Graças à Kuan Yin, os sofrimentos acabaram
Atualizado dia 8/3/2011 10:24:35 AM em Espiritualidadepor Angela Jabor
2003 foi um ano muito difícil para mim, durante o qual me deparei com situações bem delicadas que envolviam doença, perdas, traições das mais diversas, sendo que, muitas, de pessoas bem próximas (nas quais tanto eu confiava), inúmeros prejuízos, mudanças, separações, dificuldade financeira... enfim, todos os tipos de problemas num único ano, mas Kuan Yin estava comigo e muito me ajudou a superar e dar a volta por cima.
Outubro de 2001, a descoberta do câncer de mamas e a metástase óssea de minha mãe. Desde, então, me pus a correr de médico em médico, exames e mais exames foram feitos, opiniões de todos os lados e eu tendo de tomar a decisão do que deveria ser feito, já que minha mãe sabia do câncer de mamas, mas ignorava a metástase. Conclusão, nada poderia ser feito a não ser submeter minha mãe a sessões de quimioterapia e radiestesia, digamos, um paliativo para prolongar a vida de minha mãe e evitar-lhe tanto
sofrimento.
Suspendi a minha vida para dedicar o máximo de meu tempo a minha mãe. Viagens e internações eram diárias, pois, devido ao fato de ser safenada, ela precisava receber a quimioterapia sob cuidados médicos. E, logo ao receber a primeira, as coisas tomaram outro rumo, começaram a ficar mais difíceis, sofria ela, e nós que estávamos próximos.
Para falar a verdade, não sei dizer quem sofria mais, ela, por tudo que estava passando, ou nós que a víamos passar por tudo sem nada podermos fazer. No início, chorei muito, mas precisei adquirir muita força para poder passar para minha mãe e também para os meus familiares. Tenho certeza que Kuan Yin me reergueu e me pôs de pé, pois um dia, não sabendo mais o que fazer, fui diante de meu altar e diante de sua imagem me pus a chorar e a pedir.
Logo, em seguida, retornei com minha mãe ao hospital, para mais uma vez submetê-la à sessão de quimioterapia. Lá chegando, o médico me disse que ela estava reagindo bem, mas que a sua preocupação estava na provável aceleração da metástase e que se esta avançasse as coisas piorariam. Lembro-me de que olhei em seus olhos e lhe disse: "Dr., o senhor tem fé? Pois eu tenho, posso não ter muita coisa, perder tudo, mas minha fé é inabalável, portanto, isto não vai acontecer e a metástase vai estacionar".
Os meses foram passando, e todos os exames comprovavam que a metástase de minha mãe estava estacionada. Os médicos ficaram espantados.
Sempre logo após as sessões de quimioterapia, minha mãe tinha muitas dores nas pernas. Não havia nada que as fizesse passar, apenas orações. Acredite ou não, mas sempre que as dores surgiam, eu me colocava diante do meu altar e diante da imagem de Kuan Yin me punha a orar e, como num passe de mágica, as dores desapareciam.
Fevereiro de 2003, começaram as convulsões de minha mãe e aí começaram os perigos. Nesta fase, meus alicerces começaram a ruir, mas mesmo assim minha fé continuava inabalável e meus pedidos à Kuan Yin se intensificavam.
Minha mãe foi internada, as convulsões e as dores aumentavam, remédios... morfinas, nada mais fazia efeito. Neste ínterim, minha tia, irmã da minha mãe, me disse: "Meu bem, sua mãe só está viva porque você a está segurando, libere-a, deixe ela ir".
E numa das últimas noites que passei com minha mãe, numa terça-feira, por volta das 3:00h da manhã, desesperada de tanta dor, ela me olhou e me falou: "Filha, me salve, não agüento mais sofrer!" Neste momento, lembrei-me das palavras de minha tia; levantei-me do sofá e fui até ela, segurei as suas mãos e com os olhos lacrimejando ouvi-a me dizer: "Estou indo embora, não é?"
Quando ouvi isto, mentalmente, pedi a Kuan Yin que tivesse misericórdia e que intercedesse por ela, que fossem perdoados todos os seus erros para que ela pudesse ser libertada do seu sofrimento. Com muito aperto no coração, pedi que levasse minha mãe embora. Não demorou muito e minha mãe dormiu segurando a minha mão. Amanheceu, e fui cuidar dos negócios enquanto meu filho e meu irmão ficaram com ela.
Um pouco antes do almoço, meu filho me ligou e me disse para tomar alguma providência, pois minha mãe estava sofrendo muito, que as dores haviam aumentado e que tanto ele quanto meu irmão não estavam mais agüentando ver tanto sofrimento. Fui para lá, e lá chegando, briguei. Exigi que minha mãe fosse sedada e o médico me disse que não poderia fazer isto, porque não sabia quanto tempo de vida ela ainda tinha e que se iniciasse a sedação naquele dia, mais para frente, quando as dores aumentassem, não ia fazer mais efeito. Pois eu pedi, implorei e disse que minha mãe não chegaria até o final da semana. À noite, quando retornei, minha mãe já estava sedada; entrei no quarto, fiquei um pouco, e quando saí sabia que tinha dado meu último beijo nela.
19 de junho (coincidência ou não, data em que se festeja Kuan Yin, no Japão. Também é homenageada no dia 19/02 e 19/09), quinta-feira - Corpus Christi - 10:00h, recebo a ligação do meu filho, dizendo: "Mãe, minha avó já foi embora". Mesmo sofrendo com a sua partida, agradeci a Kuan Yin, pois graças a sua intercessão haviam acabado os sofrimentos de minha mãe.
Trecho do meu relato no livro "Kuan Yin a Deusa dos Milagres", Ascend Editora.
www.ascendeditora.com.br
Texto revisado
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