar, O deus dos magos.
Marisa Petcov
Elder do Grove Tocado Pela Lua, Sacerdotisa do Iseum Isis Azul
Tel.: 9 9212 8169
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